Baku, a capital do Azerbaijão, nos surpreendeu já na nossa chegada a partir do Cazaquistão, quando vimos muitos edifícios de desenhos modernosos, ora retorcidos, ora espalhafatosos. Ao mesmo tempo, no centro está a cidade histórica e seus prédios centenários. De tão bem preservados, até parecem novos em folha.
Informações práticas*:
- Média hospedagem: ₼ 47 (R$ 162,50)
- Média almoço: ₼ 37 (R$ 127,50)
- Média jantar: ₼ 7,25 (R$ 25)
- Visto: brasileiros não precisam de visto
- Moeda: manat (R$ 1 = ₼ 0,29)
- Dica: Se você pretende viajar para a vizinha Armênia, organize seu roteiro para que o Azerbaijão seja o primeiro país a ser visitado. Como há uma tensão histórica entre os dois governos, lemos relatos de que os carimbos armênios no passaporte geram muitas perguntas. Fomos para Baku antes de Ierevan, passando pela neutra Geórgia, e na fronteira os oficiais fizeram poucos questionamentos e escanearam a página dos carimbos azerbaijanos.
* valores para junho de 2025 para duas pessoas
Ficamos na região de Yasamal, a uma curta caminhada da estação Nizami, do metrô, um transporte bem abrangente para as nossas necessidades. Ainda assim, fizemos os passeios a pé e caminhamos por algumas vielas residenciais e muitas ruas arborizadas.



Por falar nisso, a região central tem calçadões voltados aos pedestres e uma gama variada de cafeterias e restaurantes, moderninhos, cheios e caros. Reflexo de o país ser um grande produtor de petróleo. A renda dessa fonte explica os prédios espalhafatosos de Baku, que nos lembraram a saudita Riade e outras capitais do Golfo Pérsico.
Mas, diferentemente de lá e da Ásia Central, de onde viemos, ambas regiões de maioria muçulmana, no Azerbaijão as mulheres parecem ter mais liberdade. Mesmo que 97% da população siga o islamismo, observamos muitas vestindo blusas de alça e com cabelo à mostra, tanto em seu dia a dia quanto passeando.






Em junho, período de bastante calor, era possível ver as pessoas aproveitando o largo calçadão da orla do Mar Cáspio durante o dia. Além de quiosques de sorvete e de tiro ao alvo, o lugar é endereço do Museu do Tapete do Azerbaijão (₼ 10/R$ 34,50).
O enorme prédio, em formato de um tapete enrolado, conta a história dessa tradição, por meio de imagens e, obviamente, de tapetes, ricos em detalhes e, por vezes, imensos. Numa quarta-feira, vimos turistas asiáticos e também um grupo grande de jovens que pareciam ser azerbaijanos.
Perto dali está a Mini Veneza, um canal com gôndolas inspirado na famosa cidade italiana, e o Funicular de Baku, um bondinho que leva para uma vista ampla da região.
Algo que nos agradou foi andar sem rumo pela Cidade Antiga, bem pertinho da orla. Entre resquícios de construções históricas e a bem preservada Maiden Tower, a região abriga casas e comércios, além de muitas pessoas oferecendo passeios guiados.








Não contratamos nenhum tour, mas sabemos que o Cáucaso, assim como a Ásia Central, foi dividido em canatos, o reinado típico da região. O território do Azerbaijão fez parte do Império Persa, a ponto de uma parte desse grupo étnico ainda hoje estar dentro do Irã, antiga Pérsia.
No início do século 19, em meio a guerras entre os Impérios Persa e Russo, o Cáucaso foi anexado ao segundo grupo e foi controlado de perto pelos czares. Na Primeira Guerra, o Partido Comunista assumiu o controle e reconduziu os militares para o fronte de batalha, o que facilitou a proclamação de independência da região.
Primeiramente, foi instituída a República Transcaucasiana, que depois se separou em Azerbaijão, Armênia e Geórgia. Mas, em 1920, os russos retornaram, como União Soviética, e ocuparam o território, recriando a República Transcaucasiana.
Só em 1936 os diferentes grupos étnicos voltaram a ter autonomia. A segunda e definitiva independência do Azerbaijão veio em 1991, com o fim da União Soviética.
Nas ruas, não percebemos tanta herança do período socialista, como os prédios quadradões, tão comuns na Ásia Central. O idioma, porém, ainda pode ser usado na capital. Mesmo que a língua oficial seja o azerbaijano, muitas pessoas falam russo. Entre os jovens, é fácil achar quem saiba inglês. Uma facilidade para quem pretende viajar pelo país.















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