Moçambique foi o último país lusófono visitado na nossa viagem pela África, e o litoral paradisíaco e a simpatia do povo, com o quentinho no coração ao falar em português, fizeram desse destino um ótimo lugar para relaxar.
Informações práticas*:
- Média hospedagem: 2.391 meticais (R$ 182,50)
- Média almoço: 955 meticais (R$ 73,50)
- Visto: é necessário para brasileiros, e contamos aqui como tirar na fronteira
- Moeda: metical (R$ 1 = MTn13,08)
- Dica: tentamos sacar com nosso cartão Visa/Wise em 6 bancos diferentes, e apenas no Access conseguimos. Os saques se limitam a 5.000 meticais
* valores para agosto de 2023 para duas pessoas
A nossa chegada a Maputo foi conturbada, após sermos abandonados na fronteira pelo motorista do ônibus —o sistema de visto tinha caído, o que nos fez levar 2 horas para conseguir o carimbo de entrada.
Para piorar a primeira impressão do país, chegamos à noite na capital e, como a Polana GH Ap (3.077 meticais/R$ 238) não tinha nenhuma identificação, tivemos dificuldade em encontrar a hospedagem.
Ainda bem que opiniões podem mudar, e quem fez isso foi o Divino, restaurante ao lado da pousada. Além do bom atendimento e do rápido Wi-Fi, foi lá onde a Pati experimentou a 2M, a melhor cerveja no continente segundo seu paladar.
Após trocarmos de hospedagem, para o The Quiet Corner (US$ 34,50/R$ 182,50), mais barato, com café da manhã disponível (podíamos preparar o desjejum com a comida da geladeira) e boa internet, desbravamos o centro da cidade.
As ruas de Maputo guardam a herança dos 15 anos de governo marxista, e é possível ver o nome de personagens da esquerda dando nome a grandes vias: Vladimir Lenine, Mao Tse Tung, Kim Il Sung e Amílcar Cabral (importante na independência de Guiné-Bissau e Cabo Verde), entre outros.
Mais perto do litoral está o Centro Cultural Franco-Moçambicano, com bons sucos em seu bar e uma livraria. O prédio fica ao lado de uma enorme estátua de Samora Machel, o primeiro presidente, do Conselho Municipal e da Catedral de Maputo.








Próximo dali está o Jardim Botânico, um grande e bem cuidado espaço verde, e seus bancos incentivam o visitante a passar horas ao ar livre. Estivemos no local numa manhã de sábado, assim como vários casais de noivos. Foi legal ver os convidados cantarem e dançaram felizes com os novos pombinhos.
Na região está a estação de trem, cuja bela fachada não deixa a desejar a prédios semelhantes de cidades europeias. Até onde pesquisamos, há uma linha de passageiros que leva a Ressano Garcia, na fronteira com a África do Sul, mas não vimos onde comprar bilhete. Há um museu ferroviário no local.
Por falar em história, visitamos a Fortaleza de Maputo (50 meticais/R$ 4 a entrada), edificação importante na defesa da cidade durante a colonização portuguesa. O lugar tem uma exposição de maquetes que representam momentos cruciais de Moçambique, além de restos mortais de Ngungunyane, o último imperador de Gaza, província do país.





Para quem gosta de artesanato, a Feima (Feira de Artesanato, Flores e Gastronomia) é o destino, pois vários produtores locais vendem roupas com tecidos típicos, capulanas —pano com várias utilidades, de coberta a ajuda para prender o bebê ao corpo—, estatuetas e ímãs.
No sábado em que visitamos o espaço, ouvimos música brasileira ao vivo na área dos restaurantes —há pratos saborosos por lá. Como a caminhada a partir do centro pode ser grande, é sempre possível se locomover com a txopela, versão moçambicana dos tuktuks indianos ou kekês guineanos.
E, obviamente, não poderíamos sair da cidade sem ir a uma cafeteria. A escolhida foi a Bean Coffee Shop, espaço com ótima bebida e atendimento simpático, além de boa internet —infelizmente é por voucher, então tínhamos que escolher qual aparelho usar.
E a praia?
Depois de alguns dias na cosmopolita Maputo, era hora de relaxar nas areias moçambicanas, e foi difícil escolher uma praia, pois todas pareciam lindas. Perto da capital há a ilha de Inhaca, com passeios a 5.500 meticais (R$ 420,50), e Ponta D’Ouro, onde é possível chegar de chapa (vans que cumprem o serviço de transporte público). Optamos por uma que ficava mais no nosso caminho em direção ao Zimbábue e acabamos em Tofo, uma pequena cidade com muitos turistas.
Além da praia paradisíaca —areia branca e mar azul-turquesa de águas transparentes—, é possível fazer diversos passeios, como mergulho e snorkeling, para ver a fauna marinha. Por motivos como limitação orçamentária e de tempo, decidimos fazer o snorkeling, que é tipo uma flutuação. A promessa era a de ver alguns dos Big Five marinhos (adaptação dos Big Five africanos).
Os Big Five marinhos: tubarão branco, baleia franca austral, golfinho tursiops, lobo-marinho australiano e o pinguim africano
Fechamos com a Diversity, que fica embaixo do café e restaurante Ocean n Friends, com ótimas comidas e que aceita cartão —dada nossa dificuldade em sacar dinheiro, acabamos batendo ponto lá por este motivo. Por 2.800 meticais (R$ 214) na baixa temporada, você garante um passeio de fortes emoções. E nem precisa ver os animais pra isso.



Marcamos o passeio para as 13h, mas ele foi adiantado para as 7h, e no fim saímos 7h40. O barco é um bote, daqueles que se vai sentado na lateral, segurando nas cordas e com presilhas para os pés. Como a praia é propícia para surfe, você já pode imaginar que tem ondas, e das boas. Fomos saltitando e segurando firme para não cair.
Ao chegarmos em alto-mar, a primeira surpresa: nada de água tranquila, são muitas ondas que mantêm o barco em constante movimento —e que fizeram revirar o café da manhã no estômago do Faraó. Avistamos baleias do lado de fora, inclusive uma saltando, mas não tivemos a sorte de observar algo durante a flutuação. Entramos três vezes na água, perto de baleias, mas elas escaparam antes que pudéssemos ver algo.
Depois de duas horas, voltamos um pouco frustrados, pois a expectativa era a de avistar também tubarões-baleias e arraias. Mas pelo menos a Pati aproveitou o passeio e já sabe onde melhorar para parar de engolir água no snorkel.















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