Dacar é grande, mas o Senegal, obviamente, tem mais atrativos do que sua capital. Visitamos outras duas cidades no sul, Ziguinchor e Cap Skirring, após passar alguns dias em Gâmbia, um enclave no meio do território senegalês.
Informações práticas*:
- Média preço almoço: 2.500 XOF (R$ 24)
- Média preço jantar: 3.350 XOF (R$ 30)
- Média preço hospedagem: 24.500 XOF (R$ 230)
- Deslocamentos: sept-places
- Visto: não é necessário para brasileiros, pois o carimbo na entrada dá direito a permanecer por 90 dias
- Moeda: franco da África Ocidental (R$ 1 = 115 XOF)
- Dica: a agência de turismo em Ziguinchor pode dar uma noção de preços atualizados sobre os barqueiros da região
* valores para dezembro de 2022 e janeiro de 2023 para duas pessoas
Ziguinchor é a 7ª maior cidade do Senegal e, por sua localização, é estratégica para os viajantes, já que sua estação de vans e sept-places recebe e envia veículos para vários destinos do país e também dos vizinhos Gâmbia e Guiné-Bissau.
A cidade permeia várias vias movimentadas com outras bem pacatas, de terra, e é comum ver porcos e bodes andando por elas. Há muita oferta de táxi e moto-táxi, mas é possível fazer tudo a pé, como ir ao consulado de Guiné-Bissau solicitar o visto.
Infelizmente, são poucas as atrações turísticas em Ziguinchor. Quando pesquisamos na internet, para nossa surpresa, vimos que o local mais recomendado é a Aliança Francesa. Estudamos em unidades dessa rede no Brasil e algumas delas realmente são charmosas, com um café gostoso e inflacionado. Mas nem de longe chegam a ser um destino turístico. Descrentes, fomos conferir.

O local é mais afastado do centro, e por isso caminhamos 2 km para chegar lá —no percurso passamos por um mercado de rua, com muitas tendas vendendo roupas e frutas, tudo muito colorido. A Aliança Francesa fica entre duas ruas movimentadas, mas as árvores de seu entorno ajudam a bloquear o barulho dos carros. O espaço oferece bancos, que incentivam a leitura, um restaurante, onde o café, sem surpreender ninguém, é inflacionado —1.000 XOF (R$ 9) a xícara.
O Google Maps mostra vários restaurantes e cafés, mas nem todos estão funcionando. Adotamos o barato restaurante La Marmite como principal fonte de alimentação. O menu é de uma opção diária, com pratos tradicionais e fartos a 1.500 XOF (R$ 13).

Também visitamos algumas vezes o Complexe Boulangerie Aline Sitoé Diatta, construção inaugurada alguns dias antes da nossa chegada e que tem padaria, fast food (a pizza de marguerita é 5.000 XOF/R$ 44) e restaurante —apenas neste não comemos.
Nossa primeira hospedagem foi uma péssima escolha. No Booking.com, o local aparecia como estúdio com máquina de café, frigobar e varanda, mas, assim que chegamos, descobrimos que todos esses itens eram da área comum, e não do quarto. Além disso, foi um parto descobrir a localização, porque não havia nenhuma sinalização na rua e nem mesmo os vizinhos de prédio sabiam desse empreendimento hoteleiro. Dormimos lá apenas uma noite (15.500 XOF/R$ 138) e buscamos alternativas na manhã seguinte.
Encontramos o hotel Casafrique, que não consta nos aplicativos de hospedagem, apesar de sua boa qualidade. Por 17.000 XOF (R$ 151), tínhamos, além do quarto amplo, um banheiro privativo, café da manhã farto e uma grande área verde comum —três itens que o primeiro endereço não possuía. Outra vantagem do endereço é ser bem próximo ao consulado da Guiné-Bissau, onde tiramos rapidamente nosso visto.
Procuramos a agência municipal de turismo para saber quais atrativos a região de Casamance tem, e nos indicaram passeios de barcos nos rios locais, como um que leva a uma ilha onde é possível observar os muitos pássaros —15.000 XOF (R$ 133) por pessoa ou 50.000 XOF (R$ 444) um grupo de cinco. O tempo estava instável, então deixamos para uma outra oportunidade a expedição fluvial.
Cap Skirring
Lemos a respeito de Cap Skirring, no litoral senegalês, no livro do Guilherme Canever (“Destinos Invisíveis”) e nos organizamos para passar alguns dias lá, durante o Revéillon. Ficamos entre duas hospedagens e, por fim, optamos pelo Bolongs Passion, onde o bangalô é acima do nosso orçamento (32.000 XOF/R$ 284), mas que oferece, além do quarto e banheiro, uma cozinha, com geladeira e fogão, assim como café da manhã e uma grande e verde área comum.
Após o baque com nossa primeira hospedagem em Ziguinchor, tivemos um momento de desespero em Cap Skirring. O proprietário, o francês Thierry, retirou o fogão dos bangalôs após alguns princípios de incêndio, mas na versão em português no Booking.com ainda consta como disponível —e foi um dos motivos por nos hospedarmos lá, para cozinharmos e diminuirmos os custos diários. Conversamos com o dono e ele, inicialmente, nos falou para usarmos o equipamento do restaurante do local. Depois, surgiu um fogão portátil, o que facilitou a vida de todos: eles não eram importunados e nós tínhamos privacidade e autonomia para cozinhar.

Além do restaurante do hotel, onde comemos bife e vegetais a 5.000 XOF (R$ 44), também fomos ao restaurante Cap Sénégal, em que um prato de camarão com acompanhamento saiu por 4.500 XOF (R$ 40). Quem consome ali pode acessar a piscina.
A presença de turistas europeus é tão grande que, entre as inúmeras hospedagens, há um Club Med, rica rede hoteleira. Outro exemplo: é possível comprar, em um grande mercado —que fecha entre 12h e 15h30—, foie gras, fina iguaria francesa. Nas ruas, táxis coletivos dividem espaço com quadriciclos.
A principal atração de Cap Skirring é a praia, bem extensa, com água numa temperatura agradável e muitas ondas. Não se assuste com a grande quantidade de bois, e seus dejetos, que curtem a areia, assim como alguns cães. Infelizmente, vimos muitos peixes mortos por lá.

Há muitos restaurantes e bares à beira-mar, mas não chegamos a usufruir de nenhum deles. Queríamos fazer aulas de surfe e encontramos ao menos duas opções: pela internet achamos o Marejada Surfcamp, na via principal, e, andando por lá, vimos uma barraca à beira-mar (sem indicativo do nome), com aulas a 13.000 (R$ 115,50) —nem sempre o proprietário está lá.
Aproveitamos bastante a praia no último dia de 2022 e, em 1º de janeiro, a Pati teve uma péssima experiência: algum animal a cortou, enquanto estava na água, e deixou um pouco de veneno em seu pé. A dor era tanta que fomos ao hospital em Oussouye. Depois disso, passamos alguns dias no hotel, ela repousando no quarto e eu nas redes à beira do rio.
Por causa desse problema de saúde, acabamos não visitando o museu Kadioute, onde é possível conhecer as tradições diolas —grupo originalmente entre Gâmbia, sul do Senegal e Guiné-Bissau. Também há bastante da cultura local em lojas do centro, que vendem roupas e artesanato senegaleses.
Parque Nacional Niokolo-Koba
Enquanto planejávamos o que visitar no Senegal, descobrimos o Parque Nacional Niokolo-Koba, no sudeste do país, próximo a Tambacounda. Um dos patrimônios da Unesco, o local tem uma rica vida selvagem, como antílopes, leões, leopardos, elefantes e chimpanzés, além de pássaros, répteis e anfíbios.
Como há uma série de taxas de entradas —por pessoa, por carro e por guia—, além do aluguel do veículo e o pagamento pelo motoristas, optamos por não ir ao parque e concentrar esforços e economias no litoral senegalês.




















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