Mesmo nos dedicando a ir a países (e não países, como Taiwan e Saara Ocidental) inéditos, abrimos duas exceções para voltarmos a uma nação: queríamos visitar Hong Kong e Macau, duas Regiões Administrativas Especiais da China. Estávamos curiosos em ver a influência e a herança dos colonizadores britânicos e portugueses, respectivamente, que só repassaram ao governo chinês o controle dos territórios na virada do milênio.
Essas duas regiões fazem jus ao termo “especiais”, pois possuem dinheiro local e até visto próprio. Enquanto para visitá-las os brasileiros são isentos dessa documentação, para a China é necessário ir a uma embaixada ou consulado a fim de conseguir o visto de turismo, ou então recorrer ao de trânsito, que permite ao estrangeiro ficar no território por até 10 dias.
Para Hong Kong, voamos a partir de Cebu, nas Filipinas, onde ficamos por quase duas semanas nadando entre tartarugas e escrevendo nosso segundo livro, sobre essa viagem por Ásia e Oceania. De lá, pegamos um voo para Manila, a capital, e outro para a cidade chinesa, ambos pela Cebu Pacific.
Se na entrada das Filipinas o agente de imigração fez mais perguntas do que o normal, na saída o oficial nem abriu a boca. O raio-x foi um pouco mais chato, pois tivemos até que tirar os sapatos.
A chegada ao Aeroporto Internacional de Hong Kong, após cerca de duas horas e meia de voo, foi tranquila. O percurso entre o avião e a imigração leva um certo tempo, pois, além de caminharmos por um bom tempo, ainda é preciso pegar um trem.
A fila na imigração estava maior do que temos visto em nossas entradas nos países da Ásia, mas os oficiais eram ágeis e, nosso caso, não perguntaram nada. Sem carimbar os passaportes, apenas deram um selo com nossas informações pessoais. No papelete, consta que podemos ficar 90 dias no território.
De ônibus entre Hong Kong e Macau
Para viajar entre de Hong Kong para a vizinha Macau, há ao menos três opções: avião, ferry e ônibus. O mais caro e demorado é voar, pois custa a partir de US$ 200 (R$ 1.158,50), com uma escala em países como Filipinas ou Coreia do Sul, e leva, no mínimo, cinco horas.
A diferença de preços e de duração entre ferry e ônibus não é muito grande. Enquanto o primeiro custa HK$ 160 (R$ 119,50) –com os demais transportes para chegar e sair do porto, sobe para uns HK$ 190 (R$ 141,50)– e leva cerca de 2h25min, o ônibus da travessia sai por HK$ 65 (R$ 48,50) –o combo todo ficou HK$ 150 (R$ 112) por pessoa– e durou pouco mais de três horas.
No nosso percurso, pegamos um micro-ônibus do hotel em Tsing Yi para a estação de trem, onde pulamos para o Airport Express. No aeroporto, seguimos as placas entre andares até o ônibus B4, que nos levou ao imenso prédio da imigração de Hong Kong.
Lá, o passaporte da Pati foi lido rapidamente pela catraca eletrônica, mas o meu, não –aconteceu o mesmo quando deixamos Singapura em direção à Malásia. Tive, então, que me dirigir a um guichê, e o oficial fez todo o processo de saída rapidamente, sem questionamentos.
Com tudo resolvido, compramos num totem a passagem do ônibus que cruzaria a Hong Kong-Zhuhai-Macao Bridge. Até então, usamos apenas o Octopus, cartão digital do sistema público de transporte de Hong Kong. É fácil e rápido cadastrar e inserir crédito.

Ao chegarmos a Macau, após 45 minutos, precisamos passar pelos agentes de imigração. O prédio também é bem grande, e o oficial não fez perguntas. Assim como em Hong Kong, em vez de carimbar o passaporte, ele deu um papelete com nossos dados pessoais e a informação de que podemos ficar 90 dias na região.
Para ir ao centro, há dois ônibus, o 101x e 102x. Ambos custam MOP 6 por pessoa e, para a alegria do viajante recém-chegado, Macau aceita dólar de Hong Kong –a recíproca, porém, não é verdadeira. Como o Octopus não funciona no sistema macaense, pagamos com nossas moedas honconguesas (é bom ressaltar que eles não dão troco). Já no caminho vimos incontáveis placas em chinês e em português, mostrando que o idioma do colonizador ficou ao menos nas sinalizações.
















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