GOSTA DE LEITURA DE VIAGEM? TEMOS LIVROS SOBRE ÁFRICA+ORIENTE MÉDIO E ÁSIA+OCEANIA

Fronteira Índia-Bangladesh teve ônibus demorado e visto na chegada lento; brasileiro precisa obter documento em embaixada


O que você precisa saber

Embaixada em Brasília*
SHIS QL 12 Conjunto 1, Casa 3 – Lago Sul – Brasília/DF
CEP: 71630-215
Telefone: +55 (61) 3522-8634 / 3526-8026
Site: brasilia.mofa.gov.bd
Email: embaixadabangladesh@gmail.com / bdoot.brasilia@mofa.gov.bd

Documentos necessários

  • Passaporte
  • Cópia do passaporte
  • Foto 2×2
  • Formulário preenchido (no site)
  • Reserva de hospedagem

Custo: US$ 35 ou R$ 170 (se na embaixada do Brasil)

* há consulado em Curitiba


Bangladesh pautou uma decisão muito importante para a nossa viagem pela Ásia Meridional: qual passaporte usar? Como o visto para brasileiros demanda ir a uma embaixada, optamos por usar nossos europeus —italiano da Pati e polonês do Faraó— para entrar no país, já que podíamos tentar o visa on arrival, também conhecido por visto na chegada.

Pretendemos cruzar algumas fronteiras terrestres a partir da Índia, e a troca de documentos nem sempre é bem-vinda, podendo gerar dor de cabeça —descobrimos quando tentamos fazer isso entre Senegal e Gâmbia, no início do nosso giro de 12,5 meses pela África. Assim, tiramos o eVisa da Índia e entramos no país com os passaportes europeus, já com o Bangladesh em mente.

De acordo com nossas pesquisas, estrangeiros só podem acessar o território bangladês, por terra, na fronteira entre Petrapol e Benapole. Assim, em Calcutá (Kolkata, como é chamada por aqui), fomos para a Marquis Street, onde se concentram empresas de ônibus com destino ao Bangladesh.

Nos lembramos dos dias na África, quando alguns homens nos abordaram para perguntar para onde iríamos. Lá, eles nos “ajudavam” e depois pediam gorjeta por algo que conseguiríamos descobrir por conta própria. Assim, aqui também os ignoramos e buscamos sozinhos as agências.

Até onde sabemos, há ônibus partindo em diferentes horários pela manhã, por isso já fomos com as mochilas nas costas descobrir qual seria o primeiro a sair —procurávamos por veículos para Petrapol, mas percebemos que todos iam para Benapole ou direto a Daca, a capital bangladesa. Como o da Green Line demoraria ainda algumas horas, escolhemos o da Shyamoli (350 rupias/R$ 24 por pessoa), que deixou o local às 9h30.

Após 80 km e 4 horas de muita buzina em uma estrada estreita, com casas e pessoas por todo o tempo às suas margens, chegamos à fronteira. Enquanto os passageiros entraram na agência para trocar o bilhete para o destino bangladês, colocamos nossas mochilas nas costas e partimos para a imigração indiana. No caminho, trocamos com um cambista 500 rupias por 650 takas, a moeda do Bangladesh, já de olho no visto.

Lá, um senhor registrou nossos dados e carimbou os passaportes, num ritmo bastante desacelerado. Tivemos ainda que passar por um raio-x e uma checagem manual das bagagens. Imagine a nossa alegria, porque sofremos toda vez para fechar as mochilas.

Visto na chegada para europeus

Entramos no prédio da imigração do Bangladesh e, antes mesmo de chegar aos guichês de imigração, pediram nossos passaportes. Ao falarmos que faríamos o visto na chegada, nos encaminharam para uma salinha. Nela, um simpático funcionário perguntou nosso itinerário e quantos dias ficaríamos. Depois, pediu o comprovante da reserva de hospedagem —entregamos a dos dois primeiros dias, em Khulna— e da passagem aérea de saída —compramos um bilhete falso.

O Faraó já tinha lido, no grupo Every Passport Stamp, do Facebook, que estavam exigindo impressões dessas reservas, então fomos preparados —assim como carregamos cópias dos passaportes, mas essas não pediram.

O funcionário preencheu um formulário, ligou para a hospedagem para confirmar nossa reserva (com direito a momentos de tensão, pois o número estava errado e ele falou o nome da Pati, mas estava no do Faraó) e disse que podíamos pagar os US$ 51 do visto na moeda dos Estados Unidos, em euro ou em rupias indianas.

Como a Pati tinha lido sobre pagar US$ 50 + 100 takas (o que dá um pouco menos de US$ 1), perguntou se poderia ser parte em dólar e parte na moeda local. Sem problemas —um alívio, pois eles não dão troco. O agente chamou um ajudante, que acompanhou o Faraó para fazer o pagamento.

Os dois passaram por cerca de 20 militares para sair do prédio e ir a uma casa de câmbio, onde o agente trocou os US$ 100 por 12.250 takas. Depois, foram a uma lojinha fazer fotocópias dos formulários e, na sequência, ao banco, dentro do edifício da imigração, para pagar os vistos. No fim, ele devolveu a nota de 500 takas, que usamos no lugar dos US$ 2, e ainda deu o troco, de 790 takas. Assim, nossa permissão para entrar no Bangladesh custou US$ 47 por pessoa.

Entrada no Bangladesh

Após todo o demorado processo de obter o visto na chegada —levamos 1h40min entre as duas fronteiras—, saímos do prédio da imigração com nossos carimbos de entrada nos passaportes europeus. Do lado de fora, assim como em muitas fronteiras da África, vários homens ofereciam serviços, como troca de dinheiro e transporte num riquixá, uma espécie de tuktuk.

Vimos algumas agências de ônibus por ali e perguntamos sobre Khulna, nosso destino no sul do Bangladesh. Conseguimos um ônibus da Seven Star (500 takas/R$ 24 por pessoa), pagos com o dinheiro trocado ainda no lado indiano e com o troco do visto.

Esperamos até as 16h (há uma diferença de fuso de 30 minutos entre os dois vizinhos), quando o vendedor embarcou com a gente num riquixá pelo conturbadíssimo trânsito de Benapole para recolher outros passageiros e irmos à garagem dos ônibus.

Num veículo sem ar-condicionado, partimos às 16h25 e chegamos a Jessore por volta das 17h40, onde ficamos por 40 minutos para carregar o bagageiro e esperar outros passageiros. Curiosamente, um dos funcionários nos serviu jantar, com arroz crocante e apimentado, além de grão-de-bico, abacaxi e banana.

Após muita poeira, vento na cara, buzinas altíssimas e à noite, finalmente vimos a rodoviária de Khulna às 20h25 —percorremos cerca de 100 km a partir da fronteira.

Como obter o visto com passaporte brasileiro

Chegar com o visto no passaporte agiliza bastante o processo, pelo que pesquisamos, mas obtê-lo pode ser uma dor de cabeça para o viajante do Brasil. O processo, à primeira vista, é simples e padrão.

Segundo o site da embaixada bangladesa em Brasília, deve-se preencher o formulário on-line, imprimi-lo e enviar para a representação junto de uma foto 2×2, do passaporte com validade de até seis meses e sua cópia e uma reserva de hospedagem. Após o envio, a embaixada envia os dados para o pagamento da taxa de R$ 170.

Simples, não? Isso nos levou a acreditar que poderíamos fazer o mesmo na representação em Hanói, no Vietnã, mas o relato do @timsemfronteiras, cuja namorada brasileira precisou passar pelo processo justamente na terra de Ho Chi Minh, nos desencorajou.

Segundo ele, a embaixada faz de tudo para que você recorra a uma agência. Com ela, encrencaram com a qualidade da digitalização do passaporte no formulário enviado. A viagem se aproximava e nada de o visto chegar. Eles até ligaram para o telefone disponibilizado, mas disseram que não falavam inglês.

Sem saída, recorreram a uma agência, pagaram US$ 150 —além dos US$ 35 do visto em si— e em minutos o documento ficou pronto. Ou seja, talvez valha mais tentar pelo Brasil mesmo, pois ao menos não vão poder alegar não falar português no atendimento consular.

Você conhece nossos livros?

Aventuras Sem Chaves – Parte 1

Uma jornada de 14,5 meses por 43 países de África e Oriente Médio contada em relatos e crônicas recheados de dicas e informações

456 páginas | lançado em mar.24 | Editora Comala | 1ª ed.

Aventuras Sem Chaves – Parte 2

A segunda etapa de uma volta ao mundo, passando por 34 países de Ásia e Oceania em 15,5 meses, ilustrada em belas imagens

436 páginas | lançado em dez.25 | Sem chaves | 1ª ed.


Dicas Sem chaves

Já pensou em receber dicas fresquinhas na sua caixa de e-mail toda semana? Inscreva-se na nossa newsletter e conte com informações de quem já viajou por mais de 70 países por África, Ásia e Oceania, além de outros 30 entre Europa e América! Por menos de R$ 3 por semana, receba um conteúdo informativo, participe de uma live mensal exclusiva e ainda ganhe desconto nos nossos produtos e serviços!


Deixe um comentário