Em Pequim, andamos pela Muralha da China, visitamos a Cidade Proibida e vimos muito verde


Se, anos atrás, ligávamos Mongólia a grandes planícies e China à poluição, essa viagem pela Ásia tem nos mostrado que há muito mais do que isso. Agora, pensaremos em quão cosmopolita é Ulan Bator e no tanto de árvores e flores que encontramos por Pequim.


Informações práticas*:
  • Média hospedagem: US$ 37 (R$ 184)
  • Média café da manhã: 39 yuans (R$ 28,50)
  • Média almoço: 84 yuans (R$ 61,50)
  • Média jantar: 51 yuans (R$ 37,50)
  • Visto: é necessário para brasileiros, mas pode-se obter na chegada o de trânsito, de 144 horas
  • Moeda: yuan (R$ 1 = 0,073 yuans)
  • Dica: Sua vida no país fica mais fácil com alguns apps no celular, como AliPay, WeChat e de alguma VPN –falamos mais no fim do texto.

* valores para maio de 2024 para duas pessoas


Nossa intenção era explorar mais a China, mas não obtivemos a tempo o visto de turismo pelo consulado em São Paulo e o visto de trânsito permite apenas 144 horas (6 dias) no território chinês. E a locomoção por lá fica restrita à região por onde entrou. Assim, apostamos nossas fichas na capital, Pequim.

Andar pela cidade significa ver muito verde, tanto nos bairros residenciais quanto no centro. Infelizmente, vimos na mesma medida muita gente fumando, e o cheiro de cigarro estava entranhado inclusive em nosso quarto –nosso vizinho acendia o cigarro com porta e janela abertas, apesar de avisos proibindo essa prática.

Se era difícil escapar do cheiro de cigarro, era fácil encontrar banheiros públicos, sempre limpos. Eles foram difundidos durante os preparativos para as Olimpíadas de 2008, numa tentativa de evitar que os habitantes se aliviassem em qualquer canto, um hábito local. Já havíamos lido a respeito em ‘Laowai’, livro da jornalista Sônia Bridi, mas foi legal ver como os chineses adotaram essa comodidade.

Para dar conta dos mais de 21 milhões de habitantes, o metrô precisa ser eficiente, e por isso ficamos próximos à estação Beijing West Railway Station, mais afastados do centro. A região conta com vários restaurantes baratos, mas poucos cafés –não se pode ter tudo, né?

Muralha da China

Se iríamos ficar tão pouco tempo em Pequim, demos prioridade à Muralha da China, grande símbolo nacional. São 8.850 km de extensão, mas nem toda ela é aberta ao público. Há 8 seções próximas à capital, e visitamos a de Mutianyu.

Para chegar por transporte público, deve-se pegar o ônibus 916 (12 yuans/R$ 9) no terminal Dongzhimen e, depois, o H23 (3 yuans/R$ 2). Ao todo, levamos três horas e meia entre nosso hotel e a entrada do complexo.

O ingresso custa 60 yuans (R$ 44) e dá direito a um ônibus até o local de onde saem os bondinhos e teleféricos (ida e volta por 140 yuans/R$ 102,50) e à escada. Mãos de vaca, optamos pelos infindáveis e gratuitos degraus.

Após a cansativa subida, seu fôlego é ainda mais exigido ao passear pela muralha. São degraus para subir e descer pelo local, e o que ajuda muito são as pequenas torres, bem ventiladas e protegidas do sol. Parece quando você está descalço na rua ou na praia e precisa dar seu máximo para chegar à próxima sombra.

Para descer, além do bondinho e do teleférico, há um longo escorregador em que você desliza em um carrinho, como no filme ‘Jamaica abaixo de zero’. Por 100 yuans (R$ 73), nos aventuramos morro abaixo. Foi um ótimo final para essa experiência sensacional pela Muralha da China.

No complexo do pé da montanha, há várias lojas de suvenir e restaurantes. Apesar de ser uma atração famosa internacionalmente, encontramos um prato bem servido a 40 yuans (R$ 29). No retorno para o hotel, pegamos o caminho reverso de ônibus e metrôs, e pagamos nessa jornada R$ 15. Todo o passeio saiu por R$ 146,50 por pessoa.

Cidade Proibida e praça Tiananmen

Já no coração de Pequim fica a Cidade Proibida, um complexo de palácios que datam do século 15, cercado por jardins opulentos e agradáveis para uma caminhada. Isso se a cidade não parecesse proibida até hoje.

Enfrentamos uma certa dificuldade para conseguir visitar o espaço, que inclui também a praça Tiananmen, ou Praça da Paz Celestial, como é mundialmente conhecida (sim, a do massacre de 1989). Isso porque, desde 2021, é preciso fazer um agendamento para entrar na área delimitada, e descobrimos como fazer graças ao casal @pameisaque_trips.

O passo a passo é simples, mas um tanto complicado, já que tudo está em mandarim. Enquanto preparamos o nosso passo a passo detalhado, você pode conferir este, em inglês.

A visita à praça continua gratuita, mas entrar nas torres e no Palácio do Museu da Cidade Proibida é concorrido, então sugerimos reservar com antecedência (e pelo menos isso pode ser feito pelo site, em inglês).

Com o agendamento para a praça, é possível entrar na Cidade Proibida e ver de perto as construções e andar pelo jardim. Do outro lado da avenida, estão o Museu Nacional da China, o Palácio do Povo, o Monumento aos Heróis do Povo e o Mausoléu de Mao Tse Tung (para visitá-lo gratuitamente, precisa fazer um outro agendamento).

Para nós, foi uma experiência e tanto ver de perto marcos da história chinesa e mundial, ainda que com lembranças tristes, como é o caso do massacre de 1989. Entrar em palácio, museu e mausoléu, no entanto, teve que ficar para uma visita futura.

Outros passeios

Próxima à Cidade Proibida está Qianmen, uma região turística com vários restaurantes e lojas de suvenir e de roupas, além de estátuas condizentes com o estabelecimento onde estão –há crianças experimentando calçados de adultos e cozinheiros preparando pratos. Por ali passeamos duas vezes e provamos carne de pato, algo comum na cidade.

Também na região da Cidade Proibida está a Wangfujing Street, um local que pode interessar aos fãs de compras, pois há grandes lojas de marcas estrangeiras como Nike, Apple e Adidas. Há por ali alguns quiosques de sorvetes inflacionados.

Um passeio que muito nos agradou em Pequim foi pelo Templo do Céu, um espaço enorme com templos taoístas e muitos jardins. Os mais floridos estavam cheios de idosos chineses, inclusive atrás das contenções. É um ótimo refúgio para ouvir pássaros em vez dos muitos carros das avenidas em volta.

Dicas importantes de viagem

Viajar pela China fica mais fácil caso você mantenha certos hábitos e baixe alguns apps em seu celular.

Antes de mais nada, é fundamental estar sempre com seu passaporte –viajamos com o brasileiro para o país. Há checagens nos metrôs perto da Cidade Proibida e precisamos dele para comprar a entrada da Muralha da China. Sem falar que policiais bateram no nosso quarto, na véspera de partirmos para a Coreia do Sul, para conferir visto e documentos.

Tenha em seu celular o AliPay, um app que concentra várias utilidades, e a principal para nós foi o de pagamento. Como bandeiras Visa e Mastercard são pouco aceitos, ou você compra qualquer item com dinheiro vivo –depois de certa procura, sacamos com nosso cartão da Wise– ou com o AliPay. Antes de entrarmos na China, cadastramos nossa conta da Revolut –a da Wise não deu certo– e funcionou direitinho nos lugares.

Para pagar, você precisará fornecer um QR code do seu celular para o comerciante ou então escanear o QR Code da loja. A grande questão é que você precisa estar conectado para usar o aplicativo, pois ele não funciona off-line, como cartões cadastrados na carteira da Apple. Vale a pena também ter o WeChat, fundamental para as reservas da praça Tiananmen e do Mausoléu de Mao.

Estar conectado é outro fator importante na China. Não é comum estabelecimentos fornecerem Wi-Fi e, quando tem, você não conseguirá usar nenhum aplicativo ou site de buscas. Assim, além de comprar um sim internacional –escolhemos o virtual da Airalo– ou um chip local, é preciso ter VPN, uma rede de comunicações privadas. Alguns sims oferecem essa facilidade, mas já tínhamos adquirido, em Uganda, a da SurfShark, bem útil agora.


Dicas Sem chaves

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