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Com problema médico em Angola, recorri ao plano de saúde e foi sucesso


Uma das piores coisas que podem acontecer ao viajante (numa temerosa lista ao lado de morrer ou perder um familiar/amigo; sofrer algum tipo de violência; não ter mais posse de seu passaporte) é recorrer ao plano de saúde quando se está em outro país. E foi exatamente isso que enfrentei ao chegar a Angola, no início de maio.

Após atravessarmos a fronteira entre RD Congo e Angola, pegamos um ônibus noturno até a capital, Luanda. No meio da madrugada comecei a sentir muita vontade de urinar, a ponto de cogitar esvaziar a garrafa d’água para enchê-la novamente. Nunca fiquei tão feliz em parar em tantas barreiras policiais.

Por volta das 4h passei a sentir uma dor lascinante na base das costas, o que me fez relembrar as vezes que tive pedra no rim. Sim, pessoa que me lê, enfrentei esse problema não uma, mas duas vezes na vida, quando tinha por volta de 25 anos.

Em solo angolano, a dor me impossibilitava de me acomodar no banco, e eu me remexia a todo instante para encontrar uma posição confortável. Quando o pneu do ônibus furou, a poucos quilômetros de Luanda, o desespero bateu. Assim como meu sofrimento físico, a ponto de eu vomitar duas vezes, do lado de fora do veículo, enquanto o motorista aguardava ajuda.

Por sorte um passageiro arranjou um táxi e grudamos nele para chegar logo à nossa hospedagem. Cerca de 40 minutos depois estava eu deitado no chão do box, tentando tomar banho. Agora, ao menos, pude recorrer ao estojo de remédios que carregamos na mochila e, após tomar Tandrilax, minha dor sumiu (momentaneamente), a ponto de dormir por 3 horas.

Enquanto eu estava no chuveiro, a Pati ligou para nosso novo plano de saúde, a Genki, voltada a nômadeis digitais. Não é figura de linguagem quando falo “novo”, pois tínhamos migrado para ele menos de 14 dias antes. Nos primeiros 6 meses de viagem pela África utilizamos a World Nomads, e a Pati inclusive precisou recorrer ao seguro de viagem no Senegal, quando se feriu no mar no primeiro dia de 2023.

Ao telefone, o atendente informou, em inglês, que não havia nenhum médico, clínica ou hospital para indicar, mas que poderíamos recorrer a qualquer profissional e depois solicitar reembolso. Seria pagar para ver.

O efeito do remédio me fez ter uma manhã produtiva, o que foi essencial para irmos até o aeroporto e regularizar nosso visto angolano. Por volta das 14h, cerca de 8 horas depois de ingerir o Tandrilax, a dor voltou. De dia seria mais fácil encontrar ajuda médica.

A cerca de 10 minutos de caminhada de nossa hospedagem estava a European Medical Clinic, um empreendimento comandado por um profissional libanês. Após uma breve consulta com ele, em uma conversa misturando português e inglês, exame de sangue e ultrassom, tudo no mesmo prédio, o diagnóstico: pedra no rim, que gerou uma infecção urinária —ah lá quem voltou.

O tratamento começou na hora, com soro aliado a antibiótico e remédio para dor, tudo na veia. E isso se repetiria por mais 2 dias. Além disso, eu precisaria tomar outros 3 remédios por ao menos uma semana: um antibiótico, um medicamento para dilatar minha uretra e outro, um pó que eu deveria misturar na água, para diminuir a pedra.

A minha alegria de tomar soro

Sim, o objetivo era que o cálculo renal, de 3 mm, ficasse menor e saísse naturalmente do meu corpo. A primeira pedra que descobri foi tirada na base da cirurgia, enquanto a segunda expeli naturalmente. Não foi legal a experiência.

Após mais de uma semana tomando duas vezes ao dia a horrível fórmula pó + água e bebendo muito líquido —e apenas uma dose diária de café, negociada com o doutor libanês—, voltei à clínica para um novo ultrassom, a fim de ver o tamanho da pedra. A infeliz ainda estava lá, mas agora com 2,7 mm. Pequenas vitórias, não é mesmo?

Acabamos ficando 17 dias em Luanda, tanto pelo tratamento como para saber o que fazer na sequência. Uma cirurgia para retirar o cálculo? Se sim, em Angola ou no Brasil? Diante do resultado do exame, o médico me liberou a seguir viagem. E agora era torcer pra maldita pedra sair. Após 3 meses, ou ela continua aqui dentro, ou partiu sem dar tchau —o que acho bem difícil, infelizmente.

Genki x World Nomads

Enquanto a World Nomads é um seguro de viagem, a Genki é um plano de saúde. Como assim? Ambas têm coberturas médicas e até de traslado de corpo em caso de morte, mas a primeira também engloba problemas comuns a viajantes, como perda de bagagem ou atraso de voo. Esses pontos, porém, não fazem parte no nosso cotidiano, já que viajamos por terra.

Além disso, tivemos uma experiência ruim com a World Nomads quando a Pati teve seu acidente no Senegal. Para reembolso, enviamos recibos médicos e despesas da farmácia e do táxi. Porém, como estávamos no interior, ou os documentos eram feitos à mão, ou não existiam.

No fim, o seguro de viagem cobriu apenas os custos do hospital e desconsiderou os demais gastos. Se um médico fosse enviado até nós, o táxi dele seria pago, não? O nosso, para ir ao hospital, não. E aí fica a ironia: se o plano se diz mundial, deveria entender que não é todo lugar que tem recibo impresso.

Nossa experiência com a Genki foi bem melhor. Estávamos no período de carência, de 14 dias, mas eles cobrem despesas médicas caso provemos que tínhamos outro plano de saúde antes. Ajudou também o fato de estarmos em uma capital e todos os recibos médicos e farmacêuticos serem impressos.

O pedido de reembolso é simples, com envio de tudo que tiver relacionado ao problema, de exame e diagnóstico médico aos recibos. O único porém foi a demora, de quase 2 meses, para sermos ressarcidos. Desta vez, no entanto, tivemos cerca de 99% do valor aprovado —apenas uma compra na farmácia não teve o custo devolvido.

Como costumam dizer por aí, plano de saúde é algo que pagamos, mas que esperamos nunca usar. Ao comparar os valores dessas duas opções voltadas ao viajante ou nômade digital, a Genki sai ganhando. Enquanto a mensalidade dela custa 54,60 euros (R$ 317,50) —na modalidade de que, se utilizado, serão descontados 50 euros (R$ 291) do valor a ser ressarcido como forma de coparticipação—, a World Nomads cobra R$ 569.

Gostamos tanto do atendimento e da política de reembolso da Genki que até viramos associados deles. Assim, se você contratar o serviço deles por meio do nosso link, recebemos uma comissão. É a velha ideia de todos saem ganhando: você tem um bom plano de saúde em todo canto do mundo e nós ganhamos dinheiro.

Só fica a recomendação de, antes de aderir a algum seguro, fazer uma boa pesquisa para saber qual é a melhor opção para o seu perfil. Para nós foi a operadora alemã, mas para você pode ser a do cartão de crédito ou alguma outra.

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