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Como é viajar de avião entre países da África e a nossa entrada no Gabão


Com todos os preconceitos existentes sobre a África, a aviação não fugiria deles –ainda mais se pensarmos que muita gente ainda acha que por essas bandas só existe rua de terra.

Eu particularmente tenho medo de voar. Desde que comecei a ver os vídeos do Lito Sousa, no canal Aviões e Músicas, passei a lidar melhor por causa de um fator específico: é muito seguro viajar de avião. Pelo menos nas Américas e na Europa, devido às normas de segurança. Então eu não estava lá muito empolgada em pegar uma aeronave na África.

Quis o destino, porém, que precisássemos adicionar esta “aventura” à nossa viagem depois de termos que pular a Nigéria. Estávamos no Benim e escolhemos o destino com base no preço. Assim chegamos à Afrijet (que não aparece no Google Flights) e a Libreville, no Gabão.

O preço, 192.700 XOF (R$ 1.545), assusta um pouco, mas compramos com quatro dias de antecedência –e mesmo assim não variava algumas semanas adiante. A diferença é que inclui algumas regalias que não vemos mais no Brasil, onde as passagens frequentemente chegam a esse preço, ainda mais se for em cima da hora.

Para começar, possuíamos franquia de bagagem de duas malas de 23 kg cada. Assim, despachamos as nossas mochilas com 11 kg e 12 kg –por ser um voo direto, não nos preocupamos muito que se perdessem, mas separamos uma muda de roupa para levar na cabine.

O processo de despacho foi simples e ágil. Sem fazer o check-in antes, o fizemos ali no balcão, bem rapidamente. Malas etiquetadas, lá foram elas pela esteira –sim, tudo funciona quase igual a qualquer aeroporto que vemos no Brasil e na Europa. A diferença, nesse início, foi a segurança para entrar no terminal, em Cotonou, com revista pessoal, e a checagem dos documentos (como visto) ainda na fila do check-in. Como existem poucos voos saindo de lá, todos tinham o mesmo destino.

Mochilas despachadas, hora de entrar para a sala de embarque. Diferentemente das fronteiras terrestres que encontramos por aqui, que muitas vezes fazem os registros em livros, a saída foi toda computadorizada e com registro de digitais e foto. O processo, aliás, é bem rápido.

Tínhamos duas horas e ficamos surpresos ao ver no aplicativo do Visa Airport Companion que possuíamos acesso à única sala VIP dali. Expectativa é uma praga mesmo, pois o aplicativo está desatualizado (e mais uma vez ficamos insatisfeitos com o nosso cartão de crédito, né, dona XP).

Bom, havia um café na área de embarque e Wifi no terminal, mas com tempo de uso limitado. Comemos um pain au chocolat e tomamos um café a um preço ok: 2.000 XOF (R$ 18) o combo.

Hora de embarcar, o que, para mim, é a hora da verdade: qual modelo de aeronave iríamos voar. Não posso dizer que fiquei feliz ao ver que era um ATR, mas, se é para ser um turboélice, que ao menos seja da Embraer (às vezes sou nacionalista assim). Subimos, e a aeronave era exatamente como os ATRs que voamos no Brasil (ok, os da Passaredo parecem mais antigos).

As comissárias de bordo eram gentis em indicar os assentos, visto que muitas pessoas não estão acostumadas a andar de avião –vamos combinar, 192.700 XOF a passagem é complicado em um país em que o salário mínimo é de 52.000 XOF (R$ 466,50).

Partiu decolar –sem atrasos– para Libreville. Era temporada de chuvas, e fiquei com medo de pegar tempestade no trajeto, pois nos aproximávamos cada vez mais da linha do Equador. Todos os meus receios se mostraram desnecessários. Foi um voo tranquilo, e as regalias continuaram. Havia Wifi para acessar o entretenimento de bordo no celular, serviram um sanduíche bem recheado e ainda tinha travesseiro.

Pousamos em Libreville já no início da noite, com o tal do visto desnecessário no passaporte. Ainda bem que corremos para conseguir o documento, pois dois funcionários pediram, e a agente que carimbou nossos passaportes brasileiros também foi direto procurá-lo –talvez a circular ainda não tivesse chegado por lá.

O aeroporto da capital gabonesa é maior que o de Cotonou, mas este parecia mais novo. Além disso, são várias checagens: duas de documentação, a do carimbo, a das malas (para ver se o bilhete em mãos bate com o que está colado na bagagem) e a revista, esta aleatória. Passamos sem ter que abrir nossas mochilas.

Ao sair da área de embarque, nossa carona já nos aguardava, e foi um alento não ter que se preocupar em encontrar táxi, pois um casal de brasileiros muito gente fina nos convidou para ficar na casa deles, mas isso é história para um outro post.

Por fim, tudo o que está neste texto deveria surpreender? Não, mas dado o contexto africano e as ideias pré-concebidas que existem sobre o continente, é sempre bom frisar que até voar ocorre dentro da normalidade.

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