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Na fronteira Ruanda-Uganda, oficial encrencou com nosso visto triplo


Cruzar a fronteira de Ruanda a Uganda nos dá a sensação de que a vida de atravessar países no leste da África está finalmente se tornando mais fácil. Pesa nessa avaliação, obviamente, algumas travessias recentes, quando precisamos correr atrás do ônibus entre Burundi e Ruanda ou quando levamos 3 dias entre o leste da Tanzânia e a capital burundesa.

Para sair de Kigali, pegamos na rodoviária —a alegria do viajante de ter um local de onde partem os veículos de várias empresas— o ônibus das 20h, da Jaguar. Ele ia direto a Kampala, a capital ugandesa, mas nosso destino era Kabale, logo após a fronteira. Objetivo: ver gorilas!

Como chegamos ao guichê da empresa no meio da tarde com as mochilas para garantir as passagens (20.000 francos de Ruanda/R$ 83,50), tivemos que nos ocupar por várias horas. Fomos a um hotel ali perto, mas o atendimento era tão demorado e o café tão ruim que nem vou colocar o nome aqui. Ao menos pudemos sacar dinheiro num dos vários ATMs das cercanias.

O ônibus era confortável e partiu pontualmente às 20h. E, durante as horas que passamos na região antes de rumar para Ruanda, testemunhamos algumas quedas de energia. Para nossa sorte, na última já estávamos dentro do veículo —quem é brasileiro sabe que não é nada convidativo ficar perto de rodoviária num blecaute.

Fronteira Ruanda-Uganda

Chegamos ao posto único de fronteira às 21h30 e, como sempre, tentamos sair o quanto antes do ônibus, já que os oficiais costumam demorar um pouco mais diante dos passaportes dos estrangeiros.

Na primeira saleta, enquanto formava uma fila dos passageiros, um funcionário me pediu o comprovante de vacinação contra a febre amarela e ignorou o da Pati. Na sequência, passamos nossas mochilas pela inspeção de raio-x.

Numa grande sala, com 4 agentes ruandeses e 2 ugandeses lado a lado, garantimos nosso carimbo de saída. No guichê de entrada, veio o suspense. A funcionária encrencou com o visto da Pati, aquele EAC Visa que tiramos na fronteira Burundi-Ruanda e que dá direito a livre circulação em 3 países: Ruanda, Uganda e Quênia.

Após alguns minutos inspecionando o passaporte italiano da Pati, a ugandesa saiu dali e foi para o guichê ruandês, provavelmente conferir a autenticidade do documento.

No retorno, perguntou onde foi feito e não se mostrou nada contente com a resposta. Acreditamos que ela deve ter desconfiado do visto preenchido à mão, mas, no final, o que importa é que ela deu o carimbo de entrada.

Aí chegou a minha vez e, com um histórico nada favorável por ter um passaporte polonês —já tive alguns vistos negados, como o de Angola e o de Moçambique, mesmo apresentando os mesmos documentos que a Pati—, temi. Para minha alegria, a funcionária mal olhou meu documento e o carimbou. A última coisa que queríamos era ficar de noite na fronteira resolvendo problemas.


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Em 25 minutos, ao todo, estávamos com os passaportes devidamente aprovados, mas ainda tivemos que esperar 50 minutos até os demais passageiros cuidarem de suas burocracias.

Pelo menos deu tempo de nos desfazermos dos francos em troca de xelins ugandeses em um dos guichês do prédio. Essa foi a primeira vez que vimos, no edifício da fronteira, uma casa de câmbio.

Kabale fica a uns 15 minutos de lá e chegamos lá por volta da meia-noite —lembrando que Uganda está 1 hora à frente de Ruanda. Assim, levamos 3 horas para percorrer os 105 km que separam Kigali da cidade ugandesa.

Lá, fomos abordados por pilotos de boda-boda, como são chamadas as motos no país, mas, como não nos sentimos seguros em andar nesse tipo de veículo, procuramos um táxi. Um homem quis um preço exorbitante para nos levar até o hotel. Rimos e decidimos percorrer os 2 km a pé. Para nossa sorte, no caminho um casal ofereceu carona.

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