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10 dicas para fazer um safári por conta


A vida selvagem na África é realmente exuberante! E, claro, alguns países exploram a curiosidade que temos em ver elefantes, girafas, hipopótamos e leões para atrair turistas, com diferentes níveis de infraestutura (do mais raiz ao mais nutella).

A observação de animais pode ser feita em vários países, e cada um terá uma característica particular –o cenário do Quênia, por exemplo, inspirou o “Rei Leão” (é o que dizem). Em alguns é possível ir com carro próprio, já em outros será necessário contratar o safári em si, feito normalmente em uma jardineira e com um motorista/guia que levará aos locais onde é mais fácil encontrar os bichos, principalmente os felinos.

Tivemos três experiências com carro próprio: na Namíbia, em Botsuana e na África do Sul. O mais fácil é a África do Sul: o Kruger fica do lado de Joanesburgo, possui estradas asfaltadas e mapas espalhados pelo parque com avistamento de leões, guepardos (a cheetah), leopardos, cães selvagens (wild dogs), elefantes e búfalos.

Nesse quesito, a Namíbia vem em segundo lugar, por duas diferenças principais: no Etosha, as estradas são do que eles chamam de gravel (que é tipo um cascalho) e não há mapas, mas há várias marcações no aplicativo iOverlander. Por outro lado, o cenário desértico facilita a observação.

Por fim, Botsuana é o mais complicado. Se por um lado os parques não são cercados e os animais podem ser vistos da estrada (o que economiza dinheiro da entrada e hospedagem em um país cujo turismo é voltado para o luxo), estar em um carro 4×4 é pré-requisito para as vias arenosas. E, dependendo do caminho que for fazer, é preciso se preparar para ao menos três dias de acampamento, inclusive levando o próprio combustível.

A partir dessa nossa experiência, separamos algumas dicas se você quiser observar animais por conta, com foco em África do Sul e Namíbia:

  1. Avalie qual carro escolher

A primeira coisa a decidir é o veículo, e isso vai depender de qual parque irá visitar. Se for no Etosha, na Namíbia, como já falamos, recomendamos um carro maior, como uma caminhonete. Estávamos com um 4×4, mas isso não faz diferença nos meses de seca, pois nem utilizamos o sistema, mas as estradas têm pedregulhos que, em um carro com pneu urbano, pode dar dor de cabeça –imagina trocar pneu em local com leões e rinocerontes.

Já no Kruger, por sua vez, qualquer carro circula com tranquilidade por lá (vimos inclusive Porsche e Mercedes-Benz). Nos dois países há empresas tradicionais de aluguel (Avis, Hertz, Europcar etc.) e outras locais, que disponibilizam veículos com equipamentos para acampar. Em nossa volta pelo sul da Namíbia, usamos a Drive Namibia.

  1. Se possível, se hospede dentro dos parques

Com o carro escolhido, é a hora de decidir onde se hospedar. Tanto o Kruger como o Etosha possuem hotéis, lodges e campings perto das entradas e estruturas internas. Apesar de mais caro, passar a noite no parque possibilita observar os animais no nascer e no pôr do sol, quando estão mais ativos –e isso vale principalmente para os felinos.

No Etosha, há pequenos lagos artificiais perto dos campsites que atraem os bichos, enquanto no Kruger não são poucos os relatos de acordar e ver alguns circulando perto das cercas (nós, infelizmente, não tivemos essa sorte).

  1. Tenha paciência

E se observar felinos é seu foco, é preciso ter muita paciência. Eles não são tão exibidos como búfalos e elefantes, que também fazem parte do Big Five africano –os cinco animais mais difíceis de caçar. Dependendo do horário, eles estarão mais ativos ou preguiçosos, mas é possível acompanhar seus movimentos a distância e às vezes até tentar adivinhar para onde vão.

Vamos deixar um exemplo prático: em um dia, havia uma aglomeração de carros, paramos também e vimos um leopardo. Era 4 da tarde e ele estava bem preguiçoso. No dia seguinte, passamos devagar pelo mesmo trecho e o encontramos novamente, desta vez mais ativo. Ficamos parados enquanto ele passava por um túnel debaixo da estrada, até que percebemos que algo lhe chamou a atenção. Eram galinhas de angola e seguimos todos os bichos, enquanto os demais veículos que se juntaram a nós continuaram estáticos.

A caçada foi sem sucesso, mas seguimos rastreando o felino e acompanhamos sua tentativa com dois javalis –não deu certo. Tudo isso parece rápido, né? Mas ficamos duas horas observando o leopardo. E esse tempo vale dedicar ainda para um local onde é comum avistar alguns desses animais, que podem acabar surgindo, mas você só vai ver se esperar, como foi o caso do casal de leões no poço d’água do Etosha.

A paciência, no entanto, também vale para esperar os animais atravessarem as estradas, pois estamos no território deles.

  1. Observe o comportamento das pessoas

Percebeu o que falamos sobre termos visto um monte de carros parados? Se tiver ao menos uns três ou quatro, inclusive as jardineiras (veículos abertos guiados por locais), é quase certo que há felinos por ali. Eles não são muito fáceis de avistar se o mato estiver alto ou se caminharem muito longe, por isso é importante observar as pessoas e perceber em que direção estão olhando.

No entanto, há vezes que um para a fim de observar um pássaro e os outros acabam acompanhando, sem saber direito o que estão procurando. Já caímos nessa algumas vezes.

  1. Leve binóculos

Como falamos, muitas vezes os animais estão longe, e isso vale para hipopótamos também. De maneira geral, vimos búfalos, elefantes, girafas, zebras e diversos antílopes bem de perto, além de rinocerontes e crocodilos a uma boa distância de visualização.

Já para hipopótamos e felinos em geral, vale ter binóculos para conseguir ver melhor os bichos, pois eles tendem a ficar mais distantes –claro que tivemos muita sorte com nosso amigo leopardo e com o leão cruzando a estrada.

  1. Respeite a visualização dos coleguinhas

Ainda no tópico de carros parados, há uma regra não escrita sobre respeitar os colegas durante o avistamento de animais. Se há um veículo sem se mexer, só é legal ultrapassá-lo se for para seguir viagem. Nunca pare na frente dele, bloqueando seu campo de visão.

Percebemos em algumas aglomerações que os motoristas param o carro em forma de semicírculo, dando espaço para o animal viver sua vida e ainda permitindo que outros veículos consigam visualizar o centro das atenções.

Se, ao chegar, estavam ali 10 carros, você terá que esperar seu momento de se aproximar ou avistar o animal, e isso acontece quando os demais motoristas vão embora ou se o bicho vier em sua direção. Em alguns momentos, estávamos contemplando uma fera e outro veículo parou entre nós e bloqueou nossa visão. Imagine o nosso sentimento.

  1. Mantenha distância dos animais

Parece óbvia essa orientação, mas é sempre bom frisar, já que animais são imprevisíveis. Presenciamos em diversas oportunidades bichos atravessarem a estrada, e eles podem surgir do nada ou terem essa atitude ao se sentirem acuados.

No Etosha, estávamos diante de uma manada de elefantes, a uma certa distância, quando eles começaram a andar em nossa direção, a ponto de um grande paquiderme abrir as orelhas e fazer barulho com sua tromba. Claramente ele não estava feliz com nossa presença.

Em outro dia, em Botsuana, ao fazer a curva numa estrada fechada no meio do mato demos de cara com um elefante. Chegamos a pensar que nosso destino seria dar a ré ou ser atacado pelo bicho. Por sorte, ele se afastou e saímos sãos e salvos da situação.

  1. Atenção às janelas

Humanos não são os mais conhecidos por terem atitudes inteligentes, então fica a dica de manter janelas fechadas ou saber o momento certo de fechá-las.

Por dois dias ficamos perto de um leopardo, que não se importava em andar no meio dos carros –ele inclusive ficou embaixo de um, como faria um gato. Em um momento, o felino se aproximou da porta de um veículo, sentou e colocou sua pata na maçaneta, claramente tentando abri-la. Para nosso espanto, a mulher demorou uma eternidade para fechar a janela.

  1. Busque informações sobre avistamentos

No Kruger, há um sistema muito interessante de compartilhamento de informações: nos campsites há mapas em que as pessoas sinalizam onde viram animais, e tanto motoristas de jardineiras quanto turistas comuns colaboram com ele. Obviamente, não é porque um leão foi visto em um lugar que ele estará ali o dia todo.

Já no Etosha, nos guiamos pelo iOverlander, um aplicativo colaborativo de viajantes. Há diversas sinalizações de avistamentos de animais, mas adicionadas à plataforma em diferentes meses e anos. No fim, a ideia é mais saber onde há chances de ver bichos.

  1. Leve água e comida e programe as pausas de banheiro

Como falado acima, a arte de observar animais exige paciência. Logo, é bom se precaver, pois nunca se sabe quanto tempo você se dedicará a um leão ou girafa. Levamos bastante água e comida, como barras de cereais, cenourinhas ou amendoim.

Também tínhamos no carro uma refeição mais robusta, com pão, queijo e salame, para os locais seguros onde era possível sair do carro e preparar o lanche.

Algo importante a se fazer é estudar a estrutura da região, principalmente para saber onde parar e fazer xixi. No Etosha, há áreas cercadas entre os alojamentos, enquanto no Kruger só vimos uma assim –as demais paradas foram nos campsites. Em Botsuana, parávamos na beira da estrada, tanto para comer quanto para nos aliviarmos.

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