Com dois grandes países ainda frescos na memória –Costa do Marfim e Gana– e com a Nigéria em vista (que acabou não dando certo), tivemos uma breve experiência em Togo. Também influenciou em nossa rápida passagem a capital, Lomé, ser na fronteira com terras ganesas e não muito longe de outro vizinho, Benim.
Informações práticas*:
- Média preço café da manhã: 4.425 XOF (R$ 38)
- Média preço almoço: 5.500 XOF (R$ 49)
- Média preço jantar: 4.000 XOF (R$ 35)
- Média preço hospedagem: 17.894 XOF (R$ 158,50)
- Deslocamentos: táxi compartilhado, táxi
- Visto: é necessário para brasileiros, e obtemos o nosso na fronteira
- Moeda: franco da África Ocidental (R$ 1 = 114 XOF)
- Dica: apesar de pequeno, o litoral do Togo pode surpreender. Vimos apenas de passagem o lindo mar em Aného e já ficamos com vontade de parar.
* valores para março de 2023 para duas pessoas
Com quase 2 milhões de habitantes, Lomé fica na borda com Gana. O centro, mesmo, pode ser acessado a pé pelo viajante mais disposto, e muitas atrações e hospedagens se concentram nessa área.
Procurando algo mais barato pelos aplicativos de hospedagem, optamos pelo hotel Aurore (18.000 XOF/R$ 160 o quarto duplo), na região do Château d’eau, um pouco mais a leste do centro –mas não se engane, o tal castelo de água é uma torre de caixa d’água.
Para chegar ao fervo da capital, tínhamos que caminhar sob um sol escaldante ou apelar para os táxis coletivos –há uma grande oferta de mototáxi na cidade.

A região do hotel, pelo menos, era bem servida de restaurantes e cafés. Com café coado e muitos quitutes franceses, inclusive um abrasileirado croissant recheado, o Le Croustillant recebeu nossa visita diária para o café da manhã.
Outra cafeteria que adotamos foi o Choco – Latté, com opções mais caras e potentes ar-condicionado e Wi-Fi. O local já tinha conquistado nosso coração, mas a atenção dos funcionários é exemplar. Na nossa segunda visita, o cappuccino veio com “buenas noches” de enfeite –como bons brasileiros, relevamos a confusão linguística.
Entre os restaurantes no entorno, há o vegetariano Noble Veg, com opções muito baratas e uma atendente pra lá de simpática, o Elogia Hotel, que serve pratos africanos e ocidentais, e o Le Beluga, com menu mais requintado e, por consequência, caro.
E o que fazer em Lomé?
As principais atrações de Lomé podem ser visitadas em um dia se você não se importar em andar no calor ou se aventurar nos mototáxis. A mais afastada delas é o Mercado de Feitiçaria Akodessewa que, por motivos de força maior, acabamos não indo.
Outro mercado que atrai turistas e moradores é o Grande Mercado de Lomé, na região da Catedral do Sagrado Coração (Sacré-Coeur), o que torna impossível visitar a igreja sem passar por ele. Lá, encontra-se de tudo um pouco, inclusive cambistas –aproveitamos para trocar nossos cedis ganeses em uma taxa para lá de ótima.

Já a igreja em si lembra as açorianas vistas no litoral catarinense por fora e com belos vitrais por dentro. Apesar de não ser cheia de pinturas, é bem charmosa e um bom lugar para fugir um pouco do calor.
Mais 15 minutos de caminhada chega-se ao Museu Nacional, que segue a mesma toada de outros que já vimos na África Ocidental: não é muito grande, mas possui informações, pinturas, figuras e esculturas que mostram um pouco da cultura local e da história do país.
O Togo foi colonizado inicialmente pelos alemães, permanecendo um protetorado do país até 1916. Em meio à Primeira Guerra Mundial, esse território foi dividido entre o Reino Unido, que ficou com a porção a oeste que hoje faz parte de Gana, e a França.
A independência veio só 40 anos depois, em 1960, mas isso não significou uma transição para a democracia. Foram dois golpes de Estado, em 1963 e em 1967, ambos liderados por Gnassingbé Eyadema. E, apesar de um sistema multipartidário ter sido adotado no início dos anos 1990, ele permaneceu no poder até sua morte, em 2005, quando seu filho Faure Gnassingbé o sucedeu na presidência e comanda o país até hoje.

No museu, é possível ver as fotos dos poucos presidentes do país e reproduções dos documentos de abolição do mercado escravocrata.
Perto dali fica o Monumento da Independência, uma praça cujo acesso é limitado, e o Palácio de Lomé. Apesar de haver um site falando sobre visitação, não encontramos por onde é possível entrar.
Para completar o tour histórico-cultural há o Museu Internacional de Arte da África, um pouco mais afastado. A entrada não é nada convidativa: é preciso apertar a campainha para o guia vir abrir a porta. Lá estão reunidas diversas peças, de mesas e tambores a esculturas e colares, de diferentes países.
Há peças em bronze do Egito, esculturas iorubá da Nigéria, totens de vodum do Benim e por aí vai. Infelizmente, a visita não é guiada, então cabe ao viajante observar e se perder por entre os itens.
Excesso de calor e de motos
Como falado anteriormente, Lomé é muito quente. Mas, dependendo da região em que você está, é mais ou menos calor. Em algumas ruas do Château d’eau, por exemplo, há muitas árvores e lojas com mudas de plantas, voltadas para jardinagem. Isso faz a caminhada ser aprazível. Já em outras áreas, sem arborização, o calor fica insuportável.
O país tem 50 km de orla contínua e, na capital, a faixa de areia é grande. Tanto é que há muitos bares ali, mais próximos ao asfalto, o que nos fez lembrar do litoral brasileiro.

No entanto, não vimos estabelecimentos perto da água ou guarda-sóis/mesas, e percorrer os cerca de 500 metros entre o asfalto e o mar nos desestimulou a aproveitar a praia. Ficamos mais na contemplação a distância.
Nos marcou também, em Togo, a quantidade de motos nas ruas. Era muito difícil avistar kekês (também conhecidos como tuktuks), tão comuns mais ao norte, e táxis, mas os veículos de duas rodas estavam em todo canto. Infelizmente, essa enxurrada de motos, mais as muitas buzinas, nos deixou péssimas lembranças do centro da cidade.

























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