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O que fazer no último ano antes de uma viagem de volta ao mundo


Uma viagem de volta ao mundo pode ser gestada por muito tempo –7 anos, no nosso caso–, mas é no último ano que o ritmo cardíaco mostra se está em dia ou não. Quanto mais perto a hora de cair no mundo, mais despedidas, mudanças de planos e detalhes surgem.

Esse texto não é um manual do que fazer no período que antecede a partida, e sim uma ideia de roteiro/lista do que prestar atenção em meio a tantos detalhes.

Estabelecer data

Nós pretendíamos começar nossa viagem em setembro, pelo Egito. Por causa do casamento de dois grandes amigos, adiamos a partida para a segunda quinzena de outubro. Com a data estabelecida, fica mais fácil organizar todo o cronograma.

Saída do emprego

Com o início do mochilão marcado para outubro, estabelecemos que sairíamos de nossos empregos em julho. Assim, teríamos três meses para: organizar toda a burocracia de devolver apartamento; vender nossos pertences; comprar o que precisa para o mochilão; nos despedir dos amigos.

Como dizem, a vida é ao vivo, e tivemos uma série de problemas no trabalho. Isso nos fez adiantar nossa saída em dois meses, após avaliarmos se teríamos dinheiro o suficiente para essa mudança de planos. No fim, além de uma melhora considerável em nossa saúde mental, tivemos mais tempo para nos dedicarmos à difícil arte de encaixotar a vida.

Mudança de casa

Uma coisa que eu, Faraó, odeio é fazer mudança –por mim, manteria a mobília da minha época de república, em que o colchão ficava direto no chão e o armário era um carrinho de supermercado. Mas a vida de adulto cobra seu preço, e adquirimos vários itens nesses sete anos vivendo juntos.

Ao pedirmos demissão, tivemos mais tranquilidade para avaliarmos o que faríamos com cada item de casa. Como voltamos a morar em Florianópolis –cidade da Pati e onde estudamos e nos conhecemos–, em uma casa já mobiliada, não teria motivo para levarmos móveis e eletrodomésticos. Assim, colocamos tudo à venda.

Também fizemos uma grande seleção de roupas, tendo em mente quais levaremos na nossa mochila durante a viagem, quais usaríamos durante a estadia em Santa Catarina e quais valeriam a pena manter guardadas por três anos –duração prevista de nossa volta ao mundo.

O desafio maior foi escolher os livros que ficarão encaixotados e aqueles a serem doados. Adoradores de papel entenderão o apego.

Na reta final ainda tivemos alguns conflitos com o proprietário do apartamento sobre a entrega do imóvel, o que deixou mais emocionante os últimos dias em São Paulo.

Novo visual

A mudança não foi só de casa/cidade, mas também de visual: eu raspei a cabeça após sete anos de dreadlocks, e a Pati adotou as madeixas mais curtas. Isso significa mais liberdade durante a viagem, já que o cabelo secará mais rapidamente, gastaremos menos xampu e sofreremos menos com o calor.

Burocracia

Quem vai ficar muito tempo fora do país precisa se precaver burocraticamente. Desse modo, fizemos procurações em nome de nossos familiares, para que possam resolver pendências enquanto estamos no mundão.

Também mudamos nosso endereço residencial e CNH para Florianópolis, assim como abrimos MEI (microempreendedor individual), já pensando em possíveis frilas durante a viagem. Eu aproveitei para tirar habilitação de moto, já que não podemos descartar adotar uma possante em algum trecho, como no Sudeste Asiático ou na Rota 66, nos Estados Unidos.

Para o período no exterior é necessário correr atrás de várias coisas. Após pesquisar como levar dinheiro durante a viagem, fizemos (e testamos) nosso cartão do Wise. No quesito saúde, procuramos o ambulatório do viajante, para planejarmos quais vacinas tomarmos e se haveria tempo hábil.

Outro tópico fundamental é visto de entrada. Dois destinos do início do nosso roteiro, Argélia e Líbia, exigem certa documentação, então tivemos que correr atrás disso. No último mês antes de partir também adquirimos seguro de viagem e chip internacional de celular.

Compra do material

Esse é aquele momento em você vê o dinheiro, guardado com tanto esmero nos últimos anos, sumir da sua conta a cada passada de cartão. Como o projeto da viagem é antigo, diluimos os gastos nos últimos anos. As mochilas, botas e sacos de dormir, por exemplo, são de 2019, de uma ida aos Estados Unidos. Algumas roupas foram adquiridas durante a pandemia.

A lista do que levaremos na viagem, lapidada por tanto tempo, foi finalizada nos últimos meses. E aí, meu amigo, minha amiga, a Decathlon ficou feliz. Foram muitas idas a unidades paulistas e catarinenses para comparar qualidade, estilo e preço. Só na última quinzena em terras brasileiras é que terminamos de comprar todas as roupas.

A facada final, também conhecida por “que rombo no orçamento!”, foi a cinco dias de sair do Brasil, em um lugar ao qual nunca vamos: farmácia. Foi ali que adquirimos o que os médicos do ambulatório do viajante (e o primo da Pati) nos indicaram, assim como remédios mais comuns e itens de higiene pessoal.

Despedidas

A partir do instante em que você sabe quando vai sair do país, começa a prestar mais atenção em tudo o que faz. E isso inclui os momentos em que passa com a família e amigos. Não se surpreenda se, quando eles também sabem que você vai embora, lágrimas surgirem.

Nós compartilhamos com a família sobre nossa volta ao mundo cinco meses antes, justamente para todos aproveitarem com a devida atenção os almoços, visitas e histórias de infância.

O último mês foi dedicado às grandes despedidas, e por isso organizamos encontros em São Paulo, Campo Grande e Florianópolis. Não conseguimos ver muitos amigos, principalmente os jornalistas que trabalharam no dia do 1º turno eleitoral, mas sabemos que qualquer dia desses voltaremos a nos ver.

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Uma resposta para “O que fazer no último ano antes de uma viagem de volta ao mundo”.

  1. Muito legal as dicas!
    Será um prazer viajar com vocês nesta jornada!
    Estou aqui na torcida!

    Curtido por 1 pessoa

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