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Na África do Sul, dirigimos pela Garden Route e visitamos vinícolas e pinguins


A costa sudoeste da África do Sul, onde fica a Garden Route, a Chapman’s Peak e o Cabo da Boa Esperança, é uma região encantadora e, se você tiver a oportunidade, o melhor é viajar por lá de carro, para contemplar melhor as paisagens e visitar as cidades.


Informações práticas*:

  • Aluguel do carro: 3.366 NAD (R$ 879) por dia**
  • Média hospedagem: R580,50 (R$ 172,50)
  • Visto: não é necessário para brasileiros
  • Moeda: rand (R$ 1 = R3,65)
  • Dica: separe ao menos dois dias para viajar pela Garden Route, para dirigir com calma e contemplar a paisagem

* valores para julho de 2023
** preço do carro alugado na Namíbia inclui devolução em outro país e cruzamentos de fronteira


Pelo nome, você já consegue imaginar qual é a principal atração da Garden Route –rota do jardim, em bom portugês–, um florido trecho de 350 km em bom estado entre Witsand e Storms River. Além das plantas coloridas, é possível avistar o mar em alguns momentos, assim como um profundo cânion –foi necessário ter muita coragem para caminhar pela ponte e observar de perto a formação rochosa.

Começamos nossa rota após um dia e meio de descanso em Jeffreys Bay, uma charmosa cidade litorânea que respira e vende surfe. Lá, tomamos muito café e comemos saborosos sanduíches no J-Bay Bru Co, além de visitar várias lojas de roupas de surfistas. O conforto da nossa hospedagem, um apartamento com grande sacada e vista pro mar (955,80 rands/R$ 257,50), nos convenceu a ficar a segunda noite.

Como temos que olhar as dificuldades sempre pelo lado positivo, só tivemos a chance de curtir JBay porque Lesoto tem uma política burocrática de visto para poloneses e brasileiros, caso do Faraó e do mineiro Henrique, com quem estamos viajando de carro pelo sul da África.

Muitos vinhedos

Superada (em parte) a frustração de deixar o Lesoto de lado, era preciso encarar a tarefa de escolher um vinhedo para visitar. Isso não é lá muito fácil na África do Sul, que conta com mais de 2.500 adegas espalhadas pelo país.

Para uma pré-seleção, conferimos uma lista do Trip Advisor, com os dez melhores vinhedos para se visitar na Garden Route. A escolha, porém, foi meio no escuro, e uma mistura de cenário (segundo as fotos) e recomendação da tábua de frios nos levou ao Herald Wines. E foi aquele acerto!

Antes mesmo de chegar ao local, já nos deleitamos com a vista –uma estrada que corta montanhas verdes e rochosas, sob um céu azul que parecia pintura. Para acessar o vinhedo, é preciso passar por uma estrada de terra, mas que é tranquila e não exige 4×4.

Lá, fomos recebidos pelo dono, um simpático fazendeiro da região nordeste da África do Sul. Há uma parte externa, mas, pelo frio, preferimos a interna, com lareira, mas cujas janelas de vidro permitem desfrutar do visual montanhoso.

Agora, à melhor parte: a degustação de seis vinhos da casa custa 50 rands (R$ 14) por pessoa, uma pechincha para bebidas de boa qualidade –ainda que não sejamos enólogos.

A tábua da casa reúne queijos de fazendeiros locais (todos de leite de vaca), salame, presunto, biltong (uma carne seca feita de avestruz ou kudu), castanhas, pão ciabatta e manteiga, porção que serve bem três pessoas, por 350 rands (R$ 96).

No fim da degustação, o dono do local –presumimos que seja o Herald– sentou à nossa mesa para trocar uma ideia e compartilhar o saudosismo que tem de sua região de origem, além de viagens por Namíbia e Botsuana. De saída, a Pati ainda levou mais três garrafas (inclusive, ela escreve esta parte do texto tomando um Pinot Noir de 2018).

Muito satisfeitos, saímos de lá em direção à próxima hospedagem, em Albertinia. E quando achávamos que o dia não poderia melhorar, acabamos em um retiro para escritores, o Voelroepersfontein (1.190 rands / R$ 353,50). Os quartos eram antiquados, mas o mezanino da sala era o lugar perfeito para tirar da gaveta aquele livro: duas paredes cobertas de obras e várias escrivaninhas. Para completar, um belo jardim circundava o local.

No dia seguinte, saímos com o desafio de encontrar um vinhedo tão bom a caminho da Cidade do Cabo. Para acrescentar um nível de dificuldade, era domingo, e nem todos abriam. Buscávamos algo como o dia anterior e reviramos a lista do Trip Advisor, mas os que estavam na nossa rota não pareciam tão bons.

Depois de um pente fino no Google, escolhemos o Zoetendal, mas, apesar do que o site dizia, também estava fechado. Acabamos no Lomond Wine Estate, bem maior e mais comercial. A degustação incluía cinco vinhos e custava 90 rands (R$ 24). De preço similar (360 rands / R$ 98), a tábua de frios, por sua vez, era quase tão boa quanto, mas os produtos também eram mais comerciais. Acho que já ficou claro de qual gostamos mais, né?

A caminho da Cidade do Cabo

Da vinícola, partimos em direção à segunda maior cidade da África do Sul. No caminho, dormimos em um bairro mais afastado do centro, em uma casinha que mais parecia uma garagem transformada em apartamento de um quarto, com um beliche na cozinha. Ao menos o local custava 786,50 rands (R$ 233,50).

O dia seguinte foi o último de nossa longa road trip de 16 dias, e aproveitamos para explorar a região da Cidade do Cabo. Começamos pela Baía Falsa, mais precisamente Muizenberg, área com casas chiques e muita gente branca se exercitando.

Na sequência, visitamos Boulders Beach, uma colônia de pinguins africanos. Presenciamos o cotidiano de inúmeros animais, entre chacoalhadas ao sair do mar e cochilos gostosos, apesar dos incontáveis turistas tirando foto. A entrada custa 176 rands (R$ 48).

O Cabo da Boa Esperança não é muito distante de lá e é tão apinhado de turistas quanto. Após tanto tempo visitando atrações culturais e históricas praticamente vazias na costa oeste do continente, percebemos que nos desacostumamos com filas de pessoas para tirarem foto numa placa. No caso, do ponto mais a sudoeste da África.

Informação importante: o encontro dos oceanos Atlântico e Índico não é ali, e sim no Cabo das Agulhas, a 256 km dali. É uma boa incursão a partir da Garden Route, mas nós não sabíamos disto quando estávamos rodando pela região.

Para finalizar o passeio pela península do Cabo, dirigimos pela Chapman’s Peak, uma estrada cinematográfica que contorna uma encosta e permite ver o oceano, rendendo ótimas memórias e belas fotografias. A dica é viajar por ela de sul a norte, para ficar na pista mais próxima ao mar e assim ter uma boa visão da paisagem, para completar com chave de ouro a viagem de carro pelo sudoeste do país.

Table Mountain

Além de cafés, restaurantes, um centro que ora lembra Nova York, ora uma cidade da Europa, a Cidade do Cabo abriga uma das sete maravilhas modernas da natureza, a Table Mountain.

Com 1.084 metros de altitude, a montanha é um grande paredão com um platô no alto, aonde é possível chegar de bondinho. Mas nós não íamos fazer isso, né? Decidimos aproveitar o dia de sol para encarar uma das muitas trilhas que levam até o topo.

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Pesquisamos de maneira rasa (e aí está nosso grande erro) quais as opções de caminhos, e em um site –o primeiro que aparece quando se digita como subir a Table Mountain no Google, em inglês– indicava a Skeleton Gorge como o caminho mais rápido, entre 1 hora e 1 hora e 30 minutos. Vamos nessa.

O plano era subir, ver o pôr do sol e descer de bondinho. No dia anterior, vimos que o último bondinho era às 18h, meio apertado, mas dava. Começamos a trilha às 15h, a partir do Jardim Botânico, cuja entrada é paga (220 randis/R$ 60). E lá fomos morro acima.

Levamos 2 horas e 30 minutos até o topo da Skeleton Gorge… que fica a 4 quilômetros do bondinho. O site não contabiliza esse trecho, nem informa que o fim dela não é na Table Mountain em si. Desesperados, começamos a descida a passos muito rápidos –e isso se complica com a nossa falta de prática e as partes de pedras de rio e escadas de madeira.

Ou seja, cansamos (a Pati sentiu durante três dias dor na perna), não chegamos até o topo e ainda tivemos que descer correndo. Por isso vamos deixar dois sites com informações mais completas (Hide Addicts e Hike Table Mountain) caso você queira se aventurar –porque sim, a vista vale a pena.

7 maravilhas naturais do mundo

  • Baía de Guanabara (Brasil)
  • Vulcão Paricutin (México)
  • Grand Canyon (EUA)
  • Monte Everest (Tibete/Nepal)
  • Grandes Barreiras Naturais (Austrália)
  • Victoria Falls (Zimbábue/Zâmbia)
  • Aurora boreal (Islândia, Noruega, Suécia, Finlândia, Groenlândia, Canadá e EUA)

7 maravilhas naturais do mundo moderno

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