Não é fácil responder qual o orçamento ideal para uma viagem de longa duração, na qual se pretende visitar o maior número possível de países. São diversos fatores a levar em conta: estilo do viajante, meio de transporte, tempo em cada lugar.
Nós somos mochileiros, ou seja, viajantes mais econômicos. Isso quer dizer que ficaremos em hostel, mesmo com banheiro compartilhado, optaremos por horas em um ônibus vs. ir mais rápido em um avião, nossos looks serão os mais práticos possível. Acho que deu para ter uma ideia, né?
Nossa experiência econômica, então, está alinhada a esse perfil. Foi com base nele que tomamos nossas decisões financeiras até aqui:
Qual o orçamento total
Enquanto pesquisávamos sobre o assunto, surgiram alguns números mágicos: US$ 50 por dia, por pessoa; não, US$ 20 por dia, por pessoa. Isso considerando tanto os custos diários –hospedagem, alimentação, transporte nas cidades– quanto os ocasionais –seguro de viagem, passagens partindo do Brasil e entre países (que pode ser de avião ou não) etc.
Buscamos um meio termo entre esses números: US$ 75 o casal, por dia, para três anos. Foi o nosso número mágico, que definimos ainda no início, cerca de cinco anos atrás, quando o câmbio era BEM diferente.
“Ah, então vocês ajustaram esse orçamento?” É, seria o ideal, mas não, e sabemos disso. O câmbio é variável (ainda que não esperássemos tamanha oscilação nos últimos anos), preços sobem, mas também descem, há países mais caros e mais baratos, e nossa permanência neles estará também ligada a isso, além de outras inúmeras variáveis.
É uma viagem planejada, mas aberta ao imprevisível, como fazer amigos pelo caminho, trocar hospedagem por algum serviço e trabalhar como freelancer.
Como economizar
Miramos, então, naquele valor e passamos a economizar cerca de 20% do nosso salário, todos os meses. Facilita que éramos dois em um apartamento de um quarto em São Paulo, o que barateava o aluguel, além de estarmos a uma curta distância a pé do trabalho.
Somado à economia mensal, quando caía 13º, pagávamos IPVA e presentes de fim de ano, guardávamos dinheiro do seguro do carro e o restante ia para a poupança. Aprendemos também a investir melhor para obter um lucro maior em cima disso.
Na conta final também projetávamos o valor da rescisão do emprego –com horas extras, férias, adicional de férias e tudo o mais que a CLT (ainda) nos permite–, a venda do nosso carro e de móveis e o FGTS, que depende da inatividade da conta.
Temos de reconhecer, porém, que essa disciplina e organização não foram os únicos responsáveis para que atingíssemos a nossa meta desde que começamos a planejar. Nossas famílias foram responsáveis por importantes colaborações financeiras, sejam diretas ou indiretas.
O supérfluo
Se você pretende economizar para uma grande viagem, é importante ter em mente o que é supérfluo e é possível ser cortado. No nosso caso, tentamos economizar idas a bares e restaurantes, fazer menos viagens e realmente refletir no que estávamos empenhando nosso dinheiro.
É claro que era possível economizar muito mais, mas isso nos custaria, por exemplo, abrir mão de momentos importantes com nossos amigos, algo de grande valia para nós. Já ouvi falar de uma pessoa que vivia sem internet em casa, cortou plano de saúde, não pagava streaming e assim por diante. Vai das prioridades e disponibilidades financeiras de cada um.















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