Se você já nos acompanha aqui há algum tempo, sabe que viajamos de transporte público –e quantos perrengues não passamos por causa disso. Mas, por um acaso do destino, tivemos a oportunidade de viajar de carro alugado entre países com um mineiro, o Henrique.
Nos sentimos à vontade de partir nessa aventura, uma completa novidade para nós dois, por alguns motivos: a experiência de Henrique em viajar de carro, a tranquilidade de circular pelas estradas na Namíbia (sem barreiras policiais), os relatos sobre as estradas da África do Sul e o fato de poder pegar em um país e devolver em outro, ainda que isso reflita em uma adição considerável no preço do aluguel.
Pensa em cair na estrada e conhecer essa parte da África a quatro rodas? Confere então um breve passo a passo que separamos:
Custo
Como quase tudo que envolve viagem, quanto antes você fizer a reserva, mais barato vai sair. São muitas as empresas em que é possível alugar o veículo, desde as mais internacionais, como Avis, Hertz e Europcar, até as mais locais, como a Savanna Car Hire e Explore Africa Travel –estas com a possibilidade de vir com equipamento para acampar, como fizemos em nossa volta pelo sul da Namíbia.
Fizemos duas viagens de carro, a primeira entre Namíbia, Botsuana e África do Sul, e a segunda na África do Sul e em Essuatíni, com reserva feita cerca de uma semana (ou menos) antes de partir. Para facilitar, utilizamos o site da Drive South Africa, que mostra o preço de diferentes locadoras, mas impõe um limite de quilometragem. Nesse sentido, a Europcar também tem essa limitação no site sul-africano, mas oferece quilometragem livre no site internacional.
Nas duas oportunidades optamos pela Europcar, que oferecia o melhor custo-benefício. Para 15 dias (14 noites) de aluguel, pagamos o seguinte:
- Aluguel: 24.302 NAD (R$ 6.480,50)
- Travessia de fronteiras: 4.410 NAD (R$ 1.176)
- Taxa de devolução em outro local (Windhoek-Cidade do Cabo): 8.750 NAD (R$ 2.333)
- Seguro com cobertura total: 9.208,83 NAD (R$ 2.455,50)
- Demais taxas: 127 NAD (R$ 34)
Total: 46.797,83 NAD (R$ 12.479,50)
Para essa mesma viagem, fizemos a cotação com as duas agências locais, com equipamento para acampar. Os valores passados foram estes: 60.465 NAD (R$ 16.124) pela Savanna Car Hire e 3.604,50 euros (R$ 20.942).
Já para a segunda etapa, vimos nas três principais, e pagamos o seguinte para 7 dias (6 noites) pela Europcar:
- Aluguel: 9.740 rands (R$ 2.661)
- Travessia de fronteiras: 1.470 rands (R$ 401,50)
- Abastecimento: 123,60 rands (R$ 34)
- Taxa de devolução em outro local (Cidade do Cabo-Joanesburgo): 1.490 rands (R$ 407)
- Seguro com cobertura total: 2.416,38 rands (R$ 660)
- Pedágio: 645,78 rands (R$ 176,50)
- Demais taxas: 165 rands (R$ 45)
Total: 16.050,76 rands (R$ 4.385,50)
Já o custo do combustível ficou com os seguintes valores: R$ 2.881,80 para o roteiro de 15 dias em que o carro era a diesel e R$ 1.153,86 para o roteiro de 7 dias com carro a gasolina.
Seguro
Talvez você não ache necessário contratar um seguro com cobertura total, mas a nossa recomendação é que, apesar de caro, ele pode valer a pena no fim. No nosso giro pelo sul da Namíbia, precisamos comprar um pneu novo para o carro alugado, e a alemã com quem estávamos viajando teve problemas com vidro trincado no norte do país.
De maneira geral, não tivemos nenhum contratempo do tipo, mas circulamos por estradas de cascalho e arenosas. No retorno, na Cidade do Cabo, a funcionária da Europcar olhou milímetro por milímetro do carro, inclusive um arranhão no aro que não sabemos se já estava lá ou não. Como tínhamos a cobertura total, não houve percalços maiores.
Carteira internacional de habilitação
Precisa? Não vou dizer nem que sim, nem que não, mas é bom ter. Fiz a minha depois de termos saído do Brasil, então só tenho a foto dela, mas em nenhum momento ela foi pedida, nem na locação, nem por policiais, nem na fronteira. Mas é sempre bom garantir.
Travessia de fronteiras
Transitar entre os países da parte sul da África é muito tranquilo mesmo com carro alugado –é possível incluir ainda Zâmbia e Zimbábue. É preciso, no entanto, informar a intenção de cruzar as fronteiras para que a locadora inclua, no documento, a autorização para a travessia. Isso tem um custo, é claro, e a Europcar cobra cerca US$ 70 (R$ 350) por fronteira, e o pedido é feito por email (info@europcar.za).
Poucos oficiais olharam o documento, mas é importante tê-lo para evitar dor de cabeça. Além disso, normalmente o motorista precisa preencher um formulário e carimbar um papel para entregar para um oficial do lado de fora. Esses regulamentos variam, então vale observar outros motoristas para saber o que fazer.
Taxas dos países
Ao entrar nos países, talvez seja preciso também quitar uma taxa de circulação. Nas três fronteiras pelas quais passamos, duas cobraram: Botsuana e Essuatíni. O pagamento é feito em um guichê na área de imigração, e cartões são aceitos. Essas foram as taxas:
- Botsuana: 280 pulas (R$ 105)
- Essuatíni: 100 rands (R$ 25)
Barreiras policiais
Diferentemente da África Ocidental e Central, as barreiras policiais para checagem de documentos são praticamente inexistentes por esses países, e até por isso é mais tranquilo circular. Botsuana foi onde vimos um controle maior, mas pediam a carteira de motorista (a brasileira mesmo), viam e liberavam. Não estávamos acostumados a essa simplicidade.















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