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No Maláui, capital Lilongwe é um canteiro de obras, mas lago é paraíso de tranquilidade


Vamos ser sinceros: não tínhamos muitas expectativas para o Maláui. Em nosso imaginário, estimulado pelo que havíamos ouvido falar do país ao longo dos anos, seria um lugar de muita pobreza —e praticamente limitado a isso.

O país, no entanto, nos mostrou que essa ideia não passava de preconceito. Claro, há pobreza, afinal de contas, é o 11º com o pior PIB per capita (considerando a paridade do poder de compra) e 5,4 milhões de pessoas, dentro de uma população de 20,4 milhões, enfrentam insegurança alimentar crônica. A questão é que o Maláui é muito mais que isso.


Informações práticas*:
  • Média hospedagem: 25.755 kwachas (R$ 121,50)
  • Média café da manhã: 6.000 kwachas (R$ 29)
  • Média almoço: 6.400 kwachas (R$ 31)
  • Média jantar: 8.250 kwachas (R$ 40)
  • Visto: é necessário para brasileiros, e pode ser tirado na fronteira ou eVisa
  • Moeda: kwacha malauiano (R$ 1 = 205,50 kwachas)
  • Dica: caso queira ir para Mzuzu/Nkhata Bay, procure as agências de ônibus com antecedência. Na véspera de partirmos já não havia mais vagas nos veículos.

* valores para agosto/setembro de 2023 para duas pessoas


Nossa passagem pelo Maláui incluiu duas cidades: a capital, Lilongwe, e Nkhata Bay, à beira do lago Maláui. A capital se mostrou parecida com as últimas (de Zâmbia e Zimbábue) no quesito atrativos turísticos. Há pouco o que fazer além de ver alguns monumentos.

A diferença foi a infraestutura —nesta questão, Lusaka e Harare possuem mais cafés e restaurantes, além de ruas mais bem asfaltadas para se deslocar. Já na nossa chegada vimos um pouco do que seria a cidade, pois o ônibus parou em um lugar afastado, o que causou uma primeira impressão ruim.

A hospedagem da primeira noite também não ajudou. No Philadephia Guest House (38.772 kwachas/R$ 181), a recepcionista não soube indicar onde comer e, para cada pergunta, ela precisava falar com uma pessoa diferente. Até para pagar com o cartão, no dia seguinte, veio um outro funcionário.

Para a nossa sorte, logo em frente havia uma outra hospedagem, o La Luna Lodge, onde acabamos comendo na primeira noite. Os 35.000 kwachas (R$ 163,50) da diária incluíam um quarto tão confortável quanto, café da manhã mais bem servido e Wi-Fi rápido. Até conversamos um pouco com o dono sobre quão boa era a infraestrutura, ainda mais se comparada à do vizinho. Uma pena que não estejam nas plataformas online.

Para desbravar Lilongwe, começamos a pé o nosso passeio, o que já se mostrou um desafio, pois a cidade é um verdadeiro canteiro de obras. As principais vias estão sendo recapeadas (com obras chinesas), então circular a pé não é tão fácil.

Em nosso roteiro, incluímos o Memorial da Primeira Guerra, em homenagem aos soldados mortos no conflito europeu. É possível entrar no monumento em forma de bala de fuzil, mas isso normalmente se faz com um dos guias que estão por lá.

Ali perto está o Jardim Botânico, uma área verde desfrutada pela população local, do que conseguimos ver. Como a entrada era paga, decidimos pular. Também próximo fica o Parlamento, um imponente prédio com militares na frente (e, por isso, não fizemos foto), e o mausoléu de Kamuzu, em homenagem ao primeiro presidente do Maláui, Hastings Kamuzu Banda, que governou desde a independência, em 1964, até 1994.

Após Kamuzu, a ex-colônia britânica teve outros 5 presidentes, entre eles Joyce Banda, que assumiu o governo quando o então presidente, Bingu wa Mutharika, morreu durante seu mandato. E, apesar de compartilhar o mesmo sobrenome do primeiro mandatário malauiano, eles não possuem parentesco.

Nosso próximo destino era o Old Town Mall, um mercado cujas fotos eram promissoras. Até começamos a andar por uma das muitas avenidas em obras, mas desistimos e pegamos um tuktuk. O local tem tudo para ser um lugar moderninho com lojas e restaurantes, mas, atualmente, conta com apenas uma loja de artesanato (de um dono italiano), um restaurante vegano e algumas outras lojas não ligadas ao turismo.

Do lado de fora, há um mercado de artesanato de rua, no mesmo esquema de sempre: é preciso ir com paciência para as insistentes abordagens e para negociar os preços que normalmente começam inflacionados. Optamos por comprar nosso imã do italiano e partir para um café, o Cappuccino’s —não, a bebida que dá nome ao lugar não era tão boa.

Paraíso no meio da África

Depois de alguns dias em Lilongwe, partimos para curtir a boa vida à beira do lago Maláui. Nkhata Bay não estava no nosso radar, mas virou nosso destino com a indicação do Cainã Ito, do podcast Mochileiros Sem Pauta (@mochileiros.sempauta). Chegar ao paraíso, porém, não foi tão fácil, e nos lembrou até das viagens pelo oeste da África.

A maior cidade mais próxima é Mzuzu, e sabíamos de duas empresas de ônibus para lá: Kwezy e Sososo. Procuramos, na véspera de partir, a primeira, mas já estava lotada. Resolvemos apostar e tentar a segunda no dia seguinte, já com as mochilas nas costas. A sorte, porém, não estava do nosso lado e o veículo também estava sem vagas.

Experientes que somos —tanto perrengue de estrada precisa trazer conhecimento, não?—, já sabíamos onde pegar a van (20.000 kwachas/R$ 97) para Mzuzu. Por sorte, não precisamos esperar muito para o carro partir. Por azar, ele parava constantemente para angariar novos passageiros. Nós mesmos trocamos de lugar duas vezes. Assim, levamos 8 horas e meia para vencer os 380 km da capital até lá.

Depois, ainda precisamos negociar um táxi compartilhado (5.000 kwachas/R$ 24,50) para Nkhata Bay e, lá, pagar mais 500 kwachas (R$ 2,50) para nos deixar na hospedagem.

Tanto sacrifício valeu a pena, pois a Butterfly Space era bem agradável. Ficamos num chalé (25.775 kwachas/R$ 121,50), o Tree House, mais no alto do morro, mas não tão longe do lago. Assim, era possível ver e ouvir o barulho d’água, assim como observar macacos nas árvores. Mesmo o banheiro sendo compartilhado, raramente o encontramos ocupado.

O restaurante tinha ótimos e bem-servidos pratos, e nem ficamos com vontade de sair dali para comer. O único problema era a falta de Wi-Fi, o que nos fez comprar um chip para poder nos conectar.

Criada por duas estrangeiras, a hospedagem sem fins lucrativos disponibiliza pranchas stand-up paddle e snorkeling, o que aproveitamos bastante, já que o lago Maláui, naquele trecho, é bem azul e com uma rica fauna. Era sensacional nadar em água doce enquanto observava os peixes vivendo suas vidas. Por essas e outras que ficamos ali 5 noites, para aproveitar ao máximo esse paraíso.

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