As Maldivas permeiam o imaginário do brasileiro há bastante tempo, com suas praias de água cristalina e requintados bangalôs em ilhas praticamente exclusivas. Obviamente, não é nada barato ficar nesse paraíso. Ao menos o governo arranca um leve sorriso ao fornecer um visto grátis na chegada para quem viaja do Brasil. Em outras palavras, é visa-free para nós.
No roteiro original dessa segunda temporada da nossa volta ao mundo, prevíamos entrar no arquipélago vindos da Índia, que virou o nosso hub nesse cantinho da Ásia —a partir de lá fomos para Bangladesh, Nepal e Sri Lanka. Os preços das passagens aéreas, no entanto, mostraram que valia mais a pena pegar um voo de Colombo.
O Aeroporto Internacional de Bandaranaike, na capital sri-lankesa, tem uma dinâmica diferente da que estamos acostumados no Brasil, pois a área do check-in só pode ser acessada após a máquina do raio-x e apenas três horas antes do voo. Ao menos o saguão é espaçoso e conta com várias cadeiras e alguns cafés.
Compramos as passagens pela China Southern Airlines, mas quem nos levou foi a Chongqing Airlines. No check-in, pediram o bilhete de saída das Maldivas e também a reserva de hospedagem. Como estávamos com os passaportes europeus —polonês meu e italiano da Pati—, não exigiram o comprovante de vacinação da febre amarela.
Os oficiais de imigração foram ágeis e não perguntaram nada, algo que tem se mostrado corriqueiro nas saídas dos países da região. A área interna do aeroporto é grande, a ponto de passarmos por outro raio-x ao embarcarmos no avião.
E mal entramos nele e as comissárias de bordo já nos entregaram o lanche: iogurte e sanduíche. Nós, como muitos dos passageiros, comemos tudo antes mesmo da decolagem. Também pudera, já que o voo durou 1h40min.
Entrada nas Maldivas
Viajantes do Brasil precisam preencher um formulário on-line, o Traveller Declaration Confirmation, antes de passar pela imigração das Maldivas, e fizemos isso ainda no Sri Lanka. No questionário, há perguntas sobre dados do passaporte e do voo.
Para entrar no país, trocamos os documentos e usamos os passaportes brasileiros, já que o intuito é viajar a partir de agora com eles. A fila da imigração do Aeroporto Internacional Ibrahim Nasir, em Malé, estava cheia de estrangeiros, o que é natural, diante da fama do arquipélago como destino de férias.
A oficial que nos atendeu não fez perguntas e ainda carimbou nas primeiras páginas, uma alegria para quem começa a contar o espaço livre ali. Agora, tínhamos direito a ficar 30 dias no território.
Como estávamos com os documentos brasileiros, precisamos ir ao guichê da vigilância sanitária. Lá, uma placa lista vários países da América do Sul e da África, regiões endêmicas da febre amarela. Inclusive há uma folha em que, em português, espanhol, inglês e árabe, é pedido o comprovante de vacinação.
A primeira pergunta do funcionário foi quando estivemos no Brasil pela última vez e, diante da resposta “um ano atrás”, passou a questionar os países que visitamos recentemente. O objetivo era saber se éramos possíveis portadores de febre amarela. Como estávamos no Sri Lanka e na Índia nos dez dias anteriores, não precisamos apresentar o comprovante de vacinação.
Liberados, pegamos as mochilas e sentimos o calor úmido das Maldivas na área externa do aeroporto. Há alguns ATMs e casas de câmbio, assim como homens oferecendo trocar dinheiro. O caixa eletrônico mais próximo ao desembarque, do Banco das Maldivas, não estava funcionando, mas conseguimos sacar no do lado sem problemas (e sem taxas) com o nosso cartão da Wise. Há ainda outros bancos mais próximos ao terminal doméstico.
Nessa área também estão vários estandes de resorts e, logo na saída do aeroporto, fica o porto de onde saem barcos que levam a diferentes ilhas. Assim, é possível organizar o transfer para a hospedagem na sequência da aterrissagem. Nós chegamos no fim da tarde e preferimos pegar a lancha na manhã seguinte.
Como o aeroporto é localizado entre as ilhas de Malé e Hulhumalé, pode-se ir à primeira de ferry (15 rufias/R$ 6) e à segunda de ônibus (10 rufias/R$ 4), mas não sabíamos disso na hora. Pegamos um táxi mesmo, em que a tarifa, teoricamente, é tabelada, segundo uma placa na entrada do prédio. Quando chegamos ao hotel, o motorista pediu 85 rufias (R$ 32,50), mas, ao falarmos da placa, cobrou os corretos 80 rufias (R$ 30,50). Querendo ganhar em cima dos brasileiros, meu amigo?
Assim, chegamos às Maldivas já discutindo por R$ 2,50.















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