Acabamos de finalizar um dos maiores desafios de nossa viagem de volta ao mundo: uma trilha de 11 dias para ir e voltar ao Acampamento-base do Everest, ou EBC (Everest Base Camp, em inglês), a 5.364 metros de altitude, no Nepal. E, como foram 120 km entre temperaturas agradáveis e muito frias, os itens levados na mochila precisavam estar de acordo.
Antes de mais nada, é preciso saber que você pode levar seus pertences nas costas ou contratar um carregador (o porter). Independentemente da opção escolhida, sua mochila tem de ser leve. Caso você use o serviço de um nepalês, há a orientação para que ele carregue até 10 kg de cada turista, e normalmente ele atende a duas pessoas. Se você assumir a empreitada, como nós (que viajamos com um guia da Adventure Master Trek), não vai querer andar 120 km com peso desnecessário, não é mesmo?
Com isso em mente e a partir de relatos dos blogs do Felipe, o pequeno viajante, de 2021, e do Destino de casal, de 2022, organizamos nossas mochilas para serem tão leves quanto possível.
No dia a dia, já carregamos bastante coisa, pois enfrentamos o frio da Nova Zelândia e da Rússia —inclusive pegamos neve na Transmongoliana— e visitamos um tantão de praia no Japão e no Sudeste Asiático. Ainda assim, nossas roupas não estavam de acordo para caminhar por tanto tempo ao ar livre e para temperaturas negativas.
Por sorte, na região da Thamel Marg, em Katmandu, há incontáveis lojas de venda e de aluguel de equipamento voltadas às mais de 40 trilhas nepalesas. Influenciados pelos casais dos blogs ali de cima, fomos à Goreto Gear Traders, onde os vendedores já sabem o que é melhor para cada destino e recomendam itens a partir disso.
Um aviso importante: as roupas nessa região não costumam ser originais. As lojas oficiais, como Columbia, Timberland ou OC, se concentram na Tridevi Sadak, a uma pernada de distância. Aí vai de você avaliar se compra um casaco de chuva legítimo da The North Face, por ₹ 33 mil (R$ 1.447), ou um falsificado, por ₹ 2.000 (R$ 88).
Na Goreto Gear Traders, alugamos para cada um o saco de dormir, preparado para até -20°C, e a down jacket (ou puffer), uma jaqueta com penas de ganso ou pato, a ₹ 100 (R$ 4,50) a peça, por dia. No fim, achamos esse casaco deles extremamente volumoso, ocupando muito espaço e peso na mochila, além de ser pouco prático para guardar. O melhor seria comprar um item mais fino e usar embaixo do corta-vento/casaco de chuva.
Além de roupas, levamos vários itens de higiene pessoal e remédios, pensando em possíveis machucados ou sintomas do mal de altitude que, ainda bem, não tivemos.
Também fizemos uma boa compra de lanchinhos, entre chocolates, biscoitos e castanhas, pensando em pausas estratégicas para alimentação. O cálculo original era de quatro itens ou porções por dia para cada, o que daria 96 ao todo. Com a cestinha se enchendo, reduzimos para 50 ao todo, e ainda sobrou. É possível encontrar esses alimentos durante a trilha, mas os preços ficam tão altos quanto a altitude. Para evitar a inflação, o melhor é levar tudo a partir de Katmandu.
Roupas que cada um levou na mochila
- 4 cuecas/calcinhas (1 sutiã para a Pati)
- 3 pares de meias para trilha
- 1 par de meias para dormir
- 2 conjuntos de segunda pele (calça e camiseta)
- 1 calça leve (legging para a Pati)
- 1 calça mais volumosa
- 1 calça de pijama
- 2 camisetas dryfit de manga curta
- 1 camiseta de pijama
- 1 fleece
- 1 casaco de chuva/corta-vento
- 1 down jacket
- 1 buff (gola apeluciada)
- 1 gorro
- 1 boné
- 1 par de botas de trilha
- 1 par de chinelos
- 1 par de luvas finas
- 1 toalha de microfibra
- 1 saco de dormir para até -20°C
- 1 par de bastões de caminhada
- óculos escuros
- 2 garrafas d’água
- carregador de celular
- power bank
- adaptador de tomada
- leitor digital
- lanterna de cabeça
Itens de higiene ou saúde que levamos na mochila
- 4 rolos de papel higiênico
- 1 pacote de lenço de papel
- 1 pacote de lenço umedecido
- 2 sabonetes pequenos
- 2 sachês de xampu para cada um
- 2 sachês de condicionador para a Pati
- escova de cabelo
- escova de dente e creme dental
- protetor labial
- protetor solar
- Hipoglós
- Band-aid
- cortador de unha
- vaselina
- Dipirona
- Tandrilax
- remédio para diarreia
- pastilha para garganta
- Vick Vaporub
- colírio antialérgico
- pastilha para purificar água
O que não teríamos levado
Ainda bem que esta lista é pequena. Como já falado, o casaco grande poderia ter sido substituído por um menor e mais leve. Além disso, eu não usei minha calça mais reforçada, pois a mais fina junto com a segunda pele foi suficiente —e também poderia ter usado a mais grossa desde o início da trilha e dispensado a fina, pois o desconforto térmico, para mim, não seria grande. Afinal de contas, viajei meses pela África com ela.
Além disso, precisamos comprar dois pacotes de lenço para assoar o nariz no ponto mais alto (e mais caro), Gorak Shep, por ₹ 250 (R$ 11). Tivemos muita coriza, que exigiu tudo de papel que tínhamos.















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