Nossa última travessia de fronteiras na Ásia Central foi a mais fácil, mesmo que tenhamos trocado de ônibus ao sair do Quirguistão para entrarmos no Cazaquistão. Houve perguntas de praxe e rápidos carimbos, ainda mais que brasileiro é isento de visto em grande parte da região.
Há trens ligando Bishkek, a capital quirguiz, a Almaty, a maior cidade cazaque, mas as 13 horas de duração desestimulam qualquer um. Sem falar que o comboio parte às 2h da madrugada. Por isso optamos pelo ônibus, bem mais rápido.
Bishkek fica muito próxima à fronteira, e a rodoviária de onde partem os veículos para o vizinho —Bishkekskiy Avtovokzal, no norte da cidade— é praticamente na borda do país. Pegamos um Yandex (460 soms/R$ 31,50), o Uber da Ásia Central, até lá. Há ônibus em vários horários do dia —8h, 10h, 12h, 14h, 16h e 18h—, por 600 soms (R$ 41,50).

Chegamos em cima de um dos horários de partida, e a funcionária do caixa falou para pagarmos direto ao motorista, o que significou que não ganhamos nenhum tíquete impresso, nem tivemos o nome incluído na lista de passageiros.
Fronteira Quirguistão-Cazaquistão
Em 15 minutos chegamos ao prédio de imigração. Como falei antes, a rodoviária era praticamente na fronteira. Saltamos do ônibus com nossos pertences, como manda o protocolo nas travessias, e enfrentamos um certo movimento na checagem de passaportes.
Quando falei “oi” em russo —Здравствуйте/zdrastvuytie—, o oficial quis saber se eu entendia o idioma. Como eu disse que “mais ou menos”, ele perguntou se eu era turista, se era a primeira vez no Quirguistão e para onde eu estava indo. Respondidas as dúvidas, carimbou o passaporte. A Pati, que veio na sequência, não foi questionada sobre nada.
No lado cazaque, o agente da imigração não fez perguntas, nem diante dos carimbos que ganhamos quando entramos e saímos do país ao viajarmos entre o Uzbequistão e o Quirguistão, dias antes. Também não demonstrou dúvida sobre o fato de quem tem o passaporte brasileiro ser isento de visto no país.
Com tudo certo, saímos do complexo fronteiriço e seguimos alguns passageiros que estavam no mesmo ônibus que nós. Agora, porém, teríamos que trocar de veículo, como quando viajamos do Saara Ocidental à Mauritânia, ou do Laos ao Camboja. Como não tínhamos tíquetes, ficamos na dúvida se o novo motorista nos aceitaria. Trocamos algumas palavras em inglês e ele entendeu a situação, que deve ser bem comum.
No caminho, ainda paramos num local para comprar comida e ir ao banheiro. Chegamos à rodoviária de Almaty após três horas e meia de viagem e 240 km percorridos. Detalhe: há mudança de fuso horário entre os países. Para nossa alegria, o ATM do terminal não cobra taxa para o saque.















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