Nos Emirados Árabes, concentramos nossos dias em Dubai, a maior cidade do país, e nos fascinamos com quão moderno e cosmopolita é o lugar. Prédios enormes e com estruturas mirabolantes dão um sinal da riqueza do país, que exige bastante do orçamento do turista. Mas, como há tantos imigrantes por lá, é possível encontrar comida e hospedagem mais em conta.
Informações práticas*:
- Média hospedagem: dh 116 (R$ 174)
- Média café da manhã: dh 14 (R$ 20)
- Média almoço: dh 44 (R$ 60,50)
- Média jantar: dh 49,50 (R$ 70)
- Visto: não é necessário para brasileiros, mas você precisa pagar uma taxa de saída, de dh 35,90 (R$ 49).
- Moeda: dihram dos EAU (R$ 1 = dh 1,37)
- Dica: Há muitos hostels em Dubai, mas a maioria, com condições insalubres, é voltada a trabalhadores imigrantes, algo bem diferente dos similares na Europa ou América Latina.
* valores para dezembro de 2023 para duas pessoas
Assim que chegamos da Arábia Saudita por avião, nos alegramos por encontrar um metrô que liga o aeroporto ao centro, algo muito comum em países europeus e que um dia, talvez, tenha em São Paulo.
Ficamos próximos à estação Sharaf DG, e nossa primeira hospedagem foi o City Palace Hotel (dh 197,50/R$ 273). Mesmo em frente à movimentada avenida Khalid Bin Al Waleed e com uma balada no térreo –aparentemente, isso é comum em hotéis na cidade–, não nos incomodamos com o barulho. Como a diária estava muito salgada pro nosso bolso, buscamos uma alternativa para os próximos dias. E aí o bicho pegou!
Há uma grande quantidade de hostels em Dubai, o que nos surpreendeu, já que a cidade é um destino conhecido pelos altos preços. Ao ler os comentários no Booking.com, porém, entendemos o porquê de tantos endereços assim: muitas pessoas transformam um apartamento comum em uma hospedagem, entulhando os quartos com beliches.
Esse sistema não é voltado para o mochileiro acostumado a albergues europeus ou latinos, e sim aos imigrantes, que dominam os Emirados Árabes. Justifica-se esse verbo com dados, pois 88,5% da população é de expatriados. Sim, você fez a conta certa: apenas 11,5% das pessoas que vivem lá são emiráticas.
Diante dos péssimos relatos na plataforma de hospedagem, optamos por um que fica na mesma região do primeiro hotel, o Space Capsule Hostel, um empreendimento novo que parecia mais promissor. Só parecia mesmo, pois segue na linha dos demais hostels de Dubai.
No nosso quarto, eles instalaram um complexo móvel que mais lembrava uma colmeia, com 18 camas, divididas em 6 colunas com 3 linhas/colchões cada. E ainda vimos outros 3 dormitórios assim. Contamos ao menos 60 vagas.
Para tanta gente, apenas 3 banheiros. Pois é, a fila raramente acabava. Ao menos tinha café da manhã incluído na diária (dh 58/R$ 87 por pessoa), mas a cozinha era tão claustrofóbica e apinhada de estrangeiros que preferimos comer na rua. Outra área comum era o corredor que ligava a porta de entrada aos quartos, com apenas uma mesa e cadeira, do gerente, uma outra cadeira de plástico e a tábua de passar roupa.
Assim que chegamos ao endereço, o sujeito nos disse que estava cheio. Depois de insistirmos que tínhamos uma reserva para 3 noites, pelo Booking.com, surgiram duas camas. Ao menos era uma ao lado da outra. Nos quartos, há cartazes avisando que não se pode falar ao telefone e comer no ambiente, mas, nas duas primeiras noites, tivemos que chamar os funcionários para falar com outros hóspedes, que insistiam em usar o celular. Na segunda, inclusive, tivemos que aturar uma rápida reforma às 23h, para consertarem o Wi-Fi –e não deu certo, porque a conexão continuava instável. Aparentemente, não tiveram tempo de arrumar o modem durante o dia.
Com esse ambiente nada hospitaleiro, passávamos o dia todo fora, do café da manhã ao jantar. Como Dubai tem muitos estrangeiros, é possível encontrar comida de tudo que é tipo, tanto grandes redes internacionais –nem vamos falar que buscamos o caro Starbucks atrás de bom café, espaço acolhedor e rápida internet– quanto pequenos empreendimentos com pratos típicos de outros cantos. O que mais percebemos foram os da Índia e das Filipinas.
Após 3 longas noites no hostel, mudamos para o Pearl Swiss Hotel, mais perto da estação Al Rigga. Chegamos por volta das 10h, apenas querendo um lugar para descansar, e o simpático recepcionista fez o check-in adiantado. A diária (dh 236,50/R$ 351,50) foi a mais cara de todas, e ficamos lá porque era mais perto de onde partiria nosso ônibus para Mascate, em Omã. Ao menos tínhamos um grande quarto e um imenso banheiro, além de Wi-Fi muito rápido.
O que fazer em Dubai
A maior cidade dos Emirados Árabes exala extravagância –como já deve ter ficado claro pelo preço das hospedagens. Com seus arranha-céus e largas avenidas, Dubai parece ter sido construída para passar esta mensagem: este é um país islâmico, mas não por isso atrasado. Tem um quê também de querer ser como Nova York ou Londres.
Dizemos isso mais pela parte dos altos prédios espelhados, que dominam principalmente o bairro financeiro, onde ficam o Burj Khalifa –edifício mais alto do mundo– e o Dubai Mall (com lojas de tudo quanto é tipo, inclusive de redes internacionais). Aliás, para se divertir ali, será preciso colocar a mão no bolso. Subir no Burj Khalifa custa US$ 46, enquanto uma brincadeira no escorregador de vidro do Sky Views sai por US$ 19.






Para aqueles com o orçamento mais apertado, como o nosso, resta se divertir a distância, apreciando a vista e andando de metrô. Pelo menos o transporte público é bem eficiente, e com ele é possível ir à maioria dos principais pontos. Algumas das outras atrações ainda no entorno da região financeira é o Museu do Futuro, com um prédio bem diferentão, e o Dubai Frame, cuja entrada também é paga, mas, pelo tamanho faraônico, é possível apreciar do lado de fora.
Se você pular a entrada nos prédios e no museu, é possível ir da modernidade à antiguidade em um dia. A parte antiga da cidade foi muito higienizada, mas ainda tem seu charme. O metrô deixa um pouco longe, mas ainda assim é apenas uma caminhada de 20 minutos. Sem carros transitando por lá, há carrinhos de golfe elétricos convertidos em táxis.
A região reúne restaurantes, cafés e até sorveterias (inclusive aquelas turcas, com muitos malabarismos), a um preço mais turístico. Lojas de suvenir também se encontram aos montes lá, onde a arte de negociar entra em prática. Como nossos dias eram prolongados, curtimos essa parte da cidade à noite, com toda a iluminação dos prédios à beira do Dubai Creek –esse é o lado bom de dias longos em uma cidade que é, de fato, 24 horas.
Dubai fica ainda no litoral, e isso significa praias à beira do golfo Pérsico! Mesmo que seja um país islâmico como a vizinha Arábia Saudita, nas areias de Jumeirah as mulheres usam a roupa de banho que quiserem, do biquíni ao burquíni. O que é proibido por lá é fazer farra na água, e vimos um grupo de jovens imigrantes serem expulsos e outro de mais velhos levar uma advertência.
Tente fugir, no entanto, dos cafés e restaurantes de lá, pois é uma região de (ainda mais) endinheirados. Arriscamos um café no Brew Cafe Jumeirah e saímos com um rombo de R$ 64,50 para dois cappuccinos. Nitidamente a elite local frequenta o lugar, aonde chegar de metrô exige uma caminhada mais longa.

Por fim, há mais uma atração que acabamos não indo, o Gold Souk, onde também é possível encontrar suvenir a um preço bem módico, segundo nos falaram –algo que parece quase impossível na cidade onde hotéis por menos de US$ 50 a diária são raridade.
















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