A vida em Botsuana é selvagem —e cara. O país da África Austral enfrenta uma concorrência forte com seus vizinhos, pois em todos é possível avistar animais. Mas apenas lá vimos (muitos) elefantes beirando as principais estradas que cortam seu extenso território. Ainda bem que estávamos de carro, com o mineiro Henrique, o que nos permitiu explorar com mais liberdade a região.
Informações práticas*:
- Média preço jantar: 163 pulas (R$ 59,50)
- Média preço hospedagem: 545 pulas (R$ 199)
- Visto: não é necessário para brasileiros
- Moeda: pula (R$ 1 = 2,74 pulas)
- Dica: caso queira visitar parques ou fazer passeios, prepare-se, pois a indústria turística é voltada para os viajantes endinheirados.
* valores para julho de 2023 para duas pessoas
Com um vasto território pouco menor que o estado da Bahia, Botsuana abriga parques nacionais e reservas de caça. Como muitos deles não têm cerca, é possível ver os animais enquanto dirigimos pela estrada.
Entramos no país pelo norte, vindo da Caprivi Strip, na vizinha Namíbia. Lá fica o Parque Nacional Chobe, que possui a maior concentração de elefantes-africanos do mundo —e como nós vimos os bichinhos mesmo sem entrar no parque!
O Chobe pode ser visitado de Kasane, uma cidade próxima à fronteira praticamente quádrupla da região (e de onde é possível fazer um passeio de um dia para as Victoria Falls). O local conta com diversos hotéis, e os preços já preparam o que virá por aí em Botsuana, que tem se voltado para o turismo de luxo —aqui, até acampar custa muito. São poucas as opções com preço mais em conta, mas há uma gama de lodges mais caros.
Como estávamos com poucos dias disponíveis, acabamos deixando esse tempo para ir à Reserva de Caça de Moremi, no delta do Okavango. E, assim como o Etosha, o parque pode ser visitado com carro próprio, só que aqui um 4×4 se faz necessário. O inusitado foi ver búfalos pela primeira vez não em meio à natureza, e sim nas ruas mais afastadas de Kasane.

Percorremos os 600 km que separam Kasane de Maun, ponto de partida para o Moremi, em um dia. Pegamos duas estradas, que formam um “L”, mas há um caminho mais curto, de 375 km. Para enfrentar esse percurso, no entanto, leva-se de 2 a 3 dias, pois o caminho é arenoso e é preciso estar bem preparado para acampar e até mesmo levar o próprio combustível —quem sabe numa aventura futura.
Ainda neste caminho está o Parque Nacional de Makgadikgadi Pans, que tem um deserto de sal, apesar de no mapa parecer apenas lagos.
Em Maun, também são inúmeras as opções de acomodações de luxo, mas, obviamente, optamos por uma mais barata (545 pulas/R$ 199 o quarto), em um condomínio novo cujo acesso ainda é de areia. Na cidade há até um aeroporto internacional e passeios para o Moremi, no delta do Okavango, além de voos panorâmicos.
Como o turismo em Botsuana é voltado para os mais endinheirados, com várias agências organizando passeios diariamente, organizamos nosso próprio roteiro, nos guiando pelo iOverlander —plataforma colaborativa com indicações de avistamentos de animais, além de hospedagens e barreiras policiais.











Para chegar ao Moremi, pegamos a estrada que forma a hipotenusa daquele “L” e entendemos o motivo de se demorar de 2 a 3 dias para percorrê-la. Fomos chacoalhando do início ao fim. No caminho, avistamos girafas e elefantes.
Seguindo o iOverlander, nos embrenhamos no mato e passamos a acompanhar o rio. Assim, vimos vários hipopótamos e antílopes e, pela primeira vez, crocodilos. Esse seria o ponto alto do dia, até darmos de cara com um elefante quase bloqueando a estradinha de areia.
A dúvida que ficou foi: ele ficará mais enfezado se dermos a ré ou se continuarmos pelo caminho? Após instantes de tensão, o grande animal se afastou e pudemos ir adiante.

Lembra que falamos que Botsuana está focado no turismo de luxo? Uma pessoa precisa desembolsar mais de US$ 50 (R$ 240) para acampar no Moremi, assim como pagar US$ 150 (R$ 720,50) em um passeio guiado para o delta do Okavango. Nos contentamos com os animais vistos durante nossa aventura off-road.
De Maun viajamos para Jwaneng, a caminho da fronteira com a África do Sul. Lá, enfrentamos um grande desafio de hospedagem. Durante essa viagem de carro, temos decidido durante o caminho nossa próxima parada e, assim, onde dormiremos.
A cerca de 2 horas de Jwaneng, reservamos nosso hotel, o Meyers Guesthouse. A surpresa foi chegar lá e encontrar tudo fechado, em plena segunda-feira. Suspeitamos que, por ser feriado nacional e o estabelecimento estar sem hóspedes, os funcionários tiraram folga. Azar de quem reservasse um quarto para o mesmo dia.
Após 2 horas tentando contatar a hospedagem e procurando novos endereços, nos rendemos e nos dirigimos ao estabelecimento mais caro da cidade, Cresta Jwaneng. Para nossa grata surpresa, eles estavam com desconto de feriado e o quarto saiu por 750 pulas (R$ 275,50). O quarto enorme e o farto café da manhã (200 pulas/R$ 73,50 por pessoa), ao menos, nos deixaram uma boa lembrança na saída de Botsuana.





















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