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No Etosha, no norte da Namíbia, vimos leões, elefantes e rinocerontes


O norte da Namíbia, onde fica o parque Etosha, faz o viajante nascido nos anos 1980/90 realizar um sonho de infância de ver em carne e osso os personagens principais dos desenhos “O Rei Leão” e “Madagascar”. Obviamente, a uma distância bem segura, de dentro do carro.


Informações práticas*:
  • Aluguel do carro: 3.366 NAD (R$ 879) por dia**
  • Camping/hotel (4 diárias): 318 NAD (R$ 84,50)
  • Entradas: 150 NAD (R$ 39) por pessoa e 50 NAD (R$ 13) por carro
  • Visto: não é necessário para brasileiros
  • Moeda: dólar namibiano (R$ 1 = 3,83 NAD)
  • Dica: é preciso paciência, perseverança e sorte para avistar animais no Etosha; use como guia o app iOverlander

* valores para julho de 2023
** preço inclui devolução em outro país e cruzamentos de fronteira


Junto ao mineiro Henrique, alugamos um carro para viajar com independência para a região norte e, no Etosha, escolher quais os melhores caminhos a percorrer. Graças a essa liberdade pudemos aumentar um dia do nosso planejamento e acampamos dentro do parque.

Como nosso roteiro envolve visitar também os países vizinhos, procuramos um carro com devolução em outro lugar e com barracas acopladas no teto, no mesmo estilo que pegamos com a alemã Katrin, com quem viajamos pelo sul da Namíbia. Os preços, porém, estavam acima do nosso orçamento.

A solução encontrada foi alugar uma caminhonete cabine dupla e comprar uma barraca para nós 3. Assim, além de mochileiros, passamos a ser estradeiros e campistas.

Parque Etosha

A cerca de 415 km da capital, Windhoek, o parque Etosha tem 4 entradas: Galton, Anderson, Von Lindequist e King Nehale Lya Mpingana (diária a 150 NAD/R$ 39 por pessoa e 50 NAD/R$ 13 por carro).

Viajamos em alta temporada, então 2 dos campings (Okaukuejo e Namutoni) dentro do parque estavam lotados. Acabamos ficando no Etosha Safari Lodge, opção próxima ao portão Anderson, o que nos permitiria chegar cedo ao local.

Administrado pela Gondwana, empresa responsável por alguns hotéis/campings dentro ou próximos de parques namibianos, onde ficamos tem um grande gramado e banheiros/chuveiros limpos, além de várias pias espalhadas. Pagamos 287 NAD/R$ 75 por pessoa para montar a barraca.

Nossa primeira experiência não foi das melhores. Coubemos os 3, sem ficarmos amontoados, mas o frio intenso da madrugada não facilitou a minha noite de sono, nem a da Pati.

Na manhã seguinte partimos cedo para o Etosha, entrando no parque às 7h30 —o horário de abertura e fechamento dos portões varia semanalmente, dizem. No portão, preenchemos um formulário enquanto a funcionária colocava nossos dados num caderno. O pagamento foi feito apenas na recepção do hotel Okaukuejo.

Elenco de ‘O Rei Leão’

Como estávamos sem guia, nos orientamos pelo iOverlander, um aplicativo colaborativo com indicações de hospedagens, fronteiras e restaurantes. No caso, informava sobre os poços d’água e avistamentos de animais.

Já na primeira parada vimos alguns carros estacionados, principalmente as jardineiras (veículos abertos em que assentos têm diferentes alturas) com turistas. Se tem visitantes aos montes, coisa boa deve ser.

Naquele poço estavam várias zebras e antílopes. O que mais interessava aos visitantes, entretanto, eram os 4 leões: a mãe, 2 adolescentes e 1 filhote. Virei expert? Obviamente que não. Mas era só ver o tamanho dos felinos e como 2 delas se cutucavam. Quer atitude mais típica de adolescente?

Em outros poços e no caminho entre eles encontramos ainda dezenas de zebras, antílopes dos mais variados tipos —gnus (wildbeast), cabras-de-leque (springbok) e órix—, todos vivendo em harmonia.

É claro que o que mais chamou minha atenção foi ver as girafas, os elefantes e os rinocerontes. Enquanto os 2 primeiros são vistos a quilômetros de distância, os últimos ficam escondidos no meio do mato.

Para avistar os animais selvagens é preciso ter paciência, disposição para circular nas primeiras ou últimas horas do dia e sorte. Em ao menos duas vezes contamos com isso, quando, em aglomerações de carros, vimos uma leoa se alimentando, embaixo de uma árvore, e um pequeno leopardo caminhando em meio ao mato.

Diante de tanta vida selvagem, avaliamos que seria melhor dormir dentro do Etosha, para ter mais chances de avistar animais ao anoitecer e ao amanhecer. Assim, tentamos vaga no Halali, um camping longe das entradas, e, por sorte, conseguimos (diária a 450 NAD/R$ 117,50).

A persistência —e a diária— valeu a pena. No poço d’água próximo ao camping, à noite, vimos uma manada de elefantes, alguns monopolizando o açude, outros brincando —ou brigando?— e ainda alguns apenas convivendo harmoniosamente. Nas duas contagens que fiz, cheguei ao número de 41 paquidermes. Não quero nem pensar quanto pesava ao todo essa trupe.

Além desses bichões enormes, o açude ainda foi visitado por um casal de leões, que nem chegaram perto da água diante dos elefantes monopolizadores. Quando o último deles foi embora, rinocerontes vieram, e 2 deles ainda ficaram se encarando por muito tempo. Não foi desta vez que presenciamos uma luta entre pesos-pesados.

Após a segunda noite mal-dormida, com fortes ventos que faziam a barraca balançar bastante, madrugamos para vermos a vida selvagem existir em volta do açude, ao nascer do Sol. Para nossa tristeza, nenhum animal se aproximou.

Tiramos o dia para percorrer vários poços d’água do leste do Etosha, e voltamos a ver dezenas de zebras e antílopes e algumas girafas, além daquele leopardo no meio do mato —no fim, ele atravessou a estrada.

Elefante atravessa a estrada no Etosha

O ponto alto do segundo dia no parque foi quando um grande grupo de elefantes passou perto de nosso carro e um deles ainda abriu suas orelhonas enquanto nos olhava. Seria um “saiam fora daqui!” ou um simples “e aí, pessoal?”? Não sabemos, mas rolou uma certa tensão nos tripulantes do carro.

Região do Caprivi

Após o Etosha, nosso destino era a região do Caprivi, uma longa faixa namibiana que divide Angola de Botsuana, o próximo país da nossa expedição.

No meio do caminho, dormimos em Grootfontein no Bambi Lodge, uma pousada simples de suítes (1.000 NAD/R$ 270 para 3 pessoas) com banheiros antigos e proprietário esforçado.

Depois de muita estrada, ficamos em Divundu, no Divundu Guesthouse. O bangalô (907 NAD/R$ 237 para 3 pessoas) é simples, mas com um banheiro mais moderno. O café da manhã foi o ponto alto da hospedagem, pois tinha uma grande variedade que não víamos desde o Marrocos, 8 meses atrás.

Ao entrar na Caprivi Strip, já fomos recepcionados por um elefante atravessando a rodovia. Como disse o Henrique, “parece que estamos entrando no Animal Kingdom” (parque de diversões na Disney).

Seguindo uma marcação do iOverlander, nos embrenhamos em uma estradinha de areia, que nos deu um sufoco danado. Nossa sorte é que o carro era 4×4 e o Henrique, um motorista experiente. A recompensa? Uma família de hipopótamos na beira do rio. A maioria estava dormindo, mas pudemos ver uma mãe com seu filhote acordados.

Mamãe hipopótamo e seu filhote aproveitam o leito do rio

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Uma resposta para “No Etosha, no norte da Namíbia, vimos leões, elefantes e rinocerontes”.

  1. Avatar de Ângelo Medeiros
    Ângelo Medeiros

    Uau ! África com grife National Geographic ! Muito show, vcs merecem.

    Curtido por 1 pessoa

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