Se Timor-Leste é pouco lembrado por brasileiros, imagina um dos seus vizinhos do Sudeste Asiático, o pequeno sultanato do Brunei? Visitamos Bandar Seri Begawan, a capital do pequenos país, em nossa jornada pela região e passamos dias de muito calor e poucos passeios, já que as atrações turísticas da cidade não são muitas.
Para início de conversa, algumas curiosidades. É um dos países menos povoados do mundo (168 entre os 193 reconhecidos pela ONU), com cerca de 450 mil habitantes —menor que nossas cidades, Florianópolis e Campo Grande. E ele fica na ilha de Bornéu, assim como uma porção da Indonésia e outra da Malásia.
Informações práticas*:
- Média hospedagem: US$ 44,15 (R$ 254,50)
- Média almoço: B$ 7,50 (R$ 32,50)
- Média jantar: B$ 16,10 (R$ 70)
- Visto: brasileiros precisam de visto
- Moeda: dólar bruneano (B$ 1 = R$ 4,37)
- Dica: Para sair do aeroporto, o valor do táxi é tabelado e nos custou B$ 25, B$ 10 a menos do que o hotel queria nos cobrar.
* valores para outubro de 2024 para duas pessoas
Até onde achamos, Brunei, Omã e Malásia são os únicos sultanatos no planeta, pois outras monarquias muçulmanas mudaram sua nomenclatura para reinados, como o Marrocos. Por falar nisso, com a morte da britânica rainha Elizabeth 2ª, Hassanal Bolkiah, o sultão bruneíno, se tornou o monarca mais longevo no cargo. Ele assumiu o comando da nação em 1967, após a renúncia de seu pai, Omar Ali Saifuddien 3º.
Em Bandar Seri Begawan, nos hospedamos no Abdul Razak Complex (US$ 44,15/R$ 254,50), um pouco mais afastado do centro, mas com quarto e banheiro grandes, além de um farto café da manhã, servido numa escola de gastronomia do mesmo prédio.




Para chegar ao centro, há uma grande ponte que desemboca num florido jardim. Apesar do calor úmido e do sol inclemente, sempre víamos funcionários cuidando das flores e do gramado. Se não fossem as altas temperaturas durante o dia, com certeza nos sentaríamos nos bancos para a ver a (pouca) vida passar. Ali também está uma réplica menor do Frame, uma das atrações de Dubai.
A construção mais chamativa da região, entretanto, é a mesquita Sultão Omar Ali Saifuddien. Inaugurado em 1958, o suntuoso templo é aberto a visitantes, que podem assistir a um vídeo sobre a sua construção. Do lado de fora, está a réplica de um grande barco no meio do lago. A maior do país, no entanto, é a mesquita Jame’ Asr Hassanil Bolkiah, de 1994. Caso você não tenha percebido, as duas ganharam os nomes dos monarcas.





Em frente ao prédio religioso com o nome do antigo sultão está o shopping Yayasan Sultan Haji Hassanal Bolkiah, com lojas —a de suvenir é muito boa—, cafés e um potente ar-condicionado. Na parte externa, há uma feira gastronômica que deve bombar à noite, mas que estava sempre vazia durante o dia.
Não muito longe dali fica a Biblioteca Dewan Bahasa & Pustaka, que tem um fraco acervo, mas um belo mural do lado de fora. Se esse prédio é simples, o Royal Regalia Museum (B$ 5/R$ 22) é extremamente grande. Afinal de contas, ele abriga os presentes que o sultão ganhou de outros países —mas não do Brasil—, assim como uma réplica em tamanho real da comitiva que participou da coroação do monarca. A curiosidade é que o visitante deve entrar descalço no lugar e, apesar de quase todas as salas terem carpete, as nossas meias continuaram limpas no fim do passeio.








Nas ruas do centro também estão lojas de roupas, restaurantes, cafés charmosos e um grande mural que homenageia Kampong Ayer, uma vila flutuante que fica em frente ao shopping. Da orla, é possível ver e pegar barcos que levam às casas sobre palafitas, que lembram as do Norte brasileiro.
Chegamos a ir à casa do sultão, Istana Nurul Iman, mais afastada do centro, mas ela não é aberta à visitação. Dizem que é o maior palácio do mundo, mas outras residências reais se vendem assim também, como o britânico Buckingham e o francês Versailles. De qualquer forma, o monarca bruneíno é mais conhecido por sua gigantesca coleção de carros, que chegam a 7 mil. Isso significa que ele pode ficar 19 anos sem repetir um veículo.

Outra curiosidade é que o Brunei, mesmo que fique completamente na ilha de Bornéu, tem seu território dividido em dois. No exclave —há uma ponte entre as duas porções—, que é ainda menos visitado do que a parte principal, concentram-se passeios para ver o narigudo macaco-probóscide (a pelúcia dele é vendida como suvenir na capital). Outra atração do país são os passeios de mergulho nas ilhas próximas, mas deixamos essa atividade para um futuro próximo, que traremos em breve aqui.















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