Após pouco mais de 14 meses, chegou a hora de viajar para o último país dessa primeira temporada da nossa volta ao mundo. E a canseira que os oficiais da imigração do Kuwait nos deram foi para fechar com chave de ouro o nosso período no Oriente Médio.
Surpreendentemente, o Aeroporto Internacional de Bahrein, de onde partimos, se mostrou bem grande e moderno. O longo corredor que cruzamos, quando desembarcamos do Qatar, já havia dado uma prévia.
Chegamos 4 horas antes de nosso embarque no avião da Jazeera Airways, uma low cost kuwaitiana, mas tivemos que esperar até abrir o check-in —pelo que vimos nos últimos aeroportos, voos internacionais dessa região só liberam a entrada por volta de 3 horas antes da decolagem.
A oficial bahreinita foi ágil na checagem dos passaportes e os carimbou em minutos. Na sequência, fomos para a sala VIP, a melhor de todas que conhecemos no Oriente Médio, em aeroportos dos vizinhos Arábia Saudita, Omã, Qatar e Emirados Árabes.
A área de embarque é enorme, com muitas cadeiras —mesmo assim, tivemos que sentar numa mureta da janela. Desta vez, para embarcar, precisamos passar por duas conferências de passagens e passaportes. O voo foi curto, e a passagem (35,11 dinares/R$ 497,50), infelizmente, não incluía alimentação.
Chegada no Kuwait
O Kuwait exige visto do brasileiro obtido em embaixada e, até onde sabíamos, italianos e poloneses poderiam obter o seu na chegada ou por meio do eVisa, o famoso visto on-line. Optamos pela primeira opção, o que nos proporcionou apreensão e um chá de cadeira.
Assim que desembarcamos do ônibus, que nos levou do avião ao Aeroporto Internacional do Kuwait, entramos numa grande área com filas para os guichês de imigração. Para quem não tinha visto, era necessário se apresentar aos oficiais à esquerda.
Não havia fila ou distribuição de fichas —saudades dessa tradição brasileira—, e os 9 estrangeiros ali precisaram esperar os agentes falarem ou chamarem. Um deles distribuiu um formulário e, após uns 15 minutos, outro passou perguntando a nacionalidade de cada um. A depender da resposta, devíamos continuar sentados ou ir ao guichê.
E assim dividimos a equipe: enquanto eu, com o passaporte polonês, permaneci no meu lugar, a Pati, com o seu documento italiano, foi para lá. E dá-lhe espera.
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Quando chegou a sua vez, perguntaram onde nasceu e, depois de um tempo, entre tirar cópias de documentos e preencher o sistema, a chamaram para tirar foto e registrar as digitais. E pronto, estava liberada. Foi assim que descobrimos que italianos são isentos de visto, mas precisam ser fichados.
Ela seguiu para a retirada das nossas mochilas e eu fiquei, junto com uma dinamarquesa, uma alemã, dois lituanos e um homem que acho ser da Turquia. As mulheres foram atendidas antes e os oficiais acabaram chamando os demais estrangeiros, me deixando por último.
Enquanto o funcionário me atendia, percebi que um dos motivos de tanta demora é a desorganização. Ele chegou a “perder” meu passaporte, o encontrando dentro da fotocopiadora. Sem falar que vários agentes entravam e saíam do setor, gerando uma intensa movimentação e muito papo.
O homem também me perguntou onde nasci e fez o mesmo processo, de tirar minha foto e registrar as digitais. Por fim, paguei o visto de 3 dinares (R$ 49) e fui liberado, após 1h40 de espera. Nem para entrar por terra na Arábia Saudita, que liberou visitas de turistas apenas em 2019, demorou tanto assim.
Na saída do aeroporto, como já passavam das 23h, decidimos pegar um táxi, mas o motorista cobrou 5 dinares (R$ 81) pela corrida. Tentei negociar para 1 dinar (R$ 16), e o homem riu e falou que deveríamos tentar fora dali. No caminho, vimos um dos ônibus que poderia nos levar ao hotel e, ao embarcarmos, ele partiu. E assim chegamos rapidamente ao nosso destino, gastando apenas 0,3 dinar (R$ 5) por pessoa.
















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