A Indonésia é o maior país muçulmano do mundo, com cerca de 240 mil adeptos da religião. Ao mesmo tempo, esses 87,1% da população convivem com outras 5 crenças: protestantismo (7,4%), catolicismo (3,1%), hinduísmo (1,7%), budismo (0,2%) e confucionismo (0,03%). Nossas andanças por Jacarta e Yogyakarta mostraram essa harmonia.
Já tínhamos visto várias igrejas cristãs quando entramos no país, após cruzar a fronteira com Timor-Leste, um vizinho extremamente católico (96% da população). Depois, passamos alguns dias em Bali, uma ilha onde 87% de seus habitantes seguem o hinduísmo.
Informações práticas*:
- Média hospedagem: Rp 405.000 (R$ 144,50)
- Média café da manhã: Rp 130.000 (R$ 46,50)
- Média almoço: Rp 94.600 (R$ 33,50)
- Média jantar: Rp 164.050 (R$ 58,50)
- Visto: brasileiros precisam de visto
- Moeda: rupia indonésia (Rp 1 = R$ 0,00037)
- Dica: Jacarta é enorme, então é bom pesquisar bem em qual região se hospedar. Mas, como o Grab tem bastante oferta, você pode ficar num lugar mais tranquilo e se locomover com o aplicativo.
* valores para outubro de 2024 para duas pessoas
Ao viajarmos pela ilha de Java, voltamos a perceber mais muçulmanos nas ruas, como já tínhamos observado em Labuan Bajo e no passeio a Komodo. Em Yogyakarta, para onde viajamos por 11h30min de trem (Rp 380 mil/R$ 139) a partir de Ketapang, nossa porta de entrada na ilha, vimos os seguidores do islamismo inclusive em antigos templos hinduístas, grandes atrações da cidade.
Os Complexo Plaosan e Prambanan são mais afastados do centro da cidade, mas muito próximos entre si. No primeiro, encontramos poucos visitantes e um sol pra cada um, de tão calor que estava. Ali, há duas áreas, Plaosan Kidul e Plaosan Lor, e esta abriga dois grandes templos e dezenas de monumentos, construídos no século 9 a mando de uma rainha budista com o patrocínio de um rei hinduísta.







Os prédios estão bem conservados, com uma riqueza de detalhes nas pedras encravadas, tanto por fora quanto por dentro –nos lembrou as muitas construções da época dos faraós, no Egito. No interior, há três salas, com duas estátuas cada. Algumas, infelizmente, estão sem cabeça, que devem estar em alguns museus da Europa. A entrada custa Rp 50 mil (R$ 18,50).
Já o Complexo do Templo Prambanan é a grande atração de Yogyakarta. Patrimônio Mundial da Unesco, estão ali quatro templos: Prambanan –o maior hinduísta da Indonésia–, Sewu –o segundo maior budista do país–, Bubrah e Lumbung. As grandes construções são cercadas por centenas de pequenas estruturas religiosas.
Na entrada do lugar, há uma feira com várias barracas de roupas, suvenir e de comida, além de um grande estacionamento. Dos ônibus ali parados, vimos alguns grupos de jovens muçulmanos. No fim, o preço do ingresso (Rp 400 mil/R$ 146) nos fez deixar o passeio para uma próxima visita à Indonésia.



Mais perto do centro fica Taman Sari (Rp 25 mil/R$ 9), um antigo jardim do sultanato de Yogyakarta, construído no século 18. Está ali uma grande fonte, e é tentador entrar na água em uma tarde quente de outubro. Queríamos ter visitado o Museu do Forte Vredeburg, que foca a independência da Indonésia em relação aos Países Baixos, em 1945, mas os horários não coincidiram.
Jacarta, a antiga capital
Em um outro trecho de 7h45min de trem (Rp 330 mil/R$ 120), viajamos de Yagyakarta para Jacarta, a antiga capital indonésia –nem tão antiga assim, já que Nusantara assumiu o posto em 17 de agosto deste ano, 2024. Ainda um grande canteiro de obras, o novo centro administrativo do país tem muito a crescer, na ilha de Bornéu. É praticamente uma Brasília, construída do zero.
Enquanto isso, na maior cidade do território, com cerca de 10,5 milhões de habitantes, poucas atrações chamaram nossa atenção. O forte calor e o tumultuado trânsito fizeram nosso passeio se concentrar na Mesquita Istiqlal, a maior do Sudeste Asiático.
Lá, um guia nos apresentou o prédio e demonstrou, num imenso tambor, como as rezas eram chamadas antigamente. Como as paredes são vazadas e o interior é muito amplo, o ambiente fica bem arejado.









Em frente ao templo islâmico está a Catedral de Nossa Senhora da Assunção, numa arquitetura que lembra as da Europa. É interessante ver que as entradas das duas construções religiosas ficam diante uma da outra.
Essa liberdade de crença estipulada na Constituição, no entanto, esbarra numa obrigação de pertencer a algum credo. Segundo nossas pesquisas, o indonésio tem de informar na carteira de identidade qual das seis religiões oficiais segue. Caso deixe o campo em branco ou tenha outra crença, ele pode ter problemas para acionar serviços governamentais.







Em outro dia de muito calor, visitamos o centro histórico de Jacarta, conhecido por Kota Tua Jakarta. A área abriga alguns prédios que remetem ao período colonial, assim como um grande calçadão, sem árvores. Enquanto andávamos por lá, vimos um grupo guiado, o que pode trazer mais informações sobre a região.
Infelizmente, as altas temperaturas afetaram negativamente nossos passeios pela cidade, que tem entre as suas atrações grandes shoppings espalhados por lá. Quem sabe numa próxima vez, em outro momento do ano, não conseguimos desbravar melhor Jacarta?















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