Segunda maior cidade do Egito, Alexandria abriga uma rica história, principalmente do período em que fez parte do império greco-romano. Os resquícios, porém, não são tão preservados quanto os de Cairo ou das cidades do sul. É até injusto visitar os sítios arqueológicos do norte após percorrer as atrações turísticas do restante do país.
Dentre as 14 capitais que o Egito teve ao longo da história, Alexandria foi a segunda mais longeva, completando quase um milênio nessa função. Só perde para Cairo, capital desde 972. Lá ficava a famosa biblioteca de Alexandria, incendiada quando Julio Cesar mandou colocar fogo na cidade em 48 AEC. Reconstruído, o modernoso prédio é um dos maiores espaços dedicados aos livros no mundo.
Por ficar às margens do mar Mediterrâneo, a cidade abrigava o também famoso farol de Alexandria, uma das 7 maravilhas do mundo antigo —essa lista inclui ainda as pirâmides de Gizé. A construção sofreu com o incêndio de Julio Cesar, que danificou parte da estrutura, e desmoronou de vez após um terremoto em 1310.

As pedras foram reutilizadas para levantar, no mesmo local, a fortaleza de Qaitbay, que abriga em seu interior uma pequena mesquita. Ela não tem a mesma estrutura que outras maiores, como um púlpito, porque é exclusiva a militares, então não há momentos para palestras, apenas para orações. Do alto do prédio se tem uma boa vista dos edifícios que margeiam o mar —lembra até a animada avenida Beira-Mar, de Florianópolis.
Se Alexandria tem essas duas atrações modernas e conservadas, possui também sítios arqueológicos que abrigam heranças de milênios. Nas catacumbas de Kom El-Shougafs, o visitante pode descer, por escadas, um longo fosso, onde há acesso a diferentes salas. Enquanto algumas, amplas, eram dedicadas a poucos ricos, os pobres ficavam em longos corredores com vários espaços, lembrando um condomínio de covas nas paredes. Nada muito diferente de hoje. E o pior é saber que um burro descobriu o fosso ao cair nele.
Em outro local, vimos a enorme coluna de Pompeu, que sinalizava aos navios que chegaram a Alexandria, assim como o farol citado anteriormente. Construída com as pedras de Assuan, foi transportada pelo rio Nilo, que desagua nesta região. O espaço abriga ainda algumas esfinges e pedaços de colunas com características romanas, descobertas durante a construção da nova biblioteca.























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