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Do Egito pra Jordânia, viajamos de barco e ficamos isentos de visto


O Egito faz fronteira terrestre com Líbia e Sudão, do lado africano, e Israel, da parte do Oriente Médio. E ainda é possível cruzar o mar Vermelho e chegar em pouco tempo na Árabia Saudita e na Jordânia. Como os três primeiros estão em conflito neste momento, resolvemos estrear nossa jornada pela Ásia em solo jordaniano.

Após 20 dias no Egito, onde visitamos várias pirâmides em Cairo e Memphis, enormes templos em Assuan, Luxor e outras cidades no sul do país, e sítios arqueológicos em Alexandria, no norte, rumamos para o mar Vermelho para deixar a África.

De Cairo, pegamos uma van da WeBus (320 libras egípcias/R$ 52) para Taba, na península do Sinai. Ela saiu pontualmente à 1h há outros horários, também de madrugada e chegou às 9h ao litoral.

Com 10 poltronas, estávamos em 8 passageiros e, aparentemente, só nós 2 de estrangeiros. Ao chegar ao canal de Suez, que separa a parte continental da península do Sinai, a primeira parada policial. Lá, tivemos que retirar e abrir as bagagens para uma revista e, alguns metros depois, entregamos nossos documentos para um oficial ranzinza.

Demos uma saudação em árabe salam aleikum, que significa “a paz esteja com você”, e o homem perguntou se falávamos o idioma local. Quando respondemos que não, ele reclamou: “então por que falaram isso?” Depois, um passageiro disse que nunca viu isso na vida. E, realmente, foi a primeira vez que ouvimos alguém não gostar dessa pequena demonstração de simpatia.

No fim do túnel que passa embaixo do canal de Suez há outra parada, onde todos tiveram que dar novamente os documentos. O motorista acabou ficando com nossos passaportes, já que passamos ainda por outras barreiras. Por questões históricas, a península do Sinai é muito mais vigiada do que o restante do Egito. Circulamos bastante por via terrestre e não vimos esse tanto de fiscalização.

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Em Taba, precisamos entrar num chique complexo hoteleiro para ter acesso ao porto, o Taba Heights Harbour, de onde saem os barcos da AB Maritime para Aqaba, na Jordânia. Tentamos comprar os bilhetes pela internet, mas não tinha essa opção, só no sentido contrário (Aqaba-Taba).

Para adquirir os tíquetes in loco, tivemos que esperar 3 horas, entre ver os passageiros que vieram da cidade jordaniana desembarcarem e o barco ficar pronto para os novos viajantes. Além desse tempo todo aguardando, rolou outro estresse.

No site a passagem custa US$ 65, mas os funcionários cobravam US$ 70. Sem falar que era necessário pagar em dólar e em espécie, mesmo estando em solo egípcio. Como a Pati tinha um e-mail da AB Maritime informando que a passagem na marina custava o mesmo valor do que no site, o mostramos aos funcionários.

Diante do e-mail oficial, o gerente ficou indignado e respondeu rudemente: “vocês não têm reserva e não têm bilhete, então não podem embarcar”. Em outras palavras, ele estava nos proibindo de viajar.

Até lembrou nossa entrada no Egito, quando o funcionário da EgyptAir, na Etiópia, não queria nos deixar embarcar porque não aceitava nosso comprovante de vacinação contra a febre amarela.

Ainda bem que, na marina, um funcionário foi mais simpático, se mostrou compreensível diante dos atritos e aliviou o clima entre todos. Sem falar que nos avisou que poderíamos pedir o ressarcimento desses US$ 10 (somos em dois, né?) para a empresa. Ainda teve uma última tensão quando o gerente não quis aceitar uma nota antiga de US$ 100, que recebemos na Libéria, mas o funcionário gentil o demoveu da ideia.

Fronteira Egito-Jordânia

Após todo o entrevero diante da marina, compramos nossas passagens e entramos no prédio. Passado um raio-x, entramos na fila para falar com o oficial de fronteira. Assim como o policial na madrugada, este perguntou se a Pati falava árabe, depois de começar a conversa com salam aleikum. Diante da explicação de que só sabia isso e xucrán (obrigado), ele sorriu e carimbou o passaporte.

Embarcamos às 12h15 e aguardamos até às 13h para deixar o Egito. Junto da gente, poucas famílias árabes e muitos estrangeiros. O mar estava extremamente calmo e chegamos em 1 hora na Jordânia. No caminho, a paisagem estava deslumbrante com a água de azul intenso e belas montanhas de fundo.

Se saímos de um chique complexo hoteleiro do lado egípcio, aportamos num lugar não menos luxuoso na Jordânia, o Tala Bay resort. No cais, vários iates e até bombas de combustível para barcos, a primeira que vi na vida.

O governo local oferece o Jordan Pass (75 dinares jordanianos/R$ 533), um bilhete que dá direito a 40 atrações turísticas e ao abatimento total do visto terrestre (40 dinares/R$ 284,50). Havíamos lido no blog da Carla Boechat, o @fuigosteicontei, que a entrada via Aqaba era isenta de visto, mas mesmo assim adquirimos esse passe turístico, já pensando em Petra, o consagrado destino de muitos viajantes —o valor dá direito à visita de dois dias ao sítio arqueológico.

Ao desembarcamos no porto de Aqaba, passamos por um Duty Free e, na hora do controle de fronteira, o oficial só perguntou se estávamos viajando em grupo ou individualmente. Sem demorar muito, carimbou nossos passaportes. Por fim, enfrentamos o raio-x e entramos oficialmente na Jordânia.

Por ali há várias lojas e um caixa eletrônico, onde pudemos sacar dinares. Como o resort fica a 16 km do centro de Aqaba, pedimos o contato de um táxi em uma cafeteria. Acertamos, via WhatsApp, 10 dinares (R$ 72) pela corrida, mas, ao chegar na entrada do complexo, um outro motorista ofereceu 7 dinares (R$ 50,50). Sem falar que havia um ponto de ônibus ali perto. Como dizem, informação é poder.

Pelo menos essa história termina bem! Relatamos essa situação toda para a AB Maritime, via e-mail, e um funcionário nos contatou por WhatsApp. Após obter mais detalhes, ele mandou entregar em nosso hotel os US$ 10 que havíamos pago a mais. Jordânia conquistou nosso coração.

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