O Japão estava em nosso imaginário desde antes de começarmos nossa viagem de volta ao mundo, principalmente porque o Faraó é de Campo Grande (MS), local de forte colonização nipônica. Então, até chegarmos à capital, Tóquio, foi com grande prazer que visitamos Fukuoka, Hiroshima, Osaka, Quioto, Fuji e Kawaguchiko —destas duas, vimos o impressionante Monte Fuji.
Informações práticas*:
- Média hospedagem: 9.008 ienes (R$ 311)
- Média almoço: 1.850 ienes (R$ 61,50)
- Média jantar: 3.380 ienes (R$ 111,50)
- Visto: brasileiros são isentos de visto
- Moeda: iene (1 iene = R$ 0,035)
- Dica: Conseguimos usar nosso cartão da Wise apenas para saques, mas o da Revolut foi sucesso.
* valores para junho de 2024 para duas pessoas
Nosso primeiro contato com a Terra do Sol Nascente foi Fukuoka. Mesmo sendo a 6ª maior cidade do Japão, ela não estaria em nossa lista de desejos naturalmente. A visitamos porque queríamos entrar no país de barco, a partir da Coreia do Sul, e essa era a opção mais rápida zarpando da litorânea Busan. Quis o destino que nosso ferry fosse cancelado e que a jornada dobrasse de duração, noite adentro.
Esse percalço nos fez perder uma noite em Fukuoka, e da cidade pouco vimos. Ao menos tivemos o primeiro contato com restaurantes onde você escolhe seu prato em um totem, cheio de imagens da comida, e paga antes de se sentar. Nos dias seguintes, iríamos a muitos lugares onde os pedidos são realizados em iPads, sem uso do Google Translate ou tentativas de mímica com atendentes.
Percebemos que, assim como na Coreia do Sul, no Japão as conveniências —ou kombinis— são bem populares, e encontramos de doces e marmitas a suhis e oniguiris, uma espécie de esfirra de arroz. Por toda parte há uma unidade da 7eleven, da FamilyMart e da Lawson. Nestas, inclusive, é comum ter caixa eletrônico compatível com cartões da Wise —infelizmente, penamos para achar lugares que os aceitam no dia a dia.
A histórica Hiroshima
De Fukuoka partimos para Hiroshima, palco, ao lado de Nagasaki, de um dos piores momentos da humanidade. Para que nunca nos esqueçamos de a que ponto o homem pode chegar, o Memorial da Paz está no epicentro de onde caiu a bomba atômica disparada pelos Estados Unidos.
Lá está a Cúpula Genbaku, ou da Bomba Atômica, um prédio da prefeitura cujos destroços resistem até hoje, escorados por estruturas de ferro para que não desabem. A área, que antes tinha um hospital e várias casas, hoje é um grande parque, com esculturas e um museu.
Nos vários dias em que ficamos na cidade, nos dedicamos mais a trabalhar e ter um pouco de rotina, como correr ao longo do rio Ota —há um bom trajeto onde idosos e ciclistas dividem espaço— e experimentar restaurantes locais de ramen e franquias de sushis servidos em esteiras, mais precisamente o Sushiro.






As agitadas Osaka e Quioto
Após dias de calmaria em Hiroshima, viajamos num ônibus noturno (6.100 ienes/R$ 221) para Osaka, a 3ª maior cidade do Japão. Assim como trajeto (2.600 ienes/R$ 91,50) que fizemos a partir de Fukuoka, o motorista parou várias vezes no caminho, em lugares com lanchonetes e banheiros. Isso ajuda bastante o viajante que não comprou comida previamente ou está mais apertado —nos veículos que usamos não havia toalete.
Chegamos num domingo de manhã e parecia dia de semana, de tanta gente circulando. Lá, encontramos pessoalmente viajantes brasileiros com quem conversávamos pelas redes sociais: Melina (@omundodamelina) e os casais Stefani e Wagner (@ste_wagner_viagens) e Manu e Felipe (@viajantesdohoje).
Na cidade, encontramos também nosso amigo Henrique, o mineiro com quem viajamos de carro por Namíbia, Botsuana e África do Sul. Juntos, visitamos o enorme Castelo de Osaka, que teve papel importante na unificação do Japão. Construído no fim do século 16, ele tem vários andares e uma base de pedras bem alta. Além disso, a área, murada é cercada por um fosso. Para entrar no prédio é preciso pagar o ingresso de 600 ienes (R$ 20,50) e enfrentar uma fila considerável, o que nos fez desistir de conhecer a parte interna.
Altos também são os prédios do centro da cidade, região bem movimentada, principalmente perto da estação de Osaka. Se ali circula muita gente de dia, o Dotonbori é o point noturno. As fachadas são extremamente iluminadas e possuem grandes decorações —lembra em certo ponto Las Vegas, ainda mais com vários empreendimentos com caça-níqueis. Há todo tipo de loja e restaurante, assim como estrangeiros.









Outro lugar que tem bastante turista é Quioto, para onde fomos de trem (580 ienes/R$ 20). A 9ª maior cidade do país tem menos arranha-céus que Osaka, mas estava insuportavelmente quente nos dias em que ficamos lá. A muvuca nos pontos mais famosos também não ajuda.
Visitamos o Fushimi Inari-taisha, um templo conhecido por incontáveis portões vermelhos, muito próximos uns dos outros, que formam um longo corredor. Por esse caminho, circulam vários turistas e moradores, muitas vezes com trajes tradicionais.
Outro local cheio é a floresta de bambu Arashiyama, mais afastada do centro. Na pequena trilha em meio ao bambuzal, as muitas pessoas atrapalham os momentos de contemplação. Por isso foi uma grata surpresa, ao andarmos ao longo do rio Katsura em direção ao metrô, nos depararmos com uma paisagem idílica: a floresta de verde reluzente combinava com as calmas águas e os silenciosos barcos. Para completar o cenário, uma mulher tocava em sua flauta uma melodia que reverberava pelo vale. Menos de um quilômetro adiante, uma multidão ocupava restaurantes e quiosques de comida.










Na região central de Quioto há outros templos e santuários charmosos e com menos turistas, como o South Tower Gate e o Kiyomizu-dera —chegamos perto da hora de fechar e vimos apenas as belas construções da entrada. Nas ruas em volta há ainda várias casas tradicionais. E, a uma pernada de distância, em Gion, é possível observar as famosas gueixas circularem à noite.
O majestoso Monte Fuji
No caminho para a capital, obviamente nos planejamos para ficarmos próximos ao Monte Fuji, o ponto mais alto do país. A primeira parada foi em Fuji, para onde viajamos num outro símbolo nipônico: o Shinkansen, o conhecido trem-bala. Ele é um ótimo transporte, tanto pela rapidez, pois chega a 320 km/h, quanto pelo conforto. O único problema é o preço mesmo, pois a passagem custou 11.090 ienes (R$ 392,50) para um trecho de 327 km.
Chegamos à cidade litorânea com uma chuva fraca, e o tempo estava tão nublado que não vimos o monte. Mas, no dia seguinte, tivemos nosso primeiro contato com esse vulcão de 3.776 metros.

De lá, pegamos um ônibus (2.690 ienes/R$ 96) para Kawaguchiko, cidade ao norte do Fuji. Enquanto no 1º dia enfrentamos uma chuva forte o tempo todo, tivemos sorte que o 2º foi bastante ensolarado. A região é muito turística, e há vários lugares para alugar patinete ou bicicleta. Por 2.000 ienes (R$ 66,50), pedalamos em volta do lago Kawaguchi, de onde pudemos contemplar e fotografar o Monte Fuji. Foi com a imagem dessa formação majestosa que embarcamos de trem para Tóquio.















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