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O que fazer se tiver problemas com o certificado da vacina de febre amarela ao entrar em um país


Estar com as vacinas em dia é pré-requisito para viajar –e para a própria saúde também. Alguns lugares, porém, podem exigir uma prevenção específica, como é o caso da febre amarela, seja porque o destino faz parte de uma região endêmica ou porque o próprio Brasil é área de risco. Inclusive, já explicamos aqui como funciona o médico do viajante, que ajuda a obter informações variadas de saúde sobre diferentes destinos.

Sendo do sul do Brasil, eu só tomei a vacina quando fiz uma viagem para Goiás aos dez anos, mas a minha mãe, por exemplo, nunca tomou. Para o Faraó, no entanto, essa prevenção é algo tão natural quanto ter a antitetânica, pois ele nasceu eu viveu até os 18 anos em Campo Grande.

De qualquer forma, o Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP) da febre amarela (que tem validade vitalícia) é quase tão importante quanto o seu passaporte, pois muitos países o exigem ao ver que o viajante é do Brasil.

Como obter o certificado internacional da vacina de febre amarela

Com a digitalização do mundo, esse procedimento se tornou bem mais fácil. Além de tomar a vacina no posto, é claro, você precisará de alguns passos a mais, a depender da data da injeção, que estão disponíveis em detalhes no site do Governo Federal.

Para vacinados desde o fim de dezembro de 2022, o CIVP já consta no Meu SUS Digital (antigo Conecte SUS), se o posto de saúde tiver feito o registro no Ministério da Saúde. Caso contrário ou se a vacinação ocorreu antes disso, será necessário fazer a solicitação pelo site.

Nesse formulário, será preciso informar seu CPF e enviar a imagem do comprovante de vacinação mostrando:

  • Dados pessoais (nome e data de nascimento);
  • Vacina de febre amarela;
  • Data de vacinação e lote legível da vacina;
  • Assinatura do profissional que realizou a vacinação;
  • Identificação e carimbo da unidade de saúde onde você tomou a vacina.

Se você, como eu, tem isso registrado naqueles livretos da década de 1990, o nome e a data de nascimento ficam separados. Dá um pouco mais de trabalho juntar tudo numa foto, mas é possível.

A validade do CIVP começa dez dias depois da injeção (mas alguns países pedem que ela tenha sido realizada 14 dias antes da viagem), e o prazo para recebê-lo, caso já não esteja disponível no Meu SUS Digital, é de 5 dias úteis.

Problemas no destino

Toda essa modernização, infelizmente, nem sempre é reconhecida em outros países. Isso porque muitos estão habituados com o tal “yellow book” (livro amarelo, em inglês), parecido com o CIVP emitido anteriormente pela Anvisa, e não com uma folha A4 com um QR Code.

Antigo certificado internacional emitido pela Anvisa

Nós já quase fomos barrados em dois países, no Egito e na Malásia. Depois dessa segunda vez, decidimos procurar uma embaixada brasileira para nos informarmos –neste caso, a de Kuala Lumpur, capital malásia.

No Egito, foi o funcionário do aeroporto no momento do check-in que encrencou e só nos liberou após o gerente de voo chegar e confirmar com o governo egípcio que nosso certificado era aceito –em Cairo, o agente bateu o olho e nos deixou passar em segundos (depois descobrimos que funcionários de aeroportos têm acesso a um sistema para verificar como é o documento de cada país).

Na Malásia, foi o agente de imigração. Tomamos um chá de cadeira até o agente de saúde chegar e nos fazer algumas perguntas sobre onde estivemos anteriormente, se Singapura não cobrou (não, porque já estávamos fora do Brasil havia algum tempo) e se poderia ver nossos passaportes europeus (pois o registro dos países anteriores estava lá).


Se você é descendente de poloneses e quer saber se é possível ter sua cidadania reconhecida e o passaporte europeu, o Eduardo Joelson faz esse serviço burocrático. Em 2019 o Faraó o contratou e conseguiu rapidamente a documentação. Caso você o procure por meio da gente, ganhamos 5% de comissão.


No fim, fomos liberados por estarmos na região havia mais de um mês, mas o nosso certificado não foi, de fato, reconhecido. Na embaixada em Kuala Lumpur, nos falaram que no aeroporto nunca houve problemas, mas nessa fronteira de Johor Bahru, com Singapura, sim.

O que fazer se não reconhecerem o meu CIVP

Primeiro de tudo é preciso ter paciência e ser solícito com os agentes de imigração, afinal são funcionários oficiais e são eles que vão liberar ou não sua entrada, independentemente de visto. Por isso, todas as recomendações visam evitar problemas, mas não garantem que o agente vá deixar você passar.

Na embaixada em Kuala Lumpur, obtivemos um carimbo do vice-cônsul, com a assinatura dele, em uma impressão colorida –aliás, é bem importante que essa impressão seja de qualidade, para a leitura do QR Code, que é o que valida seu CIVP. Por ser um procedimento que não onera, pode ser feito sem grandes problemas em qualquer representação, inclusive nos escritórios do Itamaraty, presentes em algumas capitais brasileiras.

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Também pode ser que a Anvisa do aeroporto carimbe o seu CIVP, mas talvez não o façam por não ser um procedimento padrão. Afinal, só o certificado com QR Code já deveria ser suficiente.

Mesmo com todos os carimbos, porém, o agente de imigração pode acabar recusando o certificado. É o famoso “é raro, mas acontece”. Por isso, é muito importante viajar com os contatos de atendimento de emergência da representação brasileira do país para o qual se destina e daqueles onde uma conexão será feita. Esses números estão disponíveis nas páginas das embaixadas locais e, em sua maioria, aceitam ligação por WhatsApp.

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