Cruzamos a fronteira entre Rússia e Mongólia de trem; brasileiro é isento de visto


Pela primeira vez em nossa viagem de volta ao mundo, cruzamos uma fronteira de trem, entre Rússia e Mongólia. É estranho pensar que essa experiência foi muito comum a nós em nossos mochilões pela Europa, no início dos anos 2010. Mas, como esse tipo de transporte não é difundido na África e no Oriente Médio, nossos destinos da primeira temporada, não pudemos desfrutar de uma travessia sobre trilhos entre países.

Após entrarmos na Rússia de avião, vindos da França via Turquia por causa da guerra na Ucrânia, nações da Europa Ocidental não estão oferecento voos diretos a Moscou, circulamos pelo interior pela Transiberiana. O intuito, desde o início, era pegar a ramificação para a Mongólia, transformando a rota em Transmongoliana.

Há trens para Ulan Bator, a capital mongol, a partir de Irkutsk e de Ulan-Ude, e escolhemos esta para ser nossa última parada russa. Já na compra da passagem percebe-se uma diferença entre as rotas, pois o bilhete lembra os de avião, enquanto os que usávamos dentro da Rússia se parecem com extratos de banco jovens nem devem pegar a referência.

O trem partiu pontualmente às 15h39 e, diferentemente de outros comboios que usamos no interior da Rússia, estava bem vazio. Das 9 cabines no nosso vagão, 3 não tinham passageiros. Na nossa, éramos apenas nós dois. Pudemos, assim, desfrutar das camas de baixo e da mesa, onde fizemos muitas palavras cruzadas. A paisagem também mudou e observamos poucas árvores e alguns morros e rios.

Fronteira Rússia-Mongólia

Chegamos às 19h55 ao posto russo da fronteira com a Mongólia, com o dia bem claro ainda. Todos os passageiros ficaram no vagão e, às 20h15, uma agente passou recolhendo os passaportes para carimbá-los em outro lugar. Estávamos com nossos documentos brasileiros, pois somos isentos de visto na Rússia europeus necessitam de eVisa.

Na sequência, um jovem oficial surgiu e perguntou, em inglês, se era a primeira vez no país já estivemos na Rússia em 2013 e em 2019, quais cidades visitamos e o motivo da viagem. Houve uma certa dificuldade dele de encontrar as melhores palavras, e outra agente o auxiliou na tradução.

Depois, uma oficial pediu para abrirmos nossas mochilas a fim de checá-las e, após um tempo, um agente nos orientou a sair da cabine para revistá-la com bastante atenção. Teve ainda um homem circulando com um cachorro, mas passou direto por nós.

Estávamos temerosos, pois havíamos encontrado uma francesa uns dias antes que relatou o sufoco pelo qual passou no aeroporto, em Moscou. De acordo com ela, o processo de entrada durou 2 horas e um agente chegou a olhar seu celular. Como jornalistas e produtores de conteúdo, ficamos apreensivos e até apagamos alguns aplicativos. Usei até mesmo uma camiseta da seleção de futebol, para deixar bem claro que éramos brasileiros. Felizmente, nada fora do comum aconteceu com a gente.

Às 21h25, pouco mais de 1 hora após entregarmos nossos passaportes, eles foram devolvidos. Ainda esperamos até as 21h47 para que o trem partisse.

Chegamos às 22h28 ao posto mongol e, às 22h35, uma oficial surgiu para recolher nossos passaportes. Receosos, havíamos tirado prints do site do governo da Mongólia em que consta que viajantes do Brasil não precisam de visto para o país, mas em nenhum momento nos questionaram a respeito.

Um homem fardado, que aparentava ser o chefe, surgiu e nos deu boas-vindas em inglês. Depois, um agente apareceu e cobrou o formulário que a funcionária do trem havia entregue mais cedo. Ali, deveríamos preencher nossos dados, de qual país vínhamos e para onde íamos e quanto de dinheiro carregávamos conosco. Havíamos deixado o espaço em branco, mas ele nos instruiu na hora como proceder. O homem também pediu para revistar as bagagens.

A oficial que havia recolhido nossos passaportes retornou às 23h42 para devolvê-los e o trem partiu apenas à 0h22. O processo todo de fronteira levou quase 4 h 30, mas em nenhum momento precisamos sair da cabine para resolver algo.

Chegamos a Ulan Bator às 6h38 e, no caminho até a estação de trem, observamos muitos iurtes, cabanas circulares usadas pelos nômades mongóis, mesmo dentro do perímetro urbano da cidade. Ali éramos apresentados a um dos símbolos do país.


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