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Jordânia une Petra histórica, Amã cosmopolita e exótico mar Morto


Jordânia, com toda a sua simpatia, se mostrou uma ótima porta de entrada para o Oriente Médio. Desde a nossa chegada, após atravessarmos o mar Vermelho vindos do Egito, recebemos muitos sorrisos e respeito. Sem falar que o país possui bastante história, em Petra, e modernidade, em Amã.


Informações práticas*:
  • Média hospedagem: 18 JOD (R$ 133,50)
  • Média almoço: 7 JOD (R$ 52)
  • Visto: é necessário para brasileiros, mas, como entramos por Aqaba, ficamos isentos de visto.
  • Moeda: dinar jordaniano (R$ 1 = 7,43 JOD)
  • Dica: para não gastar com o visto, entre por Aqaba ou compre o Jordan Pass, caso você pretenda visitar Petra.

* valores para novembro de 2023 para duas pessoas


Nossa primeira parada no país foi em Aqaba, à beira do mar Vermelho. É possível aproveitar a água tanto em resorts mais afastados, como no que a gente aportou, quanto na cidade em si. Mas, como vimos apenas homens e crianças nadando na praia gratuita, não nos sentimos à vontade em sermos os únicos estrangeiros ali.

Lá, iniciamos nossa rota gastronômica no Al Shami, restaurante com comida gostosa e fartas entradinhas humus, mutabal etc., que podem ser gratuitas dependendo daonde você for. E é comum o chá, após a refeição, também ser cortesia.

Após encontrarmos o Maria Coffee House, o adotamos como escritório por dois dias, pois há grãos de café de países como Ruanda, Guatemala e Brasil, além de diferentes tipos de preparo. Os confortáveis sofás e a boa internet fizeram o ambiente ser a melhor pedida para uma tarde fria.

Quanto à hospedagem, optamos pelo Rawa’at Alaqaba, um hotel com quarto grande, com direito a uma cama de solteiro além da de casal, pequena cozinha e até uma sacada (25 JOD/R$ 186) o café da manhã é servido no quarto. Na rua, há ainda outros 5 hotéis.

A maior vantagem, no entanto, é que ele fica a metros da estação de ônibus, que partem em direção à capital, Amã, a Wadi Rum, uma atração jordaniana muito recomendada, mas aonde não fomos, e a Wadi Musa, onde está Petra. O nosso próximo destino.

A histórica Petra

Na quinta-feira, perguntamos sobre ônibus para Wadi Musa e um homem falou que saía diariamente às 7h, por 5 JOD (R$ 37). Quando chegamos lá na sexta, porém, descobrimos que o veículo não opera no primeiro dia do fim de semana muçulmano. A solução seria ir até Ma’an, por 5 JOD, e pegar outro lá, por 3 JOD (R$ 22,50). Assim que nos aproximamos da cidade, o motorista nos avisou que esse segundo ônibus também não estava operando, e aí nos restou pegar um táxi, por 20 JOD (R$ 148,50) a corrida. Era isso ou carona.

Influenciados pela Carla Boechat (@fuigosteicontei), do blog Fui, Gostei, Contei, nos hospedamos no My Home Petra, em Wadi Musa. O quarto (15 JOD/R$ 111,50) e o café da manhã são simples, mas tem internet boa e os funcionários são simpáticos. Além disso, ele fica próximo ao centro da cidade, o que inclui bons restaurantes.

Por falar nisso, comemos no vizinho Beit Al-Barakah, a metros do hotel. A comida ali é saborosa shawarma no prato a 5 JOD e as entradinhas de cortesia são fartas. Para coroar o banquete, o chá pós-refeição é acompanhado de sobremesa, ambos também como cortesia. Como a cidade recebe muitos turistas, os garçons ficam do lado de fora dos restaurantes com cardápios na mão, convidando você a todo instante a entrar no local. E isso no frio.

Mas vamos falar de Petra, uma das sete maravilhas do mundo moderno? O sítio arqueológico é imenso! Há várias construções milenares, como o Tesouro, a mais famosa de todas e a que mais aparece no Instagram, que fica próxima à entrada, e o Monastério, a mais distante. Há ainda, lá dentro, várias trilhas, caminhos bem demarcados e alguns bem desafiadores, tamanha é a subida ou descida envolvida.

A trilha mais tradicional, que leva do portão de entrada até o “centrinho”, tem 8 km. Para seguir ao Monastério, a última atração, é preciso caminhar mais 2,5 km, isso em meio a incontáveis degraus morro acima. E para sair? Dá-lhe voltar tudo. Caso queira, há grande oferta de camelos e burricos para ajudar nesse percurso, opção que não adotamos –visivelmente os bichinhos não são muito bem tratados.

Mais uma vez influenciados pela Carla, adentramos Petra pela porta dos fundos. Ao lado da entrada, é possível pegar um shuttle gratuito até Little Petra e, dali, subir num jipe (5 JOD), que o deixará no meio do nada. Aí é caminhar cerca de 1 hora e meia morro acima e abaixo, grande parte com um trajeto bem demarcado. Em alguns mirantes, jordanianos levantaram barracas com oferta de chá e souvenires.

O Monastério é fabuloso e imenso, e nos faz perguntar como esculpiram paredes tão retas na pedra. Infelizmente não é possível entrar nele. Como chegamos ali por volta das 11h, encontramos poucos turistas, que ainda estavam a caminho de lá.

Morro abaixo, no “centrinho”, há alguns restaurantes um deles parece mais chique e banheiros, além de uma oferta maior de animais para transporte dos turistas. Dali, em uma rápida caminhada, se passa por Qasr al-Bint, Grande Templo e rua Colunata.

Os nabateus foram os principais responsáveis pela prosperidade da região que, por fazer parte da rota de comércio das especiarias, cresceu ao ponto de ter até 30 mil habitantes entre o fim da era AEC e o início da EC. Após terremotos e mudanças nessa rota, houve um declínio na região a partir do século 4 EC. Petra ainda fez parte do império romano e foi ocupada pelos muçulmanos.

Se você tiver fôlego, há uma pequena subida pela trilha dos templos e das tumbas reais e pela rua das fachadas. Seguindo o caminho tradicional, passa-se por algumas tendas de souvenires e chega-se ao Tesouro, ponto bastante movimentado. Ali, há muitos jovens oferecendo ao” turista para subir aos mirantes é de lá que são tiradas as fotos do Instagram. Ir até lá é de graça, mas, até onde entendemos, vão te cobrar ao chegar às tendas.

No caminho para a entrada do sítio, anda-se por um longo trecho contornado por enormes pedras, como num rio. É realmente sensacional transitar por ali. Depois, há um grande percurso a céu aberto, onde se vê algumas pequenas construções antigas.

Como compramos um Jordan Pass para dois dias, caminhamos apenas pela trilha principal no primeiro dia e, no seguinte, nos dedicamos à rua das fachadas e às tumbas reais. Dali, há um caminho morro acima de onde se tem uma vista panorâmica de Petra. É sensacional ver tudo lá do alto, mas o percurso, uma longa escadaria, exige muito. Tivemos que fazer várias paradas para recuperar o fôlego.

Lá do alto, ainda é possível chegar ao mirante do Tesouro, mas o trajeto não é nada demarcado. No final, encontramos uma tenda em que era cobrada a entrada. Um pouco antes, porém, havia uma pedra de onde se tem uma boa vista do ambiente. O único porém é que esse ponto tem alguns arames farpados e exige coragem do visitante.

Para descer, há duas opções: caminhar tudo de volta ou descer uma estreita e íngreme escada que leva ao Tesouro. Com muita determinação e uma certa dose de inconsequência, escolhemos a segunda alternativa. Se estamos vivos, é porque deu certo.

A entrada para um dia custa 50 JOD (R$ 371,50) o valor aumenta 5 JOD para dois dias e 10 JOD (R$ 74,50) para três, mas o espaço está incluso no Jordan Pass 70 JOD (R$ 520) para um dia de Petra, 75 JOD (R$ 557,50) para dois e 80 JOD (R$ 594,50) para três, um ingresso que dá direito a 40 atrações turísticas no país, além de isenção no visto.

Amã e sua modernidade

De Wadi Musa pegamos um ônibus (7 JOD/R$ 52) para Amã. O veículo partiu às 10h, horário indicado pelo recepcionista do hotel, e, diferentemente da África, com várias poltronas livres. No caminho ainda recolheu alguns passageiros, mas em nenhum momento viajamos apertados. O único porém foi o motorista fumar enquanto dirigia.

Na capital, nos hospedamos no Al Midan Hotel, próximo ao fervilhante centro. Com quarto confortável e sacada, oferece rápida internet e farto café da manhã (18 JOD/R$ 133,50). Sem falar no chá à vontade.

A cidade abriga vários pontos históricos, como o anfiteatro romano, cercado por uma espaçosa área com bancos, convidativa para ver a vida passar no fim de tarde, e também por prédios residenciais e movimentadas ruas. O local abrigava embates entre gladiadores e animais, e comportava seis mil pessoas.

Não muito longe dali mais precisamente a 700 m de distância, mas a 800 m de altura está a citadela de Amã. Há muitos resquícios dos tempos helênicos, com colunas imensas e a base das antigas casas. Por estar no alto, tem-se uma vista panorâmica da capital.

A região possui também uma pujante área comercial, com muitas lojas de roupas, casas de chá e restaurantes. O mais consagrado é o Hashem, com fartas porções de falafel, húmus e outros pratos árabes, tudo por um baixíssimo preço.

Você mal digere a comida e, a poucos passos dali, pode desfrutar da sobremesa. Há o Habibah, com uma fila imensa em busca do kunafeh, um prato que mescla massa fina e queijo, e o Bakdesh, que oferece deliciosos sabores de sorvete. Também visitamos o Newton, uma cafeteria com um ambiente agradável e atendimento de primeira, além de cafés ao estilo ocidental.

Mar Morto e seu exotismo

Em 2013 a Pati viajou a Israel, mas não visitou o mar Morto devido ao preço. Desta vez, não podíamos deixar passar a oportunidade, já que estávamos tão perto, a cerca de 50 km.

Os taxistas e hotéis oferecem passeio para lá, mas costumam cobrar de 50 JOD (R$ 371,50) a 80 JOD (R$ 594,50). Optamos por um ônibus da JTT, que vende passagem de ida e volta a 15 JOD (R$ 111,50). O grande problema é que, comprando pela internet, não tínhamos noção nenhuma do que deveríamos fazer lá.

O motorista, que não falava inglês, parou num resort do Ramada e nos mandou descer para falarmos com o recepcionista. Achávamos que o ônibus nos deixaria numa estação ou algo do gênero, mas foi o funcionário do hotel que teve que nos explicar como funcionava. Ele nos disse os preços do day use do espaço 30 JOD (R$ 223) com almoço incluído e 15 JOD sem e ainda informou que as praias públicas estavam fechadas.

Entendemos que teríamos que fazer cotação dos preços dos hotéis, ou então tentarmos acessar uma praia aberta. Extremamente descontentes com o serviço da JTT, fomos ao próximo resort para descobrir os valores. Infelizmente, era mais caro. No Dead Sea Spa, o day use custava 35 JOD (R$ 260), com almoço, e 20 JOD (R$ 148,50), sem. No fim, acabamos metendo a mão no bolso e lá ficamos.

Como o nível do mar Morto baixou ao passar dos últimos anos, é necessário caminhar um bocado até chegar à margem. E é uma experiência incrível! Você precisa fazer força para afundar, porque naturalmente seu corpo tende a boiar. Há placas recomendando nadar de costas e não deixar a água entrar nos olhos e na boca. Sem querer, engolimos um pouco, e o gosto é horrível!

Ali havia ainda uma fonte de lama, e vários hóspedes estavam se lambuzando com ela. Esse material possui vários benefícios, como melhoria da tonalidade e elasticidade da pele, e também controle de oleosidade. Só sabemos que, depois, nossa pele ficou bem macia.

Como a quantidade de moscas no local era extremamente grande e incômoda, fomos para a piscina, fazer valer o dinheiro gasto. Para nossa tristeza, ali também fomos importunados por esses bichos. Entre tapas nelas e pulos na água gelada, esperamos o ônibus nos buscar, no fim da tarde.

Apesar de estarmos tão próximos a Israel, tanto no mar Morto quanto em Aqaba, não presenciamos nenhum perigo ou tensão envolvendo o atual conflito entre os israelenses e os palestinos. Apenas pessoas, em Amã, com placas de apoio à Palestina, numa sexta-feira, o primeiro dia do fim de semana muçulmano.

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