O que você pensa quando ouve falar de Bali, na Indonésia? Se ainda não foi para lá ou pesquisou sobre o local, pode ser que imagine uma pequena ilha ou cidade que atrai turistas de todo o mundo, principalmente os que gostam de surfe e praia.
Isso é em parte verdade, mas Bali é muito maior que isso –e nós ficamos perdidos ao descobrir que não era tão pequena a ponto de explorar a ilha toda em pouco tempo. Ainda bem que, por ser tão famosa, há muitos (muitos mesmo) sites explicando um pouco a dinâmica de cada cidade da província.
Informações práticas*:
- Média hospedagem: Rp 263.700 (R$ 97,50)
- Média café da manhã: Rp 94.500 (R$ 34,50)
- Média almoço: Rp 175.000 (R$ 63,50)
- Média jantar: Rp 180.000 (R$ 65,50)
- Visto: brasileiros precisam de visto
- Moeda: rupia indonésia (Rp 1 = R$ 0,00037)
- Dica: Há várias cidades na ilha de Bali, o que significa perfis diferentes em cada lugar. É bom pesquisar bem antes de reservar a hospedagem, para que você aproveite da melhor maneira possível seu período por lá.
* valores para setembro/outubro de 2024 para duas pessoas
Antes de entrarmos nessa questão, um pouco sobre Bali. É uma província da Indonésia que reúne 4,4 milhões de habitantes na ilha principal e em outras menores. Fazem parte, por exemplo, a famosa Nusa Penida, onde fica a Praia Kelingking, que de cima parece a cabeça de um dinossauro e é um dos cartões postais da região.
Como chegar a Bali
Bali tem diversas entradas –afinal, é uma ilha. A principal porta, porém, é Denpasar, capital de fato da província, onde fica o aeroporto internacional, o principal porto e os mais importantes terminais de ônibus.
Nós estávamos em Labuan Bajo, onde vimos os dragões-de-komodo e praias que tornam a Indonésia internacionalmente famosa, e poderíamos ir de avião ou de barco. Por água, eram duas as opções: um passeio de três noites até Lombok (Rp 3,5 milhões/R$ 1.267) e, de lá, uma lancha rápida para Bali, ou o ferry semanal da Pelni (Rp 282 mil/R$ 102). O preço deste era imbatível, pois, mesmo com as taxas de reserva, o avião sairia o dobro, então encaramos as 30 horas de barco.
Grande erro. Eram três andares de passageiros, com pouquíssimas cabines, mas mais de 500 camas. Demos o azar de cair no andar sem ventilação externa, o que praticamente impossibilitava permanecer lá dentro. A alternativa, porém, não era muito melhor: no lado de fora, não tinha um segundo sem alguém fumando, e eu sou alérgica.
A noite foi praticamente insone. Dividimos o tempo entre ficarmos enclausurados na cama ou ao ar livre, deitados em um dos bancos ou em cima de uma caixa de papelão aberta no chão. Resultado: depois de 30 horas chegamos a Bali, mas passamos os quatro primeiros dias doentes. Ou seja, não compensou.
Mas, como falamos, chegar de avião é rápido e relativamente barato. Além disso, se estiver na ilha de Java, é possível pegar um ferry de 1 hora entre Ketapang e Gilimanuk, no extremo oeste de Bali, deslocamento que passa voando nos confortáveis bancos do barco –e ninguém fuma. De Gilimanuk, partem ônibus executivos (a partir de Rp 260 mil/R$ 94) ou mais simples (a partir de Rp 60 mil/R$ 21,50, depende de alguém querer “ajudar” a embarcar) em direção a Denpasar, caminho que leva cerca de 4 horas.
Onde ficar em Bali
Nós queríamos um lugar para passar alguns dias tranquilos, que tivesse praia e cafés para trabalhar, então baseamos a nossa pesquisa nisso. Um dos muitos sites é o Where To Stay Bali, que traz a perspectiva de estrangeiros, mas com uma tabela que ajuda muito na hora de decidir. Lá tem mais detalhes, mas traduzimos essa tabulação do conteúdo (lembrando que a avaliação dos lugares é deles):
| Cidade | Por que ficar aqui |
| Uluwatu | Lindas praias, surfe, atmosfera rural |
| Ubud | Cultura, ioga, arrozais, Bali autêntica |
| Canggu | Mochileiros, surfe, nômades digitais, vida noturna |
| Seminyak | Luxo, comida, compras, resorts de praia, surfe |
| Jimbaran | Praia para nadar, frutos do mar, hotéis de luxo |
| Kuta | Econômico, surfe, viajantes mais velhos |
| Nusa Dua | Resorts de luxo, praias privadas |
| Sanur | Acomodação econômica, viajantes mais velhos |
| Munduk | Luxo ecológico, trilha, cachoeiras, café |
| Sidemen | Luxo ecológico, casas de bambu, Bali autêntica |
| Kintamani | Monte Batur, vistas de lagos, café |
| Amed | Praia de areia preta, snorkeling, ilhas Gili |
| Lovina | Praia de areia preta, golfinhos |
| Nusa Penida | Cenários épicos, locais famosos no Instagram |
| Nusa Lembongan | Praias para nadar, vida insular tranquila |
Depois de avaliarmos, optamos por Canggu, paraíso dos nômades digitais e com praia para surfar. E o lugar entregou o que prometeu. Ficamos no hostel Seabreeze (Rp 252 mil/R$ 91,50 o quarto privativo), que tem um hotel irmão, o Serenity, onde o café da manhã para hóspedes do albergue sai por Rp 47,5 mil (R$ 17,50) por pessoa o bufê livre vegano. Comemos a maioria dos dias lá, mas também fomos a alguns dos cafés da região, onde acabávamos gastando cerca de Rp 90 mil (R$ 32,50) no combo comida e café.

A atmosfera good vibes e vida saudável domina essa região. Pela manhã, há muitas pessoas caminhando ou correndo, indo para aulas de ioga ou pilates ou pilotando uma moto com uma prancha de surfe do lado. De início até pensamos que não tínhamos o físico para frequentar o local, então entendemos quem não curte muito a região.
O casal Maria Laura e Victor, do perfil @ondeoventofor, indicou Amed, uma praia no norte, longe da muvuca de Canggu e Ubud, que ficam na região sul. Outro ponto que também costuma fazer sucesso é justamente Ubud, considerada para alguns como capital espiritual e cultural de Bali.
Por fim, Uluwatu também chama a atenção com praias propícias para surfar e um dos templos mais famosos da ilha.
O que fazer em Bali
Justamente por ser uma ilha grande, Bali tem muitos atrativos para o visitante. Como falamos, nosso objetivo durante os dias lá era ficar mais tranquilos, focando produção de conteúdo. Mesmo assim, dedicamos um dia para alugar uma moto (Rp 80 mil/R$ 29 a diária) e conhecer um pouco dos lugares perto de Canggu.
Um dos templos famosos é o Tanah Lot (Rp 75 mil/R$ 27 a entrada), que fica na beira do mar –inclusive o nome significa “no mar”. Fomos até lá conferir e, infelizmente, não nos impressionamos. Talvez seja um dos lugares em que uma visita guiada faz sentido. Pelo menos vimos várias lojas de suvenir, e eu garanti minha calça indonésia após baixar o preço de Rp 80 mil (R$ 29h para Rp 50 mil (R$ 18).







De lá, partimos em direção a Ubud e observamos vários campos de arroz pelo caminho, bem ao estilo do que está no nosso imaginário no que diz respeito a Sudeste Asiático. Ubud também é famosa pelos arrozais e pelos templos, mas o que vimos lá foi muita, mas muita gente. É a Bali cheia de que tanto falam. O Palácio de Ubud, gratuito, é um recanto mais tranquilo em meio a esse caos e, do lado de fora, há uma feirinha com mais suvenir, porém mais caros.
O que nos surpreendeu na região foi a nossa sorte ao escolher um lugar para almoçar. Acabamos no Sananda Café, com uma entrada moderninha que em nada chama muito a atenção, mas que nos fundos possui uma arquitetura típica dos templos hinduístas –religião seguida por 87,9% dos moradores da ilha. Depois de comer e descansarmos um pouco lá, voltamos ao caos para regressar a Canggu, o que levou 1 hora.






Nos contaram que Ubud tem seus recantos tranquilos, mas infelizmente não os encontramos. A região guarda ainda um santuário de macacos e arrozais instagramáveis (até buscamos um, também sem sucesso).
Como separamos apenas um dia para passear, ficaram alguns pontos turísticos de fora. Um deles é o templo Luhur Uluwatu, na cidade de mesmo nome. Outro é o templo Lempuyang, aquele famoso pela foto no portão com reflexo no que parece ser um lago, mas é um espelho –a fila pode chegar a 4 horas para garantir um clique.
Além das muitas praias da ilha principal, outros passeios para quem gosta de areia e mar são a ilha de Nusa Penida e as ilhas Gili. Há passeios diários saindo de diferentes regiões de Bali.
E se você quer fugir do agito, mas aproveitar as facilidades proporcionada pela ilha principal, nos indicaram Lombok. Nós até pensamos em ficar lá, mas, por termos aproveitado pouco Canggu após ficarmos doentes na chegada, decidimos ficar por Bali mesmo. E quem sabe não voltamos lá num futuro não muito distante?
















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