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Na Namíbia, cidades conservam arquitetura alemã e reúnem bons cafés


Com tantos atrativos naturais, as cidades na Namíbia acabam ficando em segundo plano —mas isso não quer dizer que elas não tenham seu charme. Os muitos cafés aliados ao frio de junho (em especial, depois de tanto passar calor) são alguns dos fatores que tornaram os locais mais atrativos para nós.

Um pouco de história

No fim do século 19, a Namíbia foi uma colônia alemã. Como toda história de invasão, esta também foi sangrenta. Entre 1904 e 1908, ocorreu uma guerra de resistência que teve campos de concentração, genocídio de 75 mil namibianos e nativos decapitados.

Tendo dizimado boa parte de seus inimigos, os alemães saíram vitoriosos e permaneceram no país até o fim da Primeira Guerra Mundial, quando precisaram abrir mão dos seus territórios na África (além da Namíbia, Togo e Camarões no lado Ocidental).

Os conflitos, no entanto, não acabaram com a saída dos europeus. O regime racista de apartheid sul-africano invadiu a Namíbia e passou a governá-la. No pós-Segunda Guerra, houve até requisição para se tornar um protetorado da recém-criada ONU, mas a situação se arrastou por décadas, que incluíram o Massacre de Cassinga em 4 de maio de 1978.

No fim da década de 1980, os angolanos ajudaram a libertar os namibianos do regime sul-africano, e o país de fato se tornou um protetorado da ONU. Já a independência foi conquistada em 21 de março de 1990.

Entrada da primeira exposição no Museu da Independência, em Windhoek

Windhoek


Informações práticas*:
  • Média preço almoço (sem bebidas)**: 170 NAD (R$ 48)
  • Média gasto em cafés: 129 NAD (R$ 34)
  • Média preço hospedagem: 550 NAD (R$ 147)
  • Visto: não é necessário para brasileiros, e o tempo de permanência é definido por formulário na entrada
  • Moeda: dólar namibiano (R$ 1 = 3,81 NAD)
  • Dica: cartões são amplamente aceitos, podendo, assim, evitar as longas filas para sacar dinheiro.

* valores para junho de 2023 para duas pessoas
** café da manhã e jantar cozinhamos no hostel


A capital da Namíbia (Vinduque, na pronúncia em português) tem parte de seu charme atribuído aos ares interioranos. Com cerca de meio milhão de habitantes, o comércio durante a semana fecha às 17h e, aos domingos, o centro da cidade é um completo deserto, exceto por um ou outro turista circulando por aí.

A arquitetura da região central é tipicamente alemã, assim como boa parte dos viajantes que visitam a cidade e o país —Faraó brinca que um hostel na Alemanha não teria tanto germânico como tem por lá. As avenidas são largas, há parques que garantem a arborização, além de uma igreja e alguns museus.

Visitamos o Museu da Independência, onde a triste história do país é narrada de maneira visual bem impactante. Mesmo sem muita explicação por escrito, dá para entender um pouco sobre o que tornou a Namíbia o que é hoje —mas uma visita guiada faria diferença.

São três andares de exposições, que vão da colonização alemã à independência. No quarto andar, há um restaurante com preços acessíveis e uma linda vista que suaviza o impacto após ver tanta tragédia.

Ali ao lado fica a Christuskirche, que estava fechada, mas conta com alguns “guias” que dizem poder pedir para abrir para visitar. Dispensamos a ajuda e seguimos nosso caminho. Também na região está o Museu Nacional da Namíbia, cuja visita, para nós, teve de ficar para outro momento.

Outra parada interessante é o Namibia Craft Centre, um mercado de artesanato com inúmeras peças locais, bem como diferentes tipos de souvenires —uma raridade para nós que vínhamos da África Ocidental. Ímãs, chaveiros, enfeites de Natal, cadernos, bolsas, camisetas, moletons… tem muita variedade mesmo.

Mas, se quiser dar uma economizada, na avenida da Independência há vendedores na rua, com menos variedade, mas com preço mais atrativo —só que eles são mais insistentes na abordagem.

Swakopmund


Informações práticas*:
  • Média preço almoço (com bebidas)**: 194 NAD (R$ 54)
  • Média preço jantar: 224 NAD (R$ 62)
  • Média gasto em cafés: 130 NAD (R$ 36)
  • Média preço hospedagem: 600 NAD (R$ 164)
  • Visto: não é necessário para brasileiros, e o tempo de permanência é definido por formulário na entrada
  • Moeda: dólar namibiano (R$ 1 = 3,81 NAD)
  • Dica: transporte público não é algo comum na Namíbia, mas é possível contratar um shuttle (300 NAD/ R$ 79 por pessoa) ou ir de táxi coletivo (190 NAD / R$ 50 por pessoa) para Swakopmund —são confortáveis, mas os motoristas correm muito nas estradas.

* valores para junho de 2023 para duas pessoas
** café da manhã cozinhamos no hostel


A cidade no litoral é ainda mais interiorana que Windhoek. Os habitantes não chegam a 50 mil, e o centro, a parte mais turística, concentra a maior parte dos brancos. Aqui também é preciso ficar atento aos horários de funcionamento —além de fechar cedo, a bebida alcoólica nos mercados é proibida entre as 13h de sábado e a abertura do comércio na segunda.

Ponto de partida para os passeios de Sandwich Harbor e Walvis Bay, Swakop, como também é chamada, segue a linha da arquitetura germânica e reúne padarias com quitutes dos colonizadores.

Há ainda um museu sobre os grupos étnicos da Namíbia, que, apesar de muito bem recomendado, teve que ficar para uma outra visita para nós (acabamos explorando mais os cafés, pois precisávamos produzir para blog e redes sociais).

Por fim, outro atrativo da cidade é o belíssimo pôr do sol, apesar de gelado para os ares de junho. Um píer garante belas fotos, e a orla tem boa infraestrutura para um passeio à beira-mar —sendo também propícia para aquela corridinha.

Cafés e hostels

Dividimos nosso tempo entre trabalho e visita, como tem sido a nossa rotina na viagem. E, apesar de fecharem cedo, as duas cidades contam com uma gama de cafés e hostels com Wi-Fi de qualidade variável, mas muitos com conexão ótima —o que vinha sendo mais raro.

Em Windhoek, ficamos no Paradise Garden Backpackers (550 NAD o quarto de twin privado, com banheiro compartilhado), que possui um clima muito legal e ajuda a encontrar viajantes para trocar experiência e até animar uma viagem junto (como foi o nosso caso), mas a internet é ruim para trabalhar. Já o TaTe Village (775 NAD o quarto de twin privado, com banheiro compartilhado), a poucos metros dali, possui uma conexão excelente.

Quanto a cafés, as melhores conexões foram no Slowtown Coffee Roasters, no centro, e no Mugg&Bean, no shopping Wernhil —lá há também o Seattle Coffee Co, cuja internet não é tão boa, mas o ambiente é muito agradável.

Cafés e quitutes da filial do Slowtown em Swakop

Saindo do deserto e indo em direção ao mar, Swakopmund também não decepciona nas opções de cafés e hospedagens. Por lá, ficamos no Desert Sky Backpackers (600 NAD a suíte de casal privada), por indicação do Henrique Fonseca, do Terra Adentro. A conexão é variável, mas normalmente suficiente para fazer videochamadas. A questão é que apenas um voucher é gratuito, e depois é preciso pagar 30 NAD (R$ 8) por senha.

Já as instalações são algo à parte. Há uma cozinha bem equipada, um agradável jardim e quartos compartilhados e individuais —estes contam com utensílios para fazer café e sanduíche, além de geladeira própria. E também tem a Micha, uma labradora muito amorosa, e duas gatas.

Quanto a cafés, testamos três: Slowtown (de novo), Stadmitte e Village. A internet da filial do Slowtown em Swakop não é das melhores, mas dá para trabalhar se não depender de uma conexão rápida. A do Stadmitte, por sua vez, não decepcionou, apesar de ser necessário pedir um voucher para usar. Por fim, a do Village foi inexistente um dia, mas no outro funcionou perfeitamente bem —e a simpatia dos funcionários e os doces nos conquistaram.

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Uma resposta para “Na Namíbia, cidades conservam arquitetura alemã e reúnem bons cafés”.

  1. Avatar de Nina Rosa Lima Medeiros
    Nina Rosa Lima Medeiros

    Oi , Achei muito linda e, parece alegre, Namíbia. Mas estou de longe e as fotos mais os escritos me animaram. Que viagem maravilhosa! Continuem mandando seus comentários, assim vou viajando, ainda que muito distante com vocês. Beijos, fiquem com Deus.

    Curtido por 1 pessoa

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