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No Cazaquistão, nos encantamos com Almaty e viajamos de carro na região de Astana


O nosso giro pela Ásia Central se encerrou no Cazaquistão —dos 5 países da região, só deixamos de visitar o Turcomenistão—, e foi em grande estilo, pois viajamos de trem, um veículo que adoramos, e de carro alugado, algo que não fazíamos desde a Austrália e a Nova Zelândia. Sem falar que ficamos encantados com Almaty e a capital, Astana.


Informações práticas*:
  • Média hospedagem: 12.960 ₸ (R$ 151,50)
  • Média almoço: 6.105 ₸ (R$ 71,50)
  • Média jantar: 3.300 ₸ (R$ 38,50)
  • Visto: brasileiros não precisam de visto
  • Moeda: tenge (R$ 1 = 85,40 ₸)
  • Dica: Uma boa forma de viajar pelo país é por trem, mas é preciso prestar atenção nas passagens. Queríamos ter cruzado o Cazaquistão de ponta a ponta, mas os bilhetes para as datas que tínhamos disponíveis acabaram cerca de dez dias antes.

* valores para maio/junho de 2025 para duas pessoas


Chegamos a Almaty, a maior cidade cazaque, vindos de Bishkek, a capital quirguiz, e nos hospedamos no distrito de Almaly, numa região residencial. Em meio aos prédios de estilo soviético e seus muitos parquinhos, encontramos cafeterias, mercadinhos e frutarias. Foram alguns dias de descanso e de rotina após tantas viagens por Quirguistão, Uzbequistão e Tajiquistão.

A antiga capital cazaque —ela teve o cargo até 1997— oferece passeios variados. Para quem gosta de história, há o Museu Central Estatal da República do Cazaquistão (500 ₸/R$ 6). Além de animais empalhados mostrarem a rica fauna local, há um grande acervo apresentando marcos importantes para o povo cazaque.

Aprendemos, por exemplo, sobre a catástrofe de Otrar, quando uma próspera cidade da Rota da Seda foi sitiada por meses pelo exército de Genghis Khan, à frente do Império Mongol, que invadiu e ocupou a Ásia Central. A formação da população cazaque também é abordada por meio de roupas e utensílios —vimos, inclusive, que poloneses, ascendentes do Faraó, fazem parte dessa história.

Se o período em que o Cazaquistão fez parte do Império Russo e, posteriormente, da União Soviética, é pouco apresentado no museu, do lado de fora há vários prédios que relembram isso, como os suntuosos Palácio da República —em frente está a estátua do poeta e filósofo cazaque Abay Kunanbayuly— e a Catedral da Ascensão —69% da população segue o islamismo, enquanto 17% são cristãos.

Mas nem tudo é história na cidade de mais de 2 milhões de habitantes. Há um teleférico, o Kok Tobe, que leva para o alto de um morro e a uma vista legal de Almaty. É possível subir e descer no bondinho (8.000 ₸/R$ 85) ou ir assim e descer numa espécie de carrinho de rolimã (9.500 ₸/R$ 102). Avaliamos seriamente a segunda opção —nos lembramos da experiência semelhante da Muralha da China—, mas os preços altos nos fizeram deixar a aventura para uma próxima vez.

Assim como as capitais das nações vizinhas —a tajique Dushambe, a uzbeque Tashkent e a quirguiz Bishkek—, Almaty abriga muitas ruas arborizadas, vários cantos verdes, entre praças e parques, e calçadas largas. Até aproveitamos patinetes elétricos, tão comuns entre os jovens da Ásia Central, para passear por lá.

A época soviética deixou várias heranças, e uma delas é a malha ferroviária que corta o 9º maior país do mundo. Embarcamos num trem para superar os 1.200 km que separam Almaty de Astana, a capital. Como a jornada dura, no mínimo, 17 horas, optamos por uma viagem noturna (21.374 ₸/R$ 250), assim como muitos trechos da Transiberiana, linha que corta a Rússia de uma ponta a outra.

Astana e região

Na segunda maior cidade cazaque e capital desde 1998, com mais de 1 milhão de habitantes, também subimos em patinetes elétricas para ver de perto algumas de suas atrações turísticas. O bom é que várias delas se concentram na mesma região.

Na Praça da Independência, num 360º, é possível avistar a Universidade Nacional de Artes, a mesquita Sultão Hazrat, o Palácio da Paz e da Reconciliação e o Museu Nacional da República do Cazaquistão (1.700 ₸/R$ 20).

A capital concentra vários prédios enormes, não no estilo soviético, mas com arquitetura modernosa. Um exemplo disso é o museu, que, com seu grande acervo, aborda a época dos canatos, espécie de reinado típico da Ásia Central, e o período em que o território foi controlado pelo Império Russo e pela União Soviética.

Por meio de pinturas, roupas e utensílios, é possível saber sobre a formação da nação, como sua emancipação como república, em 1936, e sua independência em 1991, com o fim da União Soviética.

Há uma parte dedicada ao primeiro presidente cazaque, Nursultan Nazarbayev, que ficou quase 29 anos no cargo —Astana chegou a mudar seu nome para Nur-Sultan, de 2019 a 2022—, e a seu sucessor, Kassym-Jomart Tokayev, mandatário desde 2019.

Na região do museu, mas do outro lado do rio Ishim, está o Palácio Presidencial e o Bayterek, uma enorme torre em formato de troféu. Lemos comentários na internet de que Astana se assemelha à emirática Dubai, mas achamos mais parecida com a saudita Riade, por causa de suas vias largas e seus edifícios suntuosos.

Queríamos ter viajado pelo interior dos países da Ásia Central para ver de perto as montanhas, mas, com orçamento limitado, nos permitimos apenas uma experiência assim e por isso alugamos um carro para viajar pelas cercanias de Astana. Como queríamos as altas altitudes, a escolha não foi das melhores, pois vimos estepes na maior parte do tempo. O ideal seria rodar no sul, mais perto de Almaty.

Nosso primeiro roteiro incluía Karagandy, para visitarmos um museu sobre os gulags, e Semey, vizinha de uma área de testes nucleares e de uma cidade fantasma. Porém, após alugarmos um carro da Avis (120.755 ₸/R$ 1.401 por 4 dias), descobrimos que o contrato dava direito a 250 km diários, e o excedente não seria barato, já que nosso circuito superaria os 1.000 km acertados.

Refizemos os planos e rumamos para Karagandy, uma cidade com calçadas largas e onde a arquitetura nos agradou. Dormimos num apartamento que parece ter mantido a decoração de décadas atrás e, no segundo dia de viagem de carro, fomos ao Museu Karlag (1.000 ₸/R$ 11,50), a 40 km.

O prédio serviu de administração para um gulag, o campo de trabalho forçado muito comum no período soviético, destinado a aprisionar criminosos comuns e oponentes políticos.

Com manequins, as salas foram convertidas em reproduções de setores de um gulag, como dormitório, berçário e local de tortura. Há etiquetas com informações em inglês, mas grande parte do material está em cazaque ou russo. O museu oferece um guia em inglês, mas preferimos andar por conta própria.

De Karagandy, fomos para Bayanaul, pois pretendíamos dormir em algum lugar perto do lago Sabyndokol. Encontramos apenas dois hotéis, e não foi nada promissor. Enquanto no primeiro uma funcionária disse não ter vaga, apesar de vazio, no segundo nos pediram 25.000 ₸ (R$ 265) por um quarto com banheiro compartilhado, valor bem acima do nosso orçamento.

Rodamos mais 130 km e chegamos a Ekibastuz, uma cidade que abrigou as maiores minas de carvão da União Soviética e que pouco oferece de turístico. Passamos a noite por lá e, na manhã seguinte, voltamos a Astana. Assim, no quarto dia de aluguel, o carro ficou parado ao lado do condomínio onde nos hospedamos e onde aproveitamos para trabalhar.

Se a experiência não foi tão proveitosa quanto pretendíamos, pelo menos serviu para aprendermos a olhar todos os pontos do contrato e refletirmos mais nos roteiros antes de alugarmos um carro. Ao menos ficou a vontade de voltarmos ao país para explorar as montanhas na fronteira com os vizinhos.

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