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Fronteira Índia-Nepal é muito movimentada, mas tem fácil visto na chegada


O que você precisa saber

Embaixada em Brasília*
SHIS QI 11, Conjunto 3, Casa 20 – Lago Sul – Brasília/DF
CEP: 71625-230 Brasília – DF
Telefone: +55 (61) 3541-1232 / 3541-1843
Email: embaixadanepal@gmail.com

Documentos necessários

  • Passaporte

Custo: US$ 30 (15 dias), US$ 50 (30 dias) ou US$ 125 (90 dias), pagos em dólares dos EUA ou equivalente em rupias nepalesas ou rupias indianas

* há consulados em São Paulo e no Rio


Como tudo o que envolve a Índia, a fronteira com o Nepal é apinhada de gente —afinal de contas, estamos falando do país mais populoso do mundo. Para aumentar a muvuca, cruzamos essa divisa por terra na véspera do Holi Festival, uma celebração importante para os hindus. Mas, como há livre circulação entre as pessoas de ambos os países, a imigração dos dois lados estava vazia e pudemos tirar facilmente o visa on arrival, também chamado de visto na chegada, burocracia exigida para brasileiros e europeus.

Há várias fronteiras entre Índia e Nepal, no entanto, estrangeiros só podem cruzar por duas: Sonauli/Belahiya e Raxaul/Birjung. Como estávamos em Calcutá (Kolkata, em inglês), a segunda opção era a mais perto. Um trem liga as duas cidades indianas, mas, diante da alta procura por passagens, é necessário comprar com antecedência, algo com o que não trabalhamos, pois não sabíamos quando voltaríamos do Bangladesh.

Se não conseguimos comprar o trem de 17h25min, apelamos para os ônibus, dividindo o trajeto em dois: primeiro, viajamos com a Jai Mata Di Travels numa linha noturna (₹ 1.417,50/R$ 95,50) até Motihari, entre 16h30 e 12h20; depois, entramos num veículo de transporte urbano (₹ 100/R$ 7) até Raxaul, entre 12h40 e 14h20. Para embarcar neste, até ganhamos ajuda de dois policiais, que praticamente nos escoltaram e pararam o motorista, que já estava partindo para a cidade da fronteira.

Ao chegarmos a Raxaul, subimos num tuktuk. E essa foi a primeira vez que alguém tentou nos passar a perna na Índia, pois acertamos com o motorista ₹ 20 (R$ 1,50) por pessoa e, após uma grande volta para fugir do trânsito pesado, ele quis ₹ 100 (R$ 7) de cada um.

Convertendo, a diferença em nossa moeda não pesa no bolso, mas, além de aumentar nosso orçamento diário, nos incomoda mudar o valor no caminho. Pode ter influenciado na atitude do motorista o fato de que paramos em um cambista, e ele viu que trocamos ₹ 10 mil por रु 16 mil (teve ainda uma taxa de ₹ 320). De qualquer forma, batemos boca com o sujeito e falamos sobre honra e palavra. No fim, ele aceitou a quantia que demos.

Como as pessoas dos dois países têm livre circulação, o motorista nos deixou no meio do caminho entre os dois prédios de imigração, achando que não precisaríamos do carimbo de saída. O problema é que só percebemos que estávamos mais do lado do Nepal do que da Índia, após uma boa caminhada. Assim, deixamos nossas mochilas com o agente nepalês e voltamos para falar com o oficial indiano.

No pequeno prédio, dois homens conversavam despreocupadamente e assim continuaram durante nosso processo de saída. Um deles até preencheu nossos dados num caderno, assim como em muitas fronteiras da África. Foi necessário informar nosso endereço indiano e o número de telefone. De qualquer forma, não houve complicações para ganharmos os carimbos.

Fronteira do lado do Nepal

Quando deixamos nossas mochilas no prédio de imigração do Nepal, perguntamos ao funcionário a forma de pagamento do visto na chegada, que varia se é de 15 dias (US$ 30), 30 dias (US$ 50) ou 90 dias (US$ 125). Havíamos lido que poderíamos usar dólares dos EUA ou rupias nepalesas. Ele insistiu na primeira, mas, como nossa reserva está no fim, preferimos pagar com a moeda local, e até por isso trocamos no caminho.

Agora, na volta ao edifício, passamos por um controle sanitário, em que mediram nossa temperatura e pediram nome e nacionalidade. No prédio de imigração, um outro oficial nos atendeu. Quando perguntamos sobre o pagamento, ele disse que poderia ser em dólar dos EUA, rupia nepalesa e rupia indiana —em algum lugar eu li sobre a moeda da Índia, mas, como não consegui achar a fonte depois, achei que tinha sido um equívoco.

Também lemos que seria necessário preencher um formulário digital, no site do governo. O agente, entretanto, não exigiu nada disso, apenas os रु 7.100 (US$ 51/R$ 312,50) do visto, por pessoa. Estamos viajando com nossos passaportes europeus (polonês meu e italiano da Pati), e o processo de visto na chegada é válido também para brasileiros. Há a opção de obter o eVisa, porém achamos o site do governo nepalês confuso para saber se esta forma é aceita em fronteiras terrestres.


Se você é descendente de poloneses e quer saber se é possível ter sua cidadania reconhecida e o passaporte europeu, o Eduardo Joelson faz esse serviço burocrático. Em 2019 o Faraó o contratou e conseguiu rapidamente a documentação. Caso você o procure por meio da gente, ganhamos 5% de comissão.


Os oficiais de imigração foram muito solícitos e até nos ajudaram a conseguir um transporte para a capital, Katmandu. Ônibus fazem esse trajeto, porém, costumam sair de manhã, e já eram 16h —toda a burocracia entre os dois lados levou quase 1 hora, incluindo a caminhada a mais entre os prédios. Assim, embarcamos num tata sumo, uma SUV compartilhada que comporta até dez passageiros, além do motorista, e pagamos रु 850 (R$ 37,50) por pessoa.

São cerca de 130 km, a estrada é bastante sinuosa, e em alguns momentos os veículos precisam parar e dar a vez a quem vem no caminho contrário. Sem falar nos trechos sem asfalto, com poeira e buracos. Assim, levamos cerca de 6 horas e 30 minutos para transpor essa distância, e chegamos às 22h30 a Katmandu. Hora da próxima aventura.

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