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Passear por Hong Kong e Macau é ver muitos prédios e heranças de colonizadores europeus


Nossos dias em Hong Kong e Macau foram de constantes olhares pro alto, seja para observar os arranha-céus da primeira, seja para ver a arquitetura portuguesa da segunda. O centro macaense guarda mais heranças dos colonizadores, mas também é possível perceber marcas britânicas nas ruas honconguesas, principalmente nos ônibus de dois andares e na mão inglesa ––igualmente adotada na região invadida por Portugal.

Hong Kong e Macau possuem uma história incomum, pois foram colônias europeias até a virada do milênio, quando passaram a fazer parte da China como Regiões Administrativas Especiais.

Elas são governados por Xi Jinping, mas têm moedas ––dólar honconguês e pataca macaense–– e vistos próprios. Para a alegria do brasileiro, as regiões não exigem essa burocracia, ao contrário do restante do território chinês, que cobra o visto de turista ou o de trânsito ––gratuito, permite ao estrangeiro ficar até 10 dias no país.


Informações práticas*:
  • Média hospedagem: US$ 33,87 (R$ 199)
  • Média café da manhã: HK$ 70 (R$ 53,50)
  • Média almoço: HK$ 109 (R$ 82,50)
  • Visto: brasileiros não precisam de visto
  • Moeda: dólar honconguês (R$ 1 = HK$ 1,26)
  • Dica: Os preços de eletrônicos e máquinas fotográficas são competitivos aos do Japão e dos Estados Unidos.

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Com mais de 7,5 milhões de habitantes, Hong Kong é espalhada por várias ilhas, e isso influencia preços de hospedagem e quantidade de atrações turísticas. Ficamos em Tsing Yi, mais afastados do centro, onde encontramos quartos espaçosos e banheiros amplos na faixa dos US$ 30 (R$ 180). Já em Kowloon, perto do fervo, nossas pesquisas mostravam apenas acomodações apertadas e sem janela. Se no lugar que escolhemos o cheiro de cigarro era constante, imagina nesses ambientes totalmente fechados?

A primeira parada na cidade foi na Avenida das Estrelas, para observar os enormes prédios da ilha em frente, a de Hong Kong. O nome desse calçadão vem das marcas de mãos de artistas gravadas no alambrado, tal qual a Calçada da Fama em Los Angeles. Na manhã ensolarada de sábado, vimos muitas pessoas caminhando e tirando foto por ali. Há também uma estátua de Bruce Lee, o lutador e ator nascido nos Estados Unidos e criado em território honconguês.

Essa incomum trajetória é um reflexo da forte conexão entre Hong Kong e San Francisco, pois muitos asiáticos imigraram para essa cidade da América por meio de voos diretos. Há uma seção inteira dedicada a esse fluxo no gratuito Museu de História. O prédio utiliza fotos, quadros e interatividade para abordar o passado da região.

Andamos por um longo setor voltado à influência dos portugueses em Hong Kong. Assim como no Brasil, Portugal chegou à região nos primeiros anos do século 16, e nesse pedaço da Ásia comercializaram por muito tempo. Os britânicos, porém, obtiveram dos chineses a anuência para controlarem a região, da década de 1840 até 1997, quando o comando voltou para Pequim. Curiosamente, a primeira exposição do museu mostra como o governo central refreou o caos gerado por protestos dos honcongueses contra políticas de Xi Jinping.

Percorremos a Nathan Road de ônibus e percebemos loja de tudo que é tipo por lá. O objetivo, porém, era chegar a Mong Kok East para comer dim sum, bolinhos de diferentes recheios e formatos, fritos ou cozidos, que podem ser comparados a salgadinhos de festa de aniversário, tamanha a variedade de opções. Só é preciso cuidado com a temperatura das iguarias.

Num também ensolarado domingo, nos organizamos para ir ao arborizado Victoria Peak, na Ilha de Hong Kong. Pegamos um ônibus até muito próximo do topo, e morro acima se passa por inúmeros prédios e alguns cemitérios. No ponto final do veículo fica um pequeno shopping e um amplo espaço a céu aberto, onde muita gente aproveitava para se sentar no gramado e comer, em meio a crianças ou cachorros. Curtimos tanto o ambiente que por ali ficamos. Sem falar que tem uma vista legal da região.

A herança portuguesa em Macau

Viajar de Hong Kong a Macau é simples, e as duas opções mais comuns são via ferry ou ônibus ––contamos como fizemos aqui. Já na entrada do território macaense bate um calorzinho no coração, com todas as placas em chinês e em português. A última vez em que vimos tanta sinalização em nosso idioma foi em Timor-Leste, na nossa entrada no Sudeste Asiático.

Apesar de encontrar nas fachadas das lojas palavras como farmácia ou ourivesaria, acompanhadas de nomes em chinês, mas no alfabeto latino, o português é falado por menos de 3% da população. E olha que é um dos idiomas oficiais, ao lado do mandarim.


Informações práticas*:
  • Média hospedagem: US$ 48,69 (R$ 286)
  • Média café da manhã: MOP 92,50 (R$ 69,50)
  • Média almoço: MOP 160 (R$ 118,50)
  • Visto: brasileiros não precisam de visto
  • Moeda: pataca macaense (R$ 1 = MOP 1,33)
  • Dica: Há vários pratos influenciados pela colonização portuguesa, o que pode ser uma forma de matar as saudades de comida com gostinho de Brasil.

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A herança deixada por Portugal em Macau é mais visível do que a do Reino Unido na vizinha Hong Kong. No centro macaense, há diversos prédios que poderiam estar facilmente no Brasil. Sem falar nas placas com nomes de ruas, homenageando padres e outros personagens europeus. É curioso passar pela Santa Casa da Misericórdia, que fica no Largo do Senado, próxima às Ruínas de São Paulo.

Por falar nisso, as ruínas estavam cheias na manhã de terça-feira que por lá passamos. O que restou da fachada é enorme, assim como o vazio atrás dela. Ali perto, no alto do morro, fica o Museu de Macau, dentro da Fortaleza do Monte. Normalmente o ingresso para o acervo histórico custa MOP 15 (R$ 11), mas a entrada estava livre quando visitamos o lugar.

Se não há tanta tecnologia como o museu honconguês, o macaense abriga muitos objetos para contar o passado do território. Já no início, duas vitrines, uma em frente à outra, mostram a trajetória da cultura ocidental e da oriental até se encontrarem, quando Portugal chegou a Macau, no início do século 16.

Mapas mostram a Rota da Seda e os caminhos que os europeus percorreram para comercializarem pela Ásia. Além de colonizar Timor-Leste, Portugal ficou um bom tempo em Malaca, na Malásia ––o museu em Kuala Lumpur aborda bastante esse pedaço da história.

O país de Camões aproveitou a proximidade de Macau com o Japão para usar essa porção de terra como entreposto comercial com o arquipélago nipônico. No fim, os colonizadores ficaram em solo macaense até 1999, quando devolveram o controle da região para Pequim.

Portugal também deixou heranças na gastronomia, em pratos com frango ou sobremesas. O costume do café, entretanto, não ficou. Nos hospedamos no centro, próximo ao Largo do Senado, e vimos inúmeras farmácias, mas nenhuma cafeteria. Infelizmente, tivemos que bater ponto na batida Starbucks.

Uma das marcas de Macau é a legalização de jogos de azar, e há muitos cassinos por lá. Como não vimos nenhum no centro e não temos interesse nesse tipo de passeio, nem procuramos como ir a um dos endereços de jogatina. Curiosamente, não encontramos muitos turistas em nenhum dos dois lados da ponte. Uma pena, pois ambas as regiões guardam seu charme.

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