O que você precisa saber
Não há representação diplomática do Afeganistão no Brasil
Documentos necessários
- Passaporte
- Foto 3×4
- Formulário preenchido (no site)
Custo: US$ 100
Para um país tão rígido como é o Afeganistão, o simples processo para obtenção do visto, necessário para brasileiros, chega a ser um paradoxo. Enquanto na embaixada em Islamabade, capital do Paquistão, é necessário apresentar uma carta-convite e pagar a mais pela emissão expressa, em Peshawar, próximo à fronteira, o processo é mais simples e rápido —em teoria.
O primeiro passo é preencher um formulário on-line padrão, com tipo de visto (turismo de 3 meses), dados pessoais, que inclui o nome do pai (ninguém quer saber da mãe), e da viagem. A parte mais chata é fazer o upload da foto 3×4 e do passaporte, pois há limitações de tamanho, então é bom já ter isso ajeitado na hora de subir, pois, se demorar, perde-se tudo o que foi preenchido.
A foto deve ser em jpg, em tamanho entre 50 kb e 100 kb. Já o passaporte precisa estar em formato PDF, com tamanho entre 50 kb e 200 kb. Com tudo preenchido, deve-se indicar a representação a qual pretende ir —no nosso caso, a de Peshawar.
O consulado fica em uma região fortemente vigiada. Em uma primeira guarita, deixa-se o celular. Na segunda, apresenta-se o passaporte e o eTA do Paquistão, que fica ali retido. Depois, há o complexo onde está a representação em si, com entrada separada para as mulheres.
Nesta etapa, só entra quem tem o formulário on-line preenchido. Eu passei por uma leve revista física e da bolsa e ganhei uma burca para circular lá dentro. O Faraó também foi revistado, além de ter seu passaporte registrado em foto.
Era perto de meio-dia e nos dirigimos à sala destinada para vistos, entregamos o formulário, o passaporte e os US$ 100 —apesar de o formulário ter o preço de US$ 10, mas ficamos com receio de questionar. Sentamos no sofá e aguardamos. O funcionário mexia no celular, conversava com os colegas e nada de falar com a gente (com o Faraó, na verdade).
Depois de cerca de meia hora, nos disseram para esperar do lado de fora, pois o sistema havia caído. Junto com ele, nossa esperança de que sairia em 15 minutos, como lemos em alguns relatos. Mais meia hora se passou, pausa para reza, seguida de pausa para o almoço. Nessa hora, eu já queria desistir, pois a burca me sufocava no calor de início da tarde de Peshawar.
Por fim, perto das 16h o sistema voltou, bem quando o Faraó, cuja teimosia nos fez esperar tanto tempo, ia pedir de volta o dinheiro e os passaportes. Tínhamos jogado a toalha. Mas aguardamos mais uns 20 minutos até o visto ficar pronto e com direito a mais uma incongruência do formulário: permanência de no máximo 30 dias (não que planejássemos ficar os 3 meses).
Assim, saímos encalorados e famintos (e eu já extremamente irritada) do consulado, prontos para partir em direção a esse país de situação complicada, para dizer o mínimo.















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